Pouco percebo de economia. Tenho, porém, seguido esta crise com alguma preocupação. A preocupação da generalidade dos portugueses e europeus, presumo, pois estou cansado de ver a prestação mensal a aumentar e todos os planos de poupança a descer. (In)Felizmente não tenho muito, mas o pouco que tenho parece esfumar-se de dia para dia.
Mais apreensivo fiquei com este início de semana. Não propriamente por causa do chumbo do congresso americano ao plano Paulson, que, embora reconheça a importância que poderá ter, me parece simplesmente um jogo de poder com as presidenciais ao fundo. Antes com a reacção aos acontecimentos por parte dos nossos políticos, particularmente por quem ocupa cargos ministeriais. O nosso fantástico Manuel Pin afirmou muito recentemente (há menos de 15 dias) que não havia qualquer hipótese de a crise afectar Portugal. Ora já hoje o nosso José vem tranquilizar a populaça e garante que as economias estão salvas. Que o nosso sistema financeiro é forte e os bancos resistentes, afirmação corroborada pelo outro mosqueteiro, Teixeira dos Santos.
Presumo que estes senhores tenham informações de grande fiabilidade. Espero que melhores que aquelas que nos levaram a receber a malfadada cimeira dos Açores. Do pouco que percebo custa-me a crer que um país tão débil como o nosso consiga sobreviver ao turbilhão que se está a instalar no mundo e que afecta sobremaneira a economia europeia. Espanha, da qual dependemos para quase tudo, já não escapa. E, tanto quanto sei, não há banco português sem forte capital espanhol. Só por si, este facto é suficiente para me deixar desconfiado. Claro que depois há as previsões económicas, as do BCE ou do FMI que, ao contrário das nossas, não são feitas na «terra dos sonhos».
Depois de todas as promessas de 2005 e da viragem acentuada à direita nos anos subsequentes (que mal nenhum teria se com esse pressuposto o PS tivesse sido eleito) é necessário perguntar se alguém ainda acredita na palavra do governo. É que a mim ela só me preocupa. Eu, apesar do queijo que como, ainda não esqueci a famosa campanha pós-Durão. Nem o queijo Limiano agora que penso nisso. Bem faz a Manela, calada pelo menos não diz disparate.
Para os mais crentes pergunto se ainda se lembram destas palavras. Têm menos de dois anos. E já nessa altura os bancos americanos sufocavam no maravilhoso mundo do sub-prime.
"Ponto de viragem" na economia
Ministro da Economia anuncia fim da crise em Portugal
O ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou hoje o fim da crise em Portugal e disse que a questão agora é a de saber "quanto é que a economia portuguesa vai crescer".
in Publico.pt, 13.10.2006
E agora? Já sentem alguma preocupação?
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