Vital Moreira foi um dirigente comunista. Durante anos assumiu a defesa dos que ontem o insultaram. Foi camarada, amigo, palhaço. É assim tão difícil compreender a indignação? Perceber a reacção daqueles que foram completamente descredibilizados por um governo dito socialista? É que há uma completa falta de decência em toda esta questão. O que aconteceu ontem é nada mais do que a manifestação de um sentimento de muitos e não apenas de uns quantos sindicalistas. Resulta da incredulidade típica de quem se sente traído. De quem repara na completa indiferença daqueles que outrora os defenderam. Quer-me cá parecer que situações como esta se vão tornar mais corriqueiras. E embora deteste esta arruaça (que foi só isto que foi, nada mais), parece-me que será cada vez mais frequente.
Não é possível este poder político continuar no seu pedestal. O capital de confiança que detêm esfumasse diariamente. As pessoas sentem-se abandonadas. E Vital é um dos maiores exemplos. Já aqui tinha afirmado que é difícil perceber como pode assumir o papel de marioneta de um partido que claramente esqueceu uma boa parte da sua base de apoio. O que lhe aconteceu ontem foi isto mesmo. E tudo o resto é conversa. A comparação com o incidente da Marinha Grande é estúpida. Fica-lhe mal usá-la.
É sintomático que 35 anos depois o que mais se reafirma seja a necessidade de uma nova revolução. E quem na anterior participou não percebe. Pelos vistos nem à estalada. What’s wrong with this picture?
2 comentários:
Para si, é perfeitamente normal que dirigentes convidados pela CGTP sejam agredidos e insultados? Assim se vê "a força do PCP"! Esta é a verdadeira face, a verdadeira "democracia" (à laia dos regimes ditatoriais norte-coreanos, cubanos e chineses) do Partido Comunista Português. Mas enfim, nada de novo. Só um cidadão muito tótó é que esperaria outro tipo de comportamento dos comunistas portugueses.
Para mim não é normal. É expectável. Mas em matéria de democracia é sempre engraçado ver o que o roto diz ao nú.
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