30 de maio de 2009

Fachina a Três

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Top de bandas sonoras para limpar a casa:



Cassete mal gravada, velha e sem DolbyNR, com os êxitos de vários álbuns de Bon Jovi. "Keep The Faith" (inclusive) para trás.



Ena Pá 2000 - álbum "Enapália 2000". Em CD; este álbum só se tolera com má qualidade em visitas de estudo a Conimbriga.



Guns 'n' Roses - "Use Your Illusion I". Em cassete bem gravada.

t.

nada mais me oferece dizer

«Já sei que o país detesta os professores. Já sei que todos vêem na classe uma cambada de preguiçosos. Sobretudo sei que todos julgam que percebem de educação. Embora se esqueçam da que têm de dar aos filhos. Mas se alguém considera que é assim que se escolhem os melhores precisa de rever rapidamente o seu sistema de valores.
Este é um país onde quase todos se sujeitam a quem tem poder, na esperança de levarem alguma migalha. Sim, porque chateados só ficam quando a migalha não lhes cai no colo. Eu não me revejo neste comportamento. Se assim fosse nunca estaria nesta profissão. Não é o que ensino aos meu alunos e não devia ser isto que os pais desejam para os seus filhos. Independentemente do «miopismo» político. Volto a dizer. Triste é o país que assim trata a educação.»


Escrevi isto em Outubro. Hoje, dia de mais uma manifestação, reitero tudo. Nada mudou. Não sei se este é o momento certo, não sei que adesão vai ter, mas sei que os problemas nas escolas agravaram-se. Tudo o resto é conversa.

yo la tengo

29 de maio de 2009

Wanted


Já se comentou aqui a utilidade do sitemeter para conhecer o perfil de quem nos visita. Esta imagem vem do blog que tem o meu CV.

Esta menina de Aveiro andou lá a roçar-se. Se alguém a conhecer, que me ponha em contacto com a dita. A ruralidade que vem de cima é a melhor.

«...na vagina profunda que é a política em Portugal»

Num debate que apanhei de soslaio, ouvi o ministro Vieira da Silva perguntar se por acaso o candidato Vital Moreira tinha mentido. Mentido quando afirmou que todos «aqueles senhores eram figuras gradas do PSD». Os tais que participaram na «roubalheira» do BPN.
Isto é a política mais mesquinha e mais baixa que existe. É de uma desonestidade intelectual a toda a prova. Sobretudo vinda do PS, que se depara com situações idênticas. No presente e num passado bem recente. A jornalista não pode perguntar sob o risco de violar o seu dever de isenção. E até acho que faz bem. Mas qualquer pessoa com dois neurónios no activo pode. É por acaso mentira que foram consagradas figuras do PS que se viram envolvidas no processo Casa Pia? E sobre o governo de que partido pendem suspeitas no caso de um determinado outlet? Melhor ainda, foi ou não o actual primeiro ministro brindado com acusações de favorecimento na obtenção de um certo grau de licenciatura?
Sinceramente escapa-me como é possível uma tal afirmação passar em claro. E ninguém desmascarar o jogo duplo já habitual nestas circunstâncias, desta vez a cargo de Maria de Belém Roseira.
Depois querem que se leve a política a sério... Ó Manuel João Vieira (já que aqui hoje se falou dele), candidata-te lá meu!

Vá Para Fora Onde Lhe Apetecer




Estes senhores são uns génios.

O problema é que muitos apenas os apreciam pelo registo brejeiro, enquanto outros não consideram apreciá-los pelo mesmo motivo.

Mas têm o seu público, o que nem vai aos concertos para não levar com o primeiro grupo dos 'muitos' referidos acima. Não os alimentamos, mas é por nós que os Irmãos Catita / Ena Pá 2000 labutam. Ou talvez só o façam por eles mesmos, o que explica ainda melhor os resultados.

Podia pôr aqui uma carrada de músicas, mas como o tema da regionalização mental das regiões regionais tem sido abordado por aqui, vai esta. E, como música de visões largas, roça o internacional.

A consideração do Humor superficial como suficiente para se apreciar, mesmo que positivamente, um artista repugna-me. Fazê-lo, é como dizer que Monty Python é igual a Malucos do Riso, mas com piadas diferentes / mais inteligentes. Exemplo deste caso: tomar atenção (positiva ou negativamente) à palavra "Putas" é como ficar a olhar para o dedo quando alguém aponta os porcos no espaço.

t.

I don't care, I'll burn out anyhow

28 de maio de 2009

Portugal's got talent

A hipocrisia é a palavra de ordem. Ninguém percebe ou quer perceber e os jornalistas tratam a questão como um reality show. Se não fosse esta ávida fome de audiências e ratings, dificilmente alguém se preocuparia com esta ou qualquer outra criança. Diga-se, aliás, que como esta existem aos milhares e para conhecer situações de abandono, maus tratos e abuso não é preciso falar da Alexandra. Basta, e basta mesmo, olhar para o vizinho do lado ou para o colega de escola do vosso filho e amiúde verão o que acontece.
O que devia envergonhar todos é a forma como a justiça funciona (e nem sequer é por ter devolvido a criança). E sobretudo o aproveitamento banal feito pela comunicação social. Não são as palmadas que a criança leva, levou ou levará. Até é uma pena que muitas delas não sejam distribuídas pelos filhos destes moralistas que agora gritam pela inocência perdida. Há uma óbvia diferença cultural entre os países de Leste e Portugal. Não sei como fazem, mas sei que as crianças daí oriundas são, usualmente, o exemplo de comportamento em qualquer escola portuguesa. Se calhar somos nós que estamos a falhar e não o contrário.
Com franqueza, este caso só existe por que alguém está a lucrar com isso. Por isso deixem-se lá de manifestações e de ridículas indignações. Para a semana haverá outra professora de Espinho ou outra criança em sarilhos para vos entreter.

I tried my best to leave

27 de maio de 2009

bisca al barça


Confirma-se! Sporting, única equipa da Europa a brindar Barcelona com olés!

Barça, Barça, Baaarça.

garden state

Mais uma banal história americana. O disfuncional aspirante a actor e o seu regresso à terra natal. O guião que já vimos vezes e vezes sem conta. E no entanto tem grandes momentos. Daqueles que nos levam a persistir. E nos devolvem o sorriso.















«And you’ve got to hear this song. It will change your life. I swear…»

26 de maio de 2009

Possibly the greatest of all filmmakers

Agora que as aulas terminaram sempre tenho tempo para algo que é um dos meus passatempos favoritos. O Cinema. Neste caso para Vampyr (1932) de Carl Dreyer. A minha edição chegou há umas semanas e agora posso dedicar-lhe mais atenção. A excelente edição é espanhola e incluiu um documentário de Eric Rohmer.



‘The only film worth watching… twice’
Alfred Hitchcock

Camaradas, Amigos, Palhaços

Obrigado(a) pela vossa colaboração!

Todos sentem que o ano foi em grande parte perdido. Pior: todos sabem que a escola está, hoje, pior do que há um ano.

Correcção, caro António. Há pelos vistos um que não sabe. Ou dois. E há sempre aqueles que não querem saber.

my final bellyache



Já não publicava esta música há mais de um ano. E não passo um dia sem a ouvir...

(vale mesmo a pena ver em HQ)

25 de maio de 2009

Wolf Parade

Apologies to the Queen Mary (2005)



"Give me your eyes, I need sunshine/ Your blood, your bones/ Your voice, and your ghost."

The New Pornographers

Twin Cinema (2005)

"Por Trás dos Montes", um filme

Caros amigos e seguidores. Escrevi um argumento para um filme. Apresento-o ao mundo aqui.


Argumento reduzido de
"Por Trás dos Montes"

Ferrand e Clermont são dois irmãos, sem o saber, filhos de Alzira e Manel, dois emigrantes em França de idade já avançada, mas não velhos. Ambos têm bigode. Ferrand, o irmão mais velho de 23 anos, nasceu fora do casamento dos dois e foi abandonado em criança à porta da propriedade de um empresário de construção civil em Montpellier, Jaquim. Clermont, de 19 anos, vive com os pais em Créteil, nos arredores de Paris. Os dois jovens são estudantes; a profissão dos pais não interessa. Ambos têm vindo a reprimir sentimentos de atracção por pessoas do mesmo sexo.

Ignorando serem irmãos, Ferrand e Clermont, passam férias na mesma aldeia, em Salto, Montalegre, Trás-os-Montes, Portugal. Durante o fim de semana das festas em honra de Nossa Senhora da Guia, na primeira noite, em pleno baile com convidados especiais, ambos trocam olhares lascivos e nasce entre eles um sentimento de atracção. Nessa mesma noite, a seguir ao leilão e quermese, são lançados os fogos de artifício. Uma das canas, ao cair, e ainda incandescente, provoca um incêndio florestal. Toda a aldeia vai em socorro do eucaliptal, ajudando os Bombeiros Voluntários de de Salto e de Montalegre a extinguir o fogo. Aqui haverá cenas em câmara lenta, com os corpos nus da cintura para cima e calças de ganga, em que os dois irmãos se observam languidamente enquanto batem as chamas com umas folhagens que arrancaram do matagal.

Na noite seguinte - já que as festas duram um comprido fim-de-semana - os dois rapazes são incapazes de reprimir, para com o outro, o sentimento de mútua atracção sexual que os une. Depois de cândidos e desajeitados movimentos de engate, passam a noite juntos no recreio da abandonada escola primária. Estão apaixonados.

As férias ainda estão no início, e, sendo Salto uma aldeia pequena, cedo a população descobre a relação entre os dois rapazes, apesar de os mesmos se encontrarem furtivamente nos montes de Trás-os-Montes. São especialmente observados por um grupo de crianças, enquanto nadam apaixonadamente na ribeira. São interrompidos pelos ataques de fisga e pedras que este grupo infantil lhes lança. As mesmas espalham pelas respectivas avós o que viram.

O período de férias que se segue é difícil para os dois irmãos, apaixonados e desconhecendo a intrínseca relação familiar. São insultados na rua, as pessoas comentam e condenam a relação, Manel espanca Clermont e Alzira chora. Após este período de ostracização, bastante explorado e o âmago do filme, o casal decide abandonar as respectivas famílias e amigos, não suportando os ataques de que são alvo.

Decidem renegar todo o seu passado e voltar para França para viver uma vida a dois, seguindo o conselho gritado do cimo de um tractor por um primo afastado: "voltem mas é pr'á França, esse país de paneleiros". Abrem uma empresa de construção civil e decoração de interiores no Marais, em Paris. São plenamente felizes.

Um ano depois, Alzira visita-os e revela, durante o almoço, a relação familiar que tornará o amor dos dois irmãos impossível. Ferrand vê Clermont morrer a seus braços, engasgado.

FIM


Copyright 2009, todos os direitos reservados.
Qualquer semelhança com pessoas, factos ou situações reais é pura coincidência.

it has too much to do with me

auto-de-fé para impedir os tremores de terra

«- E meu caro Pangloss – disse-lhe Cândido -, quando vos enforcaram, dissecaram, açoitaram, e forçaram a remar numa galera, sempre vos pareceu que este era o melhor dos mundos possíveis?

- Sim, mantenho a minha opinião – respondeu Pangloss -, porque, enfim, sou filósofo e não seria decente desdizer-me; além disso, Leibniz não podia deixar de ter razão quando afirmou que a harmonia preestabelecida era a coisa mais bela do mundo, a par da plenitude e da matéria subtil.»

Voltaire, Cândido ou o Optimismo


24 de maio de 2009

the wind picked up, the fire spread

(para ver em HQ)



Provavelmente em nada influenciou, mas há uma óbvia semelhança com o episódio que encerra a terceira temporada de Weeds. Seja como for é essencial ver o genérico. Vale pela série toda. E se não gostarem desta versão há sempre por onde escolher.

Veckatimest

23 de maio de 2009

"olê"

Foi divertido que hoje ouvi Sócrates discursar em Valência. Aquele esforço de hablar em castelhano ficou-lhe muito bem. O homem sabe ler, porra! Claro que o sinal do total provincianismo viria umas horitas mais tarde. Ora o bom do Zapatero, qual Quique ou Camacho, marimbou-se para a cortesia. Lá discursar discursou ele e quem quisesse que o entendesse. Devo dizer que isto a mim nada me chateia. Aquela treta do «nem bom vento nem bom casamento» pouco me diz. Mas num país de gente tão ciosa das suas tradições e sempre tão agastada com a arrogância dos nuestros hermanos, não deixa de ser engraçado verificar tão genuína submissão.

Adeus, Camaradas

Venho por este meio despedir-me deste blog. Não volto a escrever aqui ou a participar nas discussões que vão decorrendo.

Não porque o ache fraco. Pelo menos não muito. Simplesmente encontrei um com um nome muito mais bonito:


(não é obrigatório seguir o link, a visão do próprio foi desde logo determinante neste amor-à-primeira-vista)

Vou ver se me aceitam. Até sempre.

t.

what are we going to do?

21 de maio de 2009

Congregatio Propaganda Fide

Bem sei que não vale a pena gastar o meu Latim a explicar. Novamente. Mas há um gigantesco abismo entre o discurso da ministra da educação e a realidade. A tal «reforma ganha» na avaliação não passa de um simulacro. Tal como a «diferenciação» de que fala. O ambiente nas escolas é podre e quem se chegou à frente está comprometidíssimo com o poder que entretanto se instalou ou em breve se instalará. E o mais preocupante é que nada melhorou. Apenas a mediocridade ganhou terreno.
Apesar de tudo o que os acusam, a grande parte dos professores estaria disposta a mudar se o objectivo fosse a qualidade. Mas não é. Longe disso. Admito, inclusive, que haveria resistência. Essa sim sectária, provavelmente sem grande expressão. E não a que actualmente se observa. O ensino público está pior a cada dia que passa. Quem nele trabalha sabe bem o que resulta das estatísticas e belíssimos dados tão bem preparados e apresentados.
Se ainda não tinha ficado claro o porquê das movimentações (notícias e afins) dos últimos dias talvez agora percebam. Se este ministério fosse da propaganda o seu trabalho seria extraordinariamente meritório. Era suposto ser da educação. Azar o nosso.

Perfeito do Indicativo, Segunda Pessoal do Singular


Não quero saber ou comentar a história da professora, o processo que deverá estar a decorrer, a escandaleira, as tomadas de posição, as opções editoriais da SIC, nada isso.

Há um momento interessante neste vídeo, ligado a outro momento no início. Vejamos:

01:10 - "Eu andei:
12 anos na escola,
+ 4 na faculdade,
+ 2 nos estágios,
+ 2 numa pós-graduação,
+ 1 numa especialização."

Mas / porém / todavia / contudo, oiçamos atentivamente aos 02:40:
"Tu nem sabes no que te (...)".

O que eu gosto da douturada presunção de cultura e sabedoria.
Da sociedade, não da douturada. A presunção, não a cultura ou a sabedoria. Que confusão?

t.



Por amor da santa: Não interessa aqui o caso da professora. O que foi realçado nos tempos do vídeo poderia ter sido dito por qualquer outro socialmente-resplandescente douturado. O problema é a social presunção de cultura e sabedoria perante senhores doutores que, sabendo-o, se vangloriam e se aproveitam da mediocridade pantanosa que os rodeia. E, naturalmente, o problema principal é haver essa presunção de cultura e sabedoria. Não interessa, em si, quem o disse, e muito menos isto será uma crítica directa à pessoa. Esqueçam a professora em questão ou a história original a que este post está ligado. A questão lembrada aqui é deveras abrangente.


wheres the love song to set us free



And youve been so busy lately
That you havent found the time
To open up your mind

And watch the world spinning gently out of time

20 de maio de 2009

is there anything in particular I can help you with?

boas práticas

Hoje descobri uma nova forma de falsear os resultados das provas de aferição. E vejam bem que elas não contam para nada. Não avaliam professores ou alunos. Fui destacado para vigiar uma prova numa escola de 1º Ciclo do agrupamento onde trabalho. Numa conversa informal antes do início da dita alguém cometeu uma inconfidência... Os professores incentivam alguns pais a não trazer os filhos no dia da prova. O objectivo? Simples, ficando os piores de fora o panorama desanuvia. Ainda não tinha ouvido nada assim, mas pelos vistos era o único. Bonito, não acham?

deixei cair novamente o pedaço de pão... 4

Eu não falo mais disto. Quanto mais se sabe mais se percebe que a história foi muito bem manipulada desde o início. Nem quero saber por quem. O resultado é que todos saem mal. A professora, a escola, as alunas e, muito particularmente, os jornalistas da SIC que só agora vão mostrando o contexto em que tudo aquilo aconteceu.
Continuem a divertir-se com o tema e esqueçam o resto. A crise, o desemprego, as eleições, as pressões judiciais, os preservativos na escola (mais uma cambalhota do PS), o BPN, o BPP. Esqueçam também que tudo isto é divulgado à beira de mais uma manifestação e um dia de greve dos professores. É que eu cá não acredito em cabalas ou campanhas negras.

19 de maio de 2009

deixei cair novamente o pedaço de pão... 3

Deixem-me só brincar um bocadinho com o assunto.

A professora engalanou-se por ter uma licenciatura. Levantou a voz e acusou de ignorantes aqueles que ousaram contestá-la. Ameaçou com represálias na avaliação quem adoptou tal procedimento.

Engenheiro, campanha negra, pressões ilegítimas... Estão a ver onde quero chegar?

deixei cair novamente o pedaço de pão... 2

Tenho assistido com espanto ao circo montado desde ontem. As palavras da professora são obviamente de lamentar. Mas é também de lamentar o julgamento sumário feito na reportagem da SIC.
É extraordinário como na gravação pouco ou nada se ouve por parte das duas alunas, como a senhora parece uma e outra vez falar sozinha sem nunca ser interpelada pela turma. A reacção, excessiva, resulta certamente de algo que apenas podemos presumir terá sido discutido. E tudo deve ser enquadrado num determinado contexto. É de uma ingenuidade profunda julgar que o caso se resume àquilo.
Claro que a senhora precisa de descansar. A suspensão não se discute. Mas devia estender-se. As alunas, também elas, cometeram uma falha grave. E permitam-me duvidar da sua total inocência. Aliás, não deve ser por acaso que a própria mãe entrevistada revela o pedido de desculpas feito à professora. Se o autorizou é por certamente saber mais do que revela.
Para quem já formou opinião será interessante ver o acompanhamento dado pelo Público ao caso. A professora não é propriamente retratada como um monstro pelos alunos, bem pelo contrário. Quem viu a notícia da SIC ficou com a sensação que tudo isto já se anunciava há anos, o que não parece real.
Para terminar gostava de corrigir mais um disparate ontem dito na reportagem. A educação sexual é um tema transversal a todas as disciplinas e é normal ser abordado pelos professores em situação de aula. Podem questionar e censurar a linguagem, mas não confundam. É o próprio ministério que incentiva tal prática. Numa aula de História, Biologia ou qualquer outra. Não é aí que a professora agiu mal.

P.S.- Estou a escrever e a ouvir em simultâneo o Opinião Pública da SIC Notícias. Está a ser uma vergonha. Um psicólogo convidado já diagnosticou uma situação clínica à professora e a jornalista não quer que se discuta o uso do telemóvel como meio de obtenção de prova. Pelo meio é óbvio que já há quem queira extrapolar o caso para a generalidade dos docentes e ligá-lo à questão da avaliação. O costume.

it's been so long

O filme de Gondry trouxe-me à memória este outro. Strange Days de seu nome. Não tem o tal toque, mas tem uma banda sonora que impressiona.

18 de maio de 2009

deixei cair novamente o pedaço de pão...

Eu bem vos digo que o que falta aqui é coerência. Independentemente da cor partidária ou do juízo de cada um. Os intervenientes têm pouco em comum, mas é extraordinário como neste caso tão simples (tal como o outro) ninguém estranhe a suspensão. A medida é aplicada enquanto decorre o processo disciplinar. Normal? Então e a presunção de inocência já nada interessa? Ao que parece não. Não para esta professora.
Reparem que isto nem precisava de ser um assunto. Noutros tempos (a long time ago, in a galaxy far far away...) entendia-se que os titulares de cargos políticos assumiam as responsabilidades políticas dos seus actos. Lembro-me de um ministro demitido por uma vírgula, outro por contar uma anedota, outro ainda por não ter declarado uma propriedade. Mesmo que com isso nada tenha beneficiado. Este último chamava-se António Vitorino.
É esta estranha forma de ser do governo de Sócrates que me impressiona. A teimosia, a completa indiferença à opinião pública. O discurso do nós ou o caos, não tão distante do «orgulhosamente sós». E de nada parecem ter medo, tal o sentimento de impunidade. É outra vez a história da mulher, embora isto não seja uma questão de género. Ou se calhar é e já está na altura de pedir antes ao homem para ser sério.

figures from the past stand tall





















Ian Curtis 
(15.Julho.1956_18.Maio.1980)

it will astound you

O Alberto já aqui tinha escrito sobre ele. Eu só ontem o vi. E simplesmente adorei. 

everybody's gotta learn sometimes


17 de maio de 2009

Let's have some fun!!!!

álbum da semana



Au Revoir Simone - Still Night, Still Light

homens verticalmente desfavorecidos


É interessantíssimo observar a falta de verticalidade do PS. O caso Lopes da Mota é só mais um exemplo. Confesso que já nem quero perceber a história. Apenas me limito a verificar a facilidade com que um partido defende a aplicação de pesos e medidas diferentes.
Se isto funciona assim em período de campanha eleitoral, imaginem o que acontecerá se esta gente renovar a maioria. A caça até já começou, mas aí já não haverá qualquer vergonha.

14 de maio de 2009

é verdade que arrepia

Há coisas difíceis de agradecer. Nenhuma outra distinção me daria mais gozo. O Entre Deus e o Diabo é o blog que sigo religiosamente. E eu nem sou homem dado a grandes crenças. Obrigado jorge c., fizeste-me ganhar o dia.

gervásio

O que me leva a escrever este post não é o epíteto «mentiroso». Esse é banal e já pouco significado tem para quem ouve. Estas palavras é que já enjoam.

“Como cidadão apraz-me desejar-lhe um retorno ao país rectangular que construiu nos quatro anos em que governa.”

Várias vezes me questiono sobre o porquê da insistência no rectângulo. Os portugueses do rectângulo que tanto desprezam são quem fornece pão para a boca da região e não é de bom tom cuspir-lhes em cima. Já sei os devaneios da independência e os delírios do «orgulhosamente sós», mas poupem-me. 
Nada me move contra os arquipélagos. Nem contra qualquer região. O bairrismo irrita-me. É absolutamente primário. Já percebemos que na Madeira até as cadeias de Hipermercados mudam de nome, não vá ofender-se a sensibilidade regional. Mas, caramba, acabem lá com o carnaval. Por esta altura até o Gervásio já evoluiu para além das formas geométricas.

she expressed herself in many different ways



(shii's lost control também seria um bom título para um jogo de uma certa consola...)

13 de maio de 2009

Para quem não pode comprar uma shii...

alguém traga uma calculadora

Eu, grande idiota, me confesso. Lá assisti novamente a mais um debate quinzenal. É um exercício de profunda estupidez, bem sei, mas que querem que vos diga? Desta vez, só para aligeirar a coisa e sobretudo para não me sentir sozinho, acompanhei em simultâneo o Twitter. E foi engraçado. Particularmente por a determinada altura me ter envolvido numa troca de palavras com um deputado do PS.
A propósito da intervenção de Jerónimo de Sousa, que questiona o governo sobre a oportunidade da desestabilização que está a provocar na classe dos enfermeiros (podem ver o vídeo, acontece lá para os 4.25), o deputado António Galamba escreveu o seguinte:

@antoniogalamba #deb15 PCP diz "estarmos em tempo de não provocar mais desestabilização". Quem organiza as manifestações?

(é literal, até gravei o tweet por via das dúvidas)

Obviamente não resisti a questioná-lo acerca da sua afirmação. Apesar de já estar habituado, acho sempre engraçado um deputado de um partido dito de esquerda menosprezar tal direito constitucional. A razão de quem protesta, se a luta é justa ou injusta, isso não merece qualquer consideração. E esta é a retórica habitual deste PS. O deputado, tal como o primeiro-ministro adoram esta táctica. Não respondem às perguntas, questionam quem os inquire. E resulta. E depois fazem associações fáceis, como se a lógica, de facto, fosse uma batata. Vejam o que me escreveu mais à frente:

@antoniogalamba Discurso directo a propósito da manif. enfermeiros.Medidas Gov=Desestabilização=Manifs.Só escrevi "Quem organiza as manifestações?

Ora lá está, se o PCP usou tais palavras é só somar dois mais dois. O resultado é obviamente cinco. Parvos somos nós por daí depreendermos algo mais. Eu não sei o que sentem ao ler isto, mas eu senti-me triste ao escrevê-lo. Valha-nos o silogismo demonstrativo. Talvez esse explique
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Uma consola...



que pelos vistos consola homens e mulheres...

11 de maio de 2009

aurea mediocritas

Há dois anos isto era notícia de grande monta, ilustração perfeita da utilização dos dinheiros públicos para proveito partidário. Os anúncios, entregas e inaugurações diárias a que hoje assistimos já não são nada disto. Não devem ser, senão alguém o diria. Sim, pois Portugal é um dos países mais democráticos do mundo. Ah, o orgulho que sinto em olhar para este mapa e reparar que o verde é a cor da esperança...
(vale bem a pena dar uma vista de olhos pelo estudo)

national anthem for the netto generation



*netto is a chain of discount supermarkets

10 de maio de 2009

vocês sabem do que eu estou a falar!

pérolas a porcos

Esta conversa absolutamente ridícula sobre o bloco central já enerva. Serve apenas para legitimar o pedido de maioria absoluta e transmitir a imagem fatalista da falta de qualquer alternativa. Como se algum mal viesse ao mundo se prescindíssemos destes partidos tão honestos e sérios ou, valha-nos Deus, se algum deles fosse obrigado a governar em minoria e fazer compromissos. Os comentadores, cada vez mais distraídos ou propositadamente alheados, andam entretidos. Tão entretidos que nem reparam numa pérola como esta, tão exemplificativa da absoluta necessidade de mandarmos toda esta gente para uma determinada localidade num clima bem tropical.

"Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS"

Elisa Ferreira

Via Entre Deus e o Diabo (obrigado jorgelc pelo alerta)

8 de maio de 2009

(r)Evolução?



Eu sei que bastava ter posto o momento musical do Sérgio Godinho e, aliado ao título do post, não ter escrito mais nada - ou escrever apenas "Episódio de Estreia d'O Tal Canal".

Mas não resisti a pôr mais vídeo para trás porque:

a) é mais um mumento verdadeiramente coltural
2) tudo aquilo é delicioso
γ) tou-me borrifando para os suspiros saudosistas "ai, Herman, quem te viu e quem te vê"

t.

que inauguração se fez hoje?

Sempre tive particular apreço por D. Manuel Martins. Nos tempos de outra maioria absoluta foi dos poucos capazes de denunciar e expor o que muitos se recusavam a ver. Por isso foi com agrado que li as palavras que proferiu. Hoje como há vinte anos mantém a lucidez e, perante mais uma situação que afecta a “sua” comunidade, resolveu alertar para o risco que ninguém quer assumir e que está latente. É óbvio que é mais fácil considerar as palavras alarmistas e desapropriadas. Ver nelas interesses políticos ou partidários. Classificar o homem como um perigoso comun...cmun... commun... enfim, opositor ao regime. Só que não é honesto. Este sempre foi o seu comportamento e ele parece cada vez mais necessário. Pelo menos enquanto a classe política se mantiver alheada da realidade. Há vida para além das inaugurações e da banda larga. Ou ainda estão em crer que a sul só há deserto? 

Boião de Cultura


Este pequeno quadrinho já serviu para algumas coisas neste blog e tem sido determinante para separar os conteúdos verdadeiramente cultos de... enfim, do resto.

Coloco-o aqui para iluminar relativamente às indirectas referências ao mesmo e para que as mesmas ultrapassem o domínio da private joke, apesar de sempre merecida. A ignorantonice por vezes deve ser respeitada, mas a mim nunca mo apetece. Porque a cultura nunca é demais, principalmente se for da verdadeira.

Concluindo: O quadrinho é um bom quadrinho - e quem não o perceber é javardola.



t.

7 de maio de 2009

you´re going to reap just what you sow

Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
Its such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.


A Ternura dos Quarenta

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.
Para lembrar também o Maio de 68.

Vai-se comentando, mas não com a mesma força do ano passado. O número redondo é sempre mais atractivo, mesmo que possa denotar uma iminente crise de meia idade.

...Infelizmente, para cantar o genérico acima, não convidaram o Jacques Brel, que é conhecido mundialmente - como sabemos - como o Paulo de Carvalho belga que toda a gente pensa que é francês. Esta versão não fica atrás da portuguesa, mas também não fica à frente; empata por ser a original.

t.

6 de maio de 2009

as part of an adverb II

Já aqui escrevi isto em Março. O Estatuto do Aluno só está bem mesmo no caixote do lixo. O PS não quer saber. E pelos vistos tem raiva de quem sabe. Da forma dissimulada do costume, claro. Por aquelas bandas é só gente séria e com sentido democrático. Os outros é que são todos uns ignóbeis vilões. Mesmo alguns camaradas de armas. Viva a democracia! Viva a liberdade!

and I don't have to love or think too much



I'm a curse and i'm a sound,
When I open up my mouth,
There's a reason I don't win,
I don't know how to begin

5 de maio de 2009

bananas, senhor Basílio, bananas!

Até me apetecia comentar a falta de nível demonstrada pelo ministro. Ou tecer considerações sobre o envolvimento de um quadro da administração pública na política partidária. Mas, na verdade, quando o nome de Basílio Horta vem à baila, só me ocorre a campanha presidencial de 1991. E penso nas voltas que a vida dá. Na indignação do PS com a agressiva campanha daquele ex-militante do CDS. No incrível debate que o opôs a Soares e na falta de nível demonstrada então. O padrinho, as bananas, enfim... Já nada importa, bem sei. Para manter o poder tudo vale. Mas é uma vergonha e nenhum militante socialista devia orgulhar-se disto. Claro que isto não é nenhuma novidade. Depois de Zita, Freitas ou Vital, já tudo se espera. Só não esperem é respeito, que esse nada fazem para o merecer.

power out

4 de maio de 2009

děkuji Vasco (II)

Não tirei nessa bela cidade de Praga, mas também foi em algo oriundo do Bloco de Leste comun...cmun... commun...  enfim, Cracóvia.

Fica a homenagem.

děkuji Vasco

 

E Agora Algo Verdadeiramente Culto


Bem, quanto às piadas referentes aos clichés nem vale a pena referir-me
...ooops, já me referi.

O objectivo franco-americano será tornarem-se açoreanos?

Tradução verdadeiramente culta?:
0:23 - "Bonjour!" = "Então, como está?"
2:08 - "Pourri." = "Merdoso."
2:18 - "Récession Économique Catastrophique." = "Afinal o Capitalismo e a Economia de Mercado funcionam ou não?"
5:40 - (...)"secure" = "Not in my backyard!" (...ãh?)
6:54 - (...)"massage" = "Sim, aí mesmo, sim... agora um pouco mais à direita ...isso..."
8:05 - "Vive la France!" = "Qual é a capital da França?"
8:08 - "Vive la Christine Lagarde!" = "Não me lembro, mas acho que conheço alguém que lá vive."

t.

there are times when I feel

3 de maio de 2009

it's so much more brighter than the sun is to me

o ódio visceral não justifica tudo

Pelo meio de uma ameaça pandémica, da ridícula vitimização de uma delegação socialista e de uma crise que lentamente vai afectando todos, parece que ninguém quis dar importância a esta decisão. E ela é bem relevante, pois expõe a completa ilegalidade durante meses anunciada e sempre desmentida por estes arautos do civismo e do cumprimento das regras democráticas. Abstenho-me de fazer muitos mais comentários. A educação nunca esteve tão mal em Portugal. Por muito que a queiram embelezar de tecnologias e modernidade.

2 de maio de 2009

alguém sabe o resultado do Sporting?

Na minha memória o jogo de hoje...



...só encontra paralelo com este.



Deve ser por isto que afinal até gosto de ver futebol.

do que estavam à espera?

É adorável assistir à forma como o assunto está a ser tratado. Reparar na atenção súbita dada a uma acção sindical. É espantoso assistir à indignação do ofendido, de dedo apontado à intolerância de uma esquerda sectária, servil ao partido e aos interesses sindicais. Como é maravilhoso este assomo de consciência cívica. Claro que isto é o óbvio. O politicamente correcto. E nem contesto a legitimidade da análise. Mas perdoem-me que coloque a questão de outra maneira.

Vital Moreira foi um dirigente comunista. Durante anos assumiu a defesa dos que ontem o insultaram. Foi camarada, amigo, palhaço. É assim tão difícil compreender a indignação? Perceber a reacção daqueles que foram completamente descredibilizados por um governo dito socialista? É que há uma completa falta de decência em toda esta questão. O que aconteceu ontem é nada mais do que a manifestação de um sentimento de muitos e não apenas de uns quantos sindicalistas. Resulta da incredulidade típica de quem se sente traído. De quem repara na completa indiferença daqueles que outrora os defenderam. Quer-me cá parecer que situações como esta se vão tornar mais corriqueiras. E embora deteste esta arruaça (que foi só isto que foi, nada mais), parece-me que será cada vez mais frequente.

Não é possível este poder político continuar no seu pedestal. O capital de confiança que detêm esfumasse diariamente. As pessoas sentem-se abandonadas. E Vital é um dos maiores exemplos. Já aqui tinha afirmado que é difícil perceber como pode assumir o papel de marioneta de um partido que claramente esqueceu uma boa parte da sua base de apoio. O que lhe aconteceu ontem foi isto mesmo. E tudo o resto é conversa. A comparação com o incidente da Marinha Grande é estúpida. Fica-lhe mal usá-la.

É sintomático que 35 anos depois o que mais se reafirma seja a necessidade de uma nova revolução. E quem na anterior participou não percebe. Pelos vistos nem à estalada. What’s wrong with this picture?