19 de abril de 2008

You’ve got to hide your love away

Não estou certo, mas devia ter para aí uns sete anos quando o meu tio me ofereceu o meu primeiro álbum dos Beatles. Chamava-se Revolver e foi, a meu ver, um álbum de transição na carreira da banda, um primeiro passo para saírem da fase cor-de-rosa que os marcou nos trabalhos anteriores. Claro que não tive esta percepção naquela idade. O que ficou foi a marca de um som que, apesar de não ser uma novidade para mim, pois os meus pais também ouviam, veio a influenciar certamente os meus gostos musicais desde então. Aos sete anos um álbum daqueles era extraordinário e rodou vezes sem conta num gira-discos que me tinha sido oferecido e que foi um dos meus objectos mais preciosos durante anos.
Lembrei-me desta história hoje porque acordei com uma música dos Beatles a rodar na minha cabeça. É algo que me acontece diversas vezes e que costuma marcar os meus dias pela positiva. A música nem é do álbum em questão, mas do anterior Help!. É sem dúvida uma das minhas músicas favoritas. Costumo dizer que são os dois minutos mais perfeitos que se fizeram na música pop. A letra é absolutamente maravilhosa, a simplicidade magnífica, a voz melancólica revela uma interpretação espantosa. Percam, então, uns minutinhos que, garanto, não vão dar o tempo por perdido. Não esqueçam este título: You’ve got to hide your love away

2 comentários:

João Guerra disse...

Como é lógico, nunca poderia ficar indiferente a este post. Pessoalmente, este é o tema que me serve de referência quando penso em Beatles, exactamente pelas mesmas razões que referes. E ainda por cima, sofre daquele síndrome da repetição: depois de ouvir uma vez, tenho de a ouvir novamente...

Tenho uma história engraçada relacionada com a música: quando comecei a dar os primeiros passos a nível de gravação caseira, decidi começar por tentar recriar uma música que me dissesse algo, e logicamente, este tema: "You've Got to Hide Your Love Away". Infelizmente naquela época, não tinha assim tanto jeito para tocar guitarra, e a guitarra que tinha na altura assemelhava-se mais a um bocado de madeira mal acabado do que a um instrumento musical. Nunca tentei tanta vez seguida gravar uma guitarra, e acabei mesmo por desistir. No entanto, no meio da gravação possível, ficou gravado um grande e enervado "Oh, F...-se!", resultante de uma frustrada tentativa de fazer o acorde de Fá. Ao ouvir a gravação, desatei-me a rir com a minha própria parvoíce, e ainda hoje recordo esse momento, deixando-me sempre bem disposto quando tento fazer alguma coisa e corre tudo mal.

jorgefm disse...

Realmente é por causa de músicas como esta que compreendo tão bem o conceito repeat utilizado na Radar. Desde ontem já ouvi a música umas 10 vezes. E o que é engraçado é que vai voltar a acontecer. E não consigo cansar-me. Abraço