Cada vez mais estou convencido que a maioria das pessoas não faz ideia do que se está a passar nas escolas. Assistiram há bem pouco tempo a uma manifestação sem precedentes e como o Ministério diz que a questão é a avaliação todos passam a rápida sentença que os professores não querem é ter trabalho. Hoje, mais uma vez, estive presente numa reunião para discutir este assunto, ou melhor, tudo o que está por trás do dito processo de avaliação. Para existir a avaliação como é proposta têm de ser definidos projectos educativos que definam de forma concreta os objectivos que a escola quer atingir. Estamos em Abril e, na minha escola como em muitas, eles ainda não estão concluídos. E não podiam estar, dado que as instruções relativas à avaliação só começaram a chegar às escolas em Janeiro e, acreditem ou não, muitas vezes estas instruções mudam semanalmente. O pior é que como o Ministério não cumpriu a sua parte no timing devido pressiona agora as escolas para aprovarem rapidamente estes documentos.
Esta é uma das razões pelas quais os professores se opuseram a este sistema. É precipitado. É incoerente. Coloca professores e Conselhos Executivos a procurar concluir projectos que requerem maturação. Inevitavelmente coloca todos em sobressalto e num estado de desorientação. Estamos a dois meses de finalizar o ano lectivo e querem que neste momento tudo se faça para que não pareçam haver cedências. É ridículo.
Sei perfeitamente como isto vai acabar e todos os que estão mais informados também o sabem. Os contratados, como eu, serão cobaias do processo, mas acima de tudo este processo será uma mentira, pois no fundo as avaliações dependerão do fundamentalismo de cada Conselho Executivo no cumprimento das políticas ministeriais.
Ninguém vai ficar bem nesta fotografia e mais uma vez as repercussões far-se-ão sentir. Não no imediato, mas a lei do compadrio e da cunha vai reforçar-se, tal como os boys do PS tanto gostam. Triste é que todos vamos pagar por isso, pois para os que ainda não perceberam a educação é mesmo fundamental para o futuro. E estas novas gerações já são um bom exemplo de muitos dos disparates que se fizeram no passado.
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