19 de maio de 2009

deixei cair novamente o pedaço de pão... 2

Tenho assistido com espanto ao circo montado desde ontem. As palavras da professora são obviamente de lamentar. Mas é também de lamentar o julgamento sumário feito na reportagem da SIC.
É extraordinário como na gravação pouco ou nada se ouve por parte das duas alunas, como a senhora parece uma e outra vez falar sozinha sem nunca ser interpelada pela turma. A reacção, excessiva, resulta certamente de algo que apenas podemos presumir terá sido discutido. E tudo deve ser enquadrado num determinado contexto. É de uma ingenuidade profunda julgar que o caso se resume àquilo.
Claro que a senhora precisa de descansar. A suspensão não se discute. Mas devia estender-se. As alunas, também elas, cometeram uma falha grave. E permitam-me duvidar da sua total inocência. Aliás, não deve ser por acaso que a própria mãe entrevistada revela o pedido de desculpas feito à professora. Se o autorizou é por certamente saber mais do que revela.
Para quem já formou opinião será interessante ver o acompanhamento dado pelo Público ao caso. A professora não é propriamente retratada como um monstro pelos alunos, bem pelo contrário. Quem viu a notícia da SIC ficou com a sensação que tudo isto já se anunciava há anos, o que não parece real.
Para terminar gostava de corrigir mais um disparate ontem dito na reportagem. A educação sexual é um tema transversal a todas as disciplinas e é normal ser abordado pelos professores em situação de aula. Podem questionar e censurar a linguagem, mas não confundam. É o próprio ministério que incentiva tal prática. Numa aula de História, Biologia ou qualquer outra. Não é aí que a professora agiu mal.

P.S.- Estou a escrever e a ouvir em simultâneo o Opinião Pública da SIC Notícias. Está a ser uma vergonha. Um psicólogo convidado já diagnosticou uma situação clínica à professora e a jornalista não quer que se discuta o uso do telemóvel como meio de obtenção de prova. Pelo meio é óbvio que já há quem queira extrapolar o caso para a generalidade dos docentes e ligá-lo à questão da avaliação. O costume.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hummm... Pois! Os professores péssimos devem ser aqueles que são exigentes, que não são facilitadores e na aula dão efectivamente matéria! Esta é uma porreira!

jorgefm disse...

Eu não faço ideia se a senhora é péssima ou excelente. Mas não creio ter escrito nada que leve a essa conclusão. Ou escrevi? E só por completo desconhecimento alguém pode julgar que numa aula do ensino básico nunca surgem temas como este. E abordá-los não retira exigência. Para quem o faz bem só acrescenta.