Magalhães. Nome de grande navegador. Hoje, nome de mais um gigantesco negócio e de uma boa ideia mal concretizada. Nada me move contra a ideia de distribuir computadores, de «democratizar o ensino pelo acesso à informação», utilizando palavras da nossa ministra pinguim. Mas é inevitável perguntar: alguém tem um plano para todo este investimento em tecnologia?
Eu sei que as eleições estão a chegar. Num país onde para se obter um voto basta oferecer um boné ou um autocolante a ideia de premiar as famílias com portáteis nem é má. O problema é o uso que se dá a tudo isto. Podem gastar toda a prosa que quiserem. Apontar as vantagens da tecnologia é fácil. A verdade é que ninguém preparou professores e famílias para com ela lidar. E assim sendo volto a perguntar para que serve. Claro que percebo a ideia geral. E no mundo da fantasia seria genial. A realidade, porém, é outra. O melhor exemplo será este: o analfabetismo praticamente desapareceu, as pessoas conhecem as letras e até as sabem juntar. Não as percebem, nem as sabem utilizar, mas conhecem-nas. O mesmo se passa com esta febre da tecnologia. Muitos a usam, poucos a sabem verdadeiramente aproveitar.
O que é fácil de perceber é o negócio por detrás de tudo isto. Os computadores que as operadoras vendem por 150 euros acarretam uma fidelização. Paga o equipamento e algo mais. Os quadros interactivos são muito úteis, particularmente para o inglês, pois o software em Português funciona mal ou não funciona de todo. Mas os fornecedores agradecem. O famoso Magalhães é um negócio da china, um Tsunami de dinheiro que varrerá os bolsos de todos.
Nunca percebi a lógica de inverter o processo natural de «construção do edifício». Não há tecnologia que funcione sem quem a domine e possa rentabilizá-la. Assim só serve para formar excelentes modelos, como os do vídeo que se seguem. É disto que precisamos. Em mais quantidade. Certamente!
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