30 de setembro de 2008

a crise que nunca nos afectará

Pouco percebo de economia. Tenho, porém, seguido esta crise com alguma preocupação. A preocupação da generalidade dos portugueses e europeus, presumo, pois estou cansado de ver a prestação mensal a aumentar e todos os planos de poupança a descer. (In)Felizmente não tenho muito, mas o pouco que tenho parece esfumar-se de dia para dia.
Mais apreensivo fiquei com este início de semana. Não propriamente por causa do chumbo do congresso americano ao plano Paulson, que, embora reconheça a importância que poderá ter, me parece simplesmente um jogo de poder com as presidenciais ao fundo. Antes com a reacção aos acontecimentos por parte dos nossos políticos, particularmente por quem ocupa cargos ministeriais. O nosso fantástico Manuel Pin afirmou muito recentemente (há menos de 15 dias) que não havia qualquer hipótese de a crise afectar Portugal. Ora já hoje o nosso José vem tranquilizar a populaça e garante que as economias estão salvas. Que o nosso sistema financeiro é forte e os bancos resistentes, afirmação corroborada pelo outro mosqueteiro, Teixeira dos Santos.
Presumo que estes senhores tenham informações de grande fiabilidade. Espero que melhores que aquelas que nos levaram a receber a malfadada cimeira dos Açores. Do pouco que percebo custa-me a crer que um país tão débil como o nosso consiga sobreviver ao turbilhão que se está a instalar no mundo e que afecta sobremaneira a economia europeia. Espanha, da qual dependemos para quase tudo, já não escapa. E, tanto quanto sei, não há banco português sem forte capital espanhol. Só por si, este facto é suficiente para me deixar desconfiado. Claro que depois há as previsões económicas, as do BCE ou do FMI que, ao contrário das nossas, não são feitas na «terra dos sonhos».
Depois de todas as promessas de 2005 e da viragem acentuada à direita nos anos subsequentes (que mal nenhum teria se com esse pressuposto o PS tivesse sido eleito) é necessário perguntar se alguém ainda acredita na palavra do governo. É que a mim ela só me preocupa. Eu, apesar do queijo que como, ainda não esqueci a famosa campanha pós-Durão. Nem o queijo Limiano agora que penso nisso. Bem faz a Manela, calada pelo menos não diz disparate.
Para os mais crentes pergunto se ainda se lembram destas palavras. Têm menos de dois anos. E já nessa altura os bancos americanos sufocavam no maravilhoso mundo do sub-prime.

"Ponto de viragem" na economia
Ministro da Economia anuncia fim da crise em Portugal


O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal e disse que a questão agora é a de saber "quanto é que a economia portuguesa vai crescer".

in Publico.pt, 13.10.2006

E agora? Já sentem alguma preocupação?

29 de setembro de 2008

manic monday

A 2ª Feira sabe sempre um bocadinho melhor quando começa com esta música. Bem sei que é um cliché, mas ajuda a colocar tudo na devida perspectiva.

28 de setembro de 2008

Bill, Jon e Obama

Ontem ouvi Bill Clinton no Daily Show. Voltei a lembrar o que me interessava na política. Jon Stewart chegou mesmo a afirmar que Bill ganharia com facilidade a qualquer um dos actuais candidatos. Provavelmente até seria verdade.
O primeiro debate das presidenciais não desiludiu, porém. E Obama parece criar expectativas cada vez maiores, pelo menos cá pelo velho continente. Para os estrategas do nosso PS só gostaria de dizer que podem copiar o que quiserem da campanha democrata, mas Sócrates nunca terá carisma para o cargo que ocupa. É só uma espécie de major Valentim mais polidinho, mas com a mesma surdez e rudeza crónica, sempre certo da razão (ou falta dela) que lhe assiste. Neste campo, ouvir o PS falar em mudança tem o mesmo valor de McCain a proclamar as suas diferenças para Bush. Tem mais neurónios a funcionar em simultâneo, feito de pouco relevo convenhamos. No essencial pouco altera. E a escolha para a vice-presidência ainda menos. É assustadora! O fantástico Jon Stewart, claro, não perdoa, como poderão reparar. Só me pergunto: não haverá cá ninguém capaz de assinalar estas semelhanças entre a campanha de Obama e o inacreditável comício de Guimarães?

27 de setembro de 2008

filosofia e futebol

José Diogo Quintela, encarnando Karl Marx, apresentou o derbi de hoje tal como deve ser visto. A luta de classes, entre quem a tem e quem sente falta dela.
É evidente que isto só podia trazer à memória um dos melhores momentos dos Python. A verdadeira filosofia do futebol. Não se arranja melhor que isto!

26 de setembro de 2008

i've got you under my skin

É daquelas músicas que não me deixa indiferente. Independentemente da versão e até mesmo na brincadeira!


25 de setembro de 2008

in between days

yesterday i got so old
i felt like i could die
yesterday i got so old
it made me want to cry
go on go on
just walk away
go on go on
your choice is made
go on go on
and disappear
go on go on
away from here

and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you

yesterday i got so scared
i shivered like a child
yesterday away from you
it froze me deep inside
come back come back
don't walk away
come back come back
come back today
come back come back
why can't you see?
come back come back
come back to me

and i know i was wrong
when i said it was true
that it couldn't be me and be her
inbetween without you
without you

24 de setembro de 2008

misfit

Um dos aspectos fantásticos da lastfm é a possibilidade de descobrir música nova sem compromisso. Ainda há pouco estava descontraidamente a trabalhar (é quase um contrasenso!) e a ouvir o leitor disponibilizado neste blog quando, no meio dos The Verve e dos Sigur Rós, me aparece esta música: Misfit dos Elefant. Agradável surpresa.


Ao procurar o vídeo no youtube deparei-me com outra surpresa. Misfit, mas agora pelos Curiosity Killed the Cat. Ao tempo que não me lembrava deles. Tiveram o seu espaço lá para os distantes 80. Agradável recordação.

23 de setembro de 2008

a tecnologia por um «estreito»

Magalhães. Nome de grande navegador. Hoje, nome de mais um gigantesco negócio e de uma boa ideia mal concretizada. Nada me move contra a ideia de distribuir computadores, de «democratizar o ensino pelo acesso à informação», utilizando palavras da nossa ministra pinguim. Mas é inevitável perguntar: alguém tem um plano para todo este investimento em tecnologia?
Eu sei que as eleições estão a chegar. Num país onde para se obter um voto basta oferecer um boné ou um autocolante a ideia de premiar as famílias com portáteis nem é má. O problema é o uso que se dá a tudo isto. Podem gastar toda a prosa que quiserem. Apontar as vantagens da tecnologia é fácil. A verdade é que ninguém preparou professores e famílias para com ela lidar. E assim sendo volto a perguntar para que serve. Claro que percebo a ideia geral. E no mundo da fantasia seria genial. A realidade, porém, é outra. O melhor exemplo será este: o analfabetismo praticamente desapareceu, as pessoas conhecem as letras e até as sabem juntar. Não as percebem, nem as sabem utilizar, mas conhecem-nas. O mesmo se passa com esta febre da tecnologia. Muitos a usam, poucos a sabem verdadeiramente aproveitar.
O que é fácil de perceber é o negócio por detrás de tudo isto. Os computadores que as operadoras vendem por 150 euros acarretam uma fidelização. Paga o equipamento e algo mais. Os quadros interactivos são muito úteis, particularmente para o inglês, pois o software em Português funciona mal ou não funciona de todo. Mas os fornecedores agradecem. O famoso Magalhães é um negócio da china, um Tsunami de dinheiro que varrerá os bolsos de todos.
Nunca percebi a lógica de inverter o processo natural de «construção do edifício». Não há tecnologia que funcione sem quem a domine e possa rentabilizá-la. Assim só serve para formar excelentes modelos, como os do vídeo que se seguem. É disto que precisamos. Em mais quantidade. Certamente!

22 de setembro de 2008

crystal

We're like crystal, we break easy
I'm a poor man, if you leave me
I'm applauded, then forgotten
It was summer, now it's autumn

I don't know what to say, you don't care anyway
I'm a man in a rage (just tell me what I've got to do), with a girl
I betrayed
Here comes love, it's like honey
You can't buy it with money, you're not alone anymore,
(whenever you're here with me),
You shock me to the core, you shock me to the core

We're like crystal, it's not easy
With your love, you could feed me
Every man, and every woman
Needs someone, So keep it coming
Keep it coming, keep it coming, keep it coming
Keep it coming, keep it coming, keep it coming
Keep it coming

I don't know what to say, you don't care anyway
I'm a man in a rage (just tell me what I've got to do), with a girl I betrayed
Here comes love, it's like honey
You can't buy it with money, you're not alone anymore,
(whenever you're here with me),
You shock me to the core, you shock me to the core
Keep it coming, keep it coming, keep it coming

21 de setembro de 2008

...you want to hit me with a pointed stick?!?

A propósito de uma banana na ilustração de um dos melhores álbuns de sempre... um dos melhores momentos dos Monty Python. E nunca um pau afiado foi menosprezado desta maneira. Para ver e rever várias vezes!

20 de setembro de 2008

on the radio

Este é o melhor som que conheço feito em Portugal. Com toda a franqueza, e acho que este é o melhor elogio que lhes posso fazer, nem parecem cá do burgo. A primeira vez que os ouvi nem quis acreditar que binham lá da Inbicta. Carago!
Este é o vídeo de apresentação do terceiro álbum de originais. E quase ainda ninguém os conhece. Só mesmo neste país!

19 de setembro de 2008

«qualquer coisa» da concorrência

Sete empresas apanhadas pela Autoridade da Concorrência
Cartelização nas refeições lesa Estado em 172 milhões de euros


A Autoridade da Concorrência (AdC) acusou sete empresas que fornecem refeições a instituições públicas, nomeadamente a hospitais e a escolas, de concertarem preços nos serviços que prestam, actuação que é ilegal por configurar a prática de cartelização.

in publico.clix.pt, 19/09/2008

É isto que eu adoro neste país. Uma instituição não funciona, é alvo de críticas. Inclusive da União Europeia. Em vez de procurar encontrar o caminho para solucionar o problema que originou a crítica, a resposta passa sempre por uma fuga para a frente. Lá vão desencantar um qualquer dossier que só foi preparado para estas ocasiões. Não por uma preocupação sincera, mas apenas porque é necessário mostrar resultados. E isto é prática corrente. A recente vaga de rusgas e mega-operações da polícia são apenas outro exemplo da mesma atitude.
É evidente que os problemas continuam a existir, apenas são «esquecidos» por momentos atrás de um manto de ilusões de eficácia. Parabéns aos estrategas de marketing e aos mágicos de situação.

18 de setembro de 2008

it´s no good

Seguindo a lógica dos últimos posts e depois de Radiohead, Smiths e Joy Division, o ramalhete nunca ficaria completo sem... Depeche Mode. Desta vez não é nenhuma versão. Apenas tive a preocupação de escolher um vídeo de Anton Corbijn. Não é grande tarefa, pois Corbijn é um nome que se confunde com a banda. Aliás, é um nome fundamental no mundo da música. Se duvidam vale a pena seguir isto http://www.corbijn.co.uk/
A opção recaiu sobre It´s no good. Essencialmente porque é divertido. Outros se seguirão, prometo.

17 de setembro de 2008

16 de setembro de 2008

o petróleo... outra vez

Bem sei que o assunto já enjoa. Mas é inevitável que dele se fale, sobretudo pela extraordinária discrepância nas declarações do presidente da Galp. Que não bate certo a bota com a perdigota já sabíamos. Que nos andaram meses a atirar areia para os olhos também. Que o governo nada faz porque assim lhe convém não é novidade. Que a famosa autoridade para a concorrência para pouco serve é evidente.
Até ontem não tínhamos era ainda ouvido por parte da toda poderosa Galp que tudo o que dizem é só balelas. Ora agora dizem que não há uma relação directa entre o preço do crude e o valor das gasolinas. Pasme-se, acrescentam que a valorização do dólar anula os efeitos da descida.
Estes argumentos são, como certamente repararam, o absoluto contrário do que nos foi dito há uns meses atrás. Então diziam que nenhuma culpa tinham, que os mercados é que decidiam os preços. E relativamente ao valor do dólar tenham paciência. Quando ele desvalorizou para 40% do valor do euro encheram os bolsos e na altura não tiveram a capacidade de admitir que o aumento do petróleo estava a ser compensado pela queda daquela moeda.
Ao Ministro da Economia, que hoje se mostrou tão preocupado, digo isto. Em vez de falar faça-nos o favor de agir. Já sei que tem de deixar os mercados funcionar, mas ao menos tenha a decência de denunciar o roubo. Porque essa é uma competência de qualquer governo. E obrigue a autoridade da concorrência a intervir. Já basta de dizer que não se consegue provar. Todos assistimos à mudança de atitude das petroleiras quando então a polémica rebentou. Durante uns meses até mexeram nos preços com frequência e em dias distintos. Claro que agora que já todos se esqueceram tudo voltou ao normal.
Não sei o que esperam os nossos políticos. A promiscuidade é tão grande e desavergonhada que até já pouco se preocupam com a aparência. Era bom era que se lembrassem que a miséria que se está a instalar acarreta sérios problemas sociais. Pode ser que um dia lhes mordam o rabo. One can only hope!

15 de setembro de 2008

Richard Wright - 15.Setembro.2008

Ouvi a notícia há pouco. Bem sei que por estes dias nem fica bem mostrar admiração pelos Pink Floyd. Mas a música não seria a mesma sem eles. E eles não serão os mesmos sem Richard Wright. Eu cá nunca me vou esquecer daquele grande concerto de 1994. Foi incomparável.
Até sempre!

ceremony

Este é mesmo daqueles vídeos para «ratadinhos» como eu. Associa duas das bandas mais significativas na minha «pobre» existência. Se calhar as mais significativas, diria. E uma das minhas músicas fetiche. Dá para imaginar o estado de profunda alegria em que fiquei ao encontrar isto.
Palavras para quê? Radiohead, Joy Division, Ceremony.

14 de setembro de 2008

trash

I wanna...
I wanna be trash

And I have the gun
that try you for your gun

I wanna
I wanna be trash

And I have the gun
that try you for your gun

13 de setembro de 2008

brad - the day brings

Tenho um amigo que adora estes moços. Mudou-se lá para as beiras e o contacto com ele já não é tão fácil. Talvez por isso já há um tempo não me ocorresse ouvi-los. A história deles ultrapassa-me. A banda chama-se Brad, mas encontro imensa informação sobre eles e o seu vocalista (Shawn Murphy) como Satchel. Sei que são uns moços de Seattle, saídinhos do hype dos anos 90. Claro que tudo isto nem interessa muito. Mas esta actuação é excelente para os saudositas desses tempos. Mais uma vez perfeito para o estado de espírito actual. «Ferpeito», digo-vos eu!

12 de setembro de 2008

aníbal... a preto e branco

Acordei hoje com a notícia de que o nosso Presidente continua muito preocupado com o estatuto dos Açores. Um mês e meio passado e ainda não percebeu que o resto do país está preocupado com o facto de ele só com isso se preocupar.
Nunca gostei de Cavaco. Sempre me desagradou o estilo do não leio jornais, do nunca me engano e raramente tenho dúvidas. A baba no canto da boca desagrada-me e os concursos de cuspir bolo rei também nunca me disseram muito. São modalidades de gabarito, mas não aprecio.
Claro que pouco esperava desta presidência, ou melhor, esperava exactamente o que está a acontecer. O sr. Aníbal nunca se preocupou muito com o que está à sua volta. Sobre um partido que mente numa campanha eleitoral para chegar a governo nada diz. Sobre manipulação das taxas de desemprego e código do trabalho nada pensa. Manifestações de dezenas de milhares de pessoas não vê. E até considera que ministros que nunca, mas mesmo nunca se enganam, estão bem nos lugares que ocupam. Agitação social, criminalidade não merecem uma palavra. Sistema de saúde de pantanas não é assunto. O que interessa mesmo é o estatuto dos Açores.
Já aqui escrevi que até acho que no conteúdo a razão lhe assiste. E a sua posição seria reforçada perante todos se como Presidente se preocupasse com algo mais do que com os seus poderes. Agora o país não compreende nem pode compreender isto. Andamos todos com a corda na garganta. O dinheiro dá para cada vez menos. A insegurança profissional é gritante. Os Açores e o seu estatuto não entram nem uma vez no nosso pensamento. Não é o fundamental. O que nos interessa é o que está a acontecer à nossa saúde, à nossa segurança social, ao nosso ensino.
Ainda perguntam porque razão cada vez menos as pessoas se interessam por política. Se a política não se interessa nada por elas... Só espero é que ao menos esta atitude de insensibilidade lhe custe o segundo mandato, embora já esteja habituado aos esquecimentos em cima da linha de chegada. Cada país tem, de facto, os políticos que merece.

11 de setembro de 2008

this mortal coil

Há anos que não ouvia esta música. Aliás, há anos que não pegava num disco dos This Mortal Coil. Sempre gostei mais do nome do que da música, para ser franco. Hoje lá fui desencantar o blood à minha biblioteca. Nada melhor para o tumultuoso estado de alma dos meus últimos quinze dias.
A música é you and your sister, o vídeo é perfeitamente dispensável.

10 de setembro de 2008

onde é que já vi este filme?

É óbvio que perder assim desilude. Mas o nível de quem faz os comentários ainda desilude mais. Foi um grande jogo, Portugal perdeu muitas hipóteses de marcar... tal como a Dinamarca. Não devia custar muito reconhecer isto a quem comenta. Foi sempre um jogo aberto que podia ter pendido para qualquer lado. E assim foi. Ganhou quem mais forte foi na globalidade. Estava-se a ver como ia acabar aquela cavalgada final daqueles moços altos e loiros. Que grande atitude!
Não interpretem isto mal, pois nem acho que o moço seja responsável deste desfecho, mas estou curiosíssimo para ver a atitude dos vários milhões de exímios críticos do anterior número 1 da selecção perante a falha do Quim. E olhem que foi bem decisiva. Se fosse o Ricardo caía o Carmo e a Trindade. Apetece mesmo dizer: pela boca morre o peixe!

2 dias em Paris

No passado fim de semana, e seguindo conselhos amigos, aluguei o filme que intitula este texto. Desconfiei, confesso, quando percebi que era mais uma comédia romântica. Mas esta não é daquelas de Domingo à tarde. Deu para rir com gosto. Diálogos excelentes, boas interpretações, personagens bem construídas. Tem tudo o que precisa para proporcionar umas horas bem passadas. Vale bem a pena.

9 de setembro de 2008

idioteque

Who's in a bunker?
Who's in a bunker?
Women and children first
And the children first
And the children
I'll laugh until my head comes off
I'll swallow till I burst
Until I burst
Until I

Who's in a bunker?
Who's in a bunker?
I have seen too much
I haven't seen enough
You haven't seen it
I'll laugh until my head comes off
Women and children first
And children first
And children

Here I'm alllowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time
Ice age coming
Ice age coming
Let me hear both sides
Let me hear both sides
Let me hear both
Ice age coming
Ice age coming
Throw it on the fire
Throw it on the fire
Throw it on the

We're not scaremongering
This is really happening
Happening
We're not scaremongering
This is really happening
Happening
Mobiles skwrking
Mobiles chirping
Take the money run
Take the money run
Take the money

Here I'm allowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time
Here I'm allowed
Everything all of the time

The first of the children

8 de setembro de 2008

crime ou preconceito?

As férias acabaram e, embora a vontade não seja muita, lá temos de começar a pensar em coisas sérias. Embora nada tenha escrito, fui espectador atento da silly season informativa deste Verão, que foi, sem dúvida, muito rica em estupidez e fraquíssima em qualidade. Atrevo-me mesmo a afirmar que qualidade só teve o assalto na A2 e o espantoso silêncio dos políticos, apenas manchado pelo invulgar e desapropriado comunicado do nosso Presidente. Essa infeliz intervenção (embora a razão lhe assista no conteúdo) só teve mesmo o mérito de colocar o país a sonhar com um novo ciclo político, pois este parece interminável.
Nos últimos meses, porém, de pouco mais se falou do que em criminalidade. Até o Público e o Diário de Notícias parecem ter-se transformado em Correios da Manhã encapotados. Não porque o fenómeno seja novo, ou sequer porque esteja a aumentar. Apenas porque nada mais aconteceu para alimentar os espaços informativos. Os «especialistas» (Moita Flores) comentaram os espantosos jackings, aos carros, casas, bancos, ourivesarias, multibancos, pastelarias e supermercados e concluíram que têm muito que concluir.
Claro que tanta notícia causa a impressão que o nosso governo agiu mal perante o fenómeno e que muito poderia (deveria) ter feito. Não partilho esta opinião. Mesmo correndo o risco de ser novamente vilipendiado, atrevo-me a dizer que o país raramente fica mal quando este governo não age. Quieto ao menos não agrava os problemas. O que agora estamos a testemunhar no capítulo da criminalidade não resulta da inacção, mas sim de toda uma política traçada há cerca de três anos e que só poderia resultar no que agora assistimos.
Não sou estúpido e bem sei que não foi só a acção deste governo que proporcionou estes acontecimentos. Volto a dizer que nem acredito que a criminalidade tenha aumentado. Mas é evidente que algo se agravou. E o principal é do que ninguém fala.
Esta legislatura começou com uma campanha tremenda contra os funcionários públicos, particularmente para com três das suas classes, aquelas que considero estarem mais ligadas a tudo o que está a acontecer. Os primeiros a serem descredibilizados foram os polícias, classificados como ineficazes e preguiçosos. A seguir partiu-se para o ataque aos juizes, essa «corja» que nada fazia e tinha muitas férias. O terceiro alvo foram, obviamente, os professores, inqualificáveis, pois como toda a gente sabe pensam em tudo menos em trabalhar.
Lembro-me de ter pensado quando estes ataques começaram que as consequências iriam sentir-se em breve. Passei mais uma vez por teimoso, por querer ver defeitos onde os outros só viam virtudes. A verdade é que o objectivo foi conseguido. A polícia, ninguém acredita nela. Os juizes são considerados os responsáveis pela ineficácia do sistema criminal. A escola para pouco serve e os professores nada ensinam.
Talvez por isso não estranhe a criminalidade que por cá se tem praticado. E se aos factores anteriormente citados juntar as condições cada vez mais difíceis em que as pessoas vivem e a gritante imagem de debilidade dada aquando da greve dos camionistas o ramalhete compõe-se. Afinal o que estavam à espera. Quando se diz repetidamente que as instituições não funcionam até os mais cépticos começam a acreditar. Os criminosos até se devem ter sentido mais confiantes. E a ideia que com trabalho se pode fugir às dificuldades não pega. A escola não dá essa imagem. E até o primeiro-ministro «encomendou» uma licenciatura.
Não quero ser demasiado pessimista, mas acredito que o que estamos a assistir ainda é só o início. Quanto mais não seja porque os disparates feitos nestes domínios demoram a ser corrigidos. E mal de nós se esta política se perpétua. Aí as consequências poderão ser bem mais graves. Foi sempre no meio das maiores crises sociais que as ditaduras ganharam terreno. E se nos fazem acreditar que não existem alternativas o caminho está aberto. Essa é a grande estratégia deste governo. Governar por defeito, como se não houvesse nada melhor.
Este assunto ainda vai fazer correr muita tinta. Vou continuar a fazer a minha vida normalmente sem entrar em histerias, muito comuns nestes momentos. Mas digo isto: gostava de poder andar em Lisboa em segurança e poder exibir o meu ipod como os muitos espanhóis que vi a passear em Madrid. Não por vaidade, apenas porque por cá a recomendação é para comprarmos uns headphones baratos, pois assim não atraímos os assaltantes. Não será este um sinal suficientemente claro de algo que está mal?

7 de setembro de 2008

transvision vamp

Os anos 80 são, de facto, únicos. Esta foi daquelas bandas que surgiu como um relâmpago, mas que ficou na memória de muitos. Alguém mal intencionado diria que foi só por causa da moça. Aparentemente ainda tem grandes admiradores esta Wendy James. A verdade é que as músicas que fizeram ainda fazem sorrir muita gente. Nos anos 90 e por aí adiante várias foram as tentativas da indústria de replicar o sucesso dos Transvision Vamp. A loira oxigenada dos No Doubt será, talvez, o melhor exemplo. Eu cá prefiro o original. E também prefiro a Wendy. Até acho que é a musa inspiradora de uma celébre anedota sobre férias na Jamaica. Lembram-se?

5 de setembro de 2008

Hoppipolla

Já aqui revelei a minha paixão por Sigur Rós. Em 2003 vibrei ao assistir ao grande concerto que deram no Coliseu. Foi daqueles concertos atípicos, sem grande parte dos elementos que fazem vibrar o público português. Raramente comunicaram com o público, nada disseram em português e, porém, provocaram uma das reacções mais genuínas que algum dia pude comprovar num espectáculo. Desde o início da actuação foi-se instalando uma tensão crescente no público, cada vez mais envolvido na actuação. O final, claro, foi explosivo. Quando tocaram a última nota todo o Coliseu pareceu explodir, tal foi a espontânea e espantosa ovação dada a estes islandeses. Já assisti a dezenas de concertos, mas nunca tinha visto uma banda entrar em palco tantas vezes para agradecer a um público sempre vibrante, mesmo sem o tradicional encore. Foi provavelmente dos concertos mais honestos a que alguma vez assisti.
A música que fazem é minha companhia habitual. Já aqui deixei o vídeo de Saeglopur. O que vou deixar hoje também é do álbum Takk. Desta vez Hoppipolla. É um dos grandes temas do álbum. E encontrei esta versão. Gabo a coragem destes moços que se intitulam de cientistas. Arriscar fazer uma cover de uma banda fetiche não é para todos. E é também muito agradável. Eu, claro, ainda prefiro o original. Mas vale bem a pena ouvir os dois. O vídeo é o mesmo. Até pode ser ouvido em simultâneo. Excelente!

Sigur Rós



We are Scientists

bad

Há músicas assim. Esta é uma grande memória da adolescência. Passei anos sem a ouvir. Talvez por isso hoje me pareça um som tão genuíno e extraordinário. E simples, como tudo o que é bom. Já agora; nenhuma outra música dos U2 define tão bem o som de The Edge. Só por isso...

4 de setembro de 2008

you only live once

Realmente a vida são dois dias. E eu nem gosto do carnaval.
Mais uma vez recorro a Julian Casanova.
Parece adequado, não acham?

Some people think
they're always right.

Others are quiet and uptight.
Others they seem so very nice.

Inside they might feel
sad and wrong

29 different attributes
And only 7 that you like,
20 ways to see the world.
Or 20 ways to start a fight.

Don't get up.
I can't see the sunshine.
I'll be waiting for you baby,

'Cause I'm through.
Sit me down. Shut me up.
I'll calm down
And I'll get along with you.

Oh men don't notice
what they got.

Women think of that a lot.
1,000 ways to please your man.
Not even 1 requires a plan.

Countless add religions too.

It doesn't matter which you choose.
One stubborn way to turn your back.
This I've tried, and now refuse.
Don't get up.
I can't see the sunshine.
I'll be waiting for you, baby
'cause I'm through
Sit me down. Shut me up

I'll calm down
and I'll get along with you.

3 de setembro de 2008

quadros interactivos

Uma das muitas parvoíces que marcam este ano lectivo é a introdução de quadros interactivos e, como tal, lá tive a sagrada sessão de esclarecimento. Era suposto ser uma formação, mas quando quem forma só foi esclarecido numa reunião de duas horas... Claro que não podia correr bem. Aliás a frase mais ouvida foi: «lá na reunião avisaram que é normal haver estas falhas!»
Fui com alguma paciência, apesar de saber o que me esperava. Escusado será dizer que o balão estoirou em pouco tempo. Depois dos primeiros percalços lá começou a exemplificação. Cheguei a assistir a algumas professoras a anotar onde se ligava o cabo de alimentação e a tirarem notas dos complicadíssimos programas que se podem usar com o equipamento, como por exemplo... o Word! Depois finalmente o ecrã ligou-se. Quando quem exemplificava escreveu qualquer coisa no quadro a sala caiu em espanto: Ooooooh! Aaaaaaaaaaaah! E tudo porque a tecnologia permite substituir o giz. Brilhante!
O tempo foi avançando e a seca aumentando. Mas teria de haver a cereja no topo do bolo. Ora os magníficos equipamentos que custaram milhões ao Estado (portanto ao nosso bolso) não reconhecem lá muito bem o Português. E a maior parte dos recursos fornecidos estão em quase todas as línguas menos na de Camões. Nem sequer um planisfério existe em Português. Convenhamos que é brilhante. As escolas não têm aquecimentos, mas têm quadros interactivos. Estão a cair de podre ou com falta de funcionários, mas claro que têm ADSL. Claro que nada disto interessa e estes quadros até têm a vantagem de ser hipoalergénicos, por isso...
Estes quadros pagavam a integração de mais uns professores. Se calhar até pagavam umas cantinas ou uns ginásios, mas isso ninguém vê. O que interessa é o show-off. O ensino pouco melhorou nos doze anos a que a ele estou ligado, mas os resultados nunca foram tão espectaculares. Até me envergonhei quando ouvi hoje o nosso mais que tudo (para quem já não se lembra é o magnífico primeiro, o líder, o engenheiro, o Sócrates) anunciar que para o ano os resultados na educação ainda vão ser melhores. Viva a bola de cristal! E os números do euromilhões não nos poderias providenciar, meu!
Alguém um dia perceberá que a tecnologia não origina resultados. Até pode ajudar, reconheço, mas quem têm as mãos geladas para escrever preferia um aquecedor. E esse não custa milhões. E aposto que até se arranja com umas instruçõezinhas em Português. Lá estou eu só ser marreta, não é? Afinal o aquecedor também é tecnologia.

2 de setembro de 2008

Swedish Chef - Part 4

Ainda estou em estado de choque. Deve ser do regresso ao trabalho. Ou como ouvi no outro dia (e atentem a estupidez!) stress pós-descanso.
Quarto vídeo do melhor cozinheiro de sempre. Para enganar a desilusão.