Há concertos de boa memória. Foi num Sudoeste, provavelmente lá para 2001 ou 2002. O ano também não é importante. Mas foi a primeira vez que Alison Goldfrapp nos brindou com a sua visita. Foi um início de noite mágico, com uma luz magnífica, uma temperatura condizente e um público a preparar-se para o início das festividades. Logo o primeiro dia era de encher as medidas. Para além de Goldfrapp, actuavam Stereo Mc´s, PJ Harvey e Placebo.
Quando o concerto começou estava tudo sereno. Umas dezenas de pessoas sentadas em frente ao palco, simplesmente na expectativa. Por esta altura este duo tinha um único álbum e ainda não atraia grandes multidões. Provavelmente hoje nem será muito diferente, apenas o nome já provoca outro impacto em qualquer cartaz.
Seja como for, a verdade é que a voz da dita Alison encheu o palco e o resultado foi inesquecível. Pareceu misturar-se com toda aquela atmosfera e por momentos fomos todos transportados para outro local. Aparentemente bem longe daquela poeirenta herdade. Acho que flutuámos um pouco pelo meio da planície, meio incrédulos com o que estávamos a assistir.
Sem dúvida por causa daquele dia, a relação que passei a manter com Goldfrapp tornou-se duradoura. Felt Mountain tornou-se algo mais do que um bom álbum e tornei-me bem mais atento aos trabalhos que iam lançando.
Só agora, porém, com Seventh Tree, voltei a sentir um pouco daquele concerto. Desde que o álbum foi lançado já o ouvi umas boas dezenas de vezes. E ontem, provavelmente por causa do entardecer magnífico e da magnífica praia onde estava, relembrei-me do tal Sudoeste. Aconselho vivamente. E é como quase toda a música. Ouve-se melhor em contextos específicos. Para mim Goldfrapp será sempre sinónimo de descontração.
O vídeo que escolhi acaba por retratá-los bem. E dá para sentir um pouco do que vos falei. Pelo menos para quem aquele momento viveu.
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