Um dos filmes que me marcou para toda a vida foi o Cinema Paraíso. Lembro-me bem de ter resistido à ideia de o ir ver. Aos 16 anos o cinema europeu da década de 80 ainda parecia intelectual e enfadonho. Claro que o facto de estar contrariado não impediu que o filme me afectasse e que desde então já o tenha revisto umas dezenas de vezes.
Sei bem que não sou o único que sinto o filme desta forma. É daqueles guiões que transportam um pouco de nós para a tela e que parecem fazer-nos reviver pedaços da nossa vida. Para mim, então, foi brutal. A identificação foi quase absoluta. Aquele Alfredo era para mim uma imagem muito querida. Foi o avô que sempre esteve presente depois da morte do meu pai e que me acompanhou em alguns dos momentos mais difíceis. Claro que é isto que as histórias pretendem. As boas têm sempre personagens que nos retratam ou que nos identificam. Não é segredo. Mas é sem dúvida mestria.
A banda sonora é também ela inesquecível. Para mim a melhor composição de Ennio Morricone, que ouço variadíssimas vezes.
O vídeo que aqui publico é a cena final do filme. Aviso desde já que quem não viu não deve agora ver. O filme vale como um todo. E deve mesmo ser visto. É um momento único da história do cinema, aliás repetidamente usado pelas televisões quando do tema se fala. E, não o escondo, emociono-me sempre que vejo estas imagens. Parecem sempre novas e surpreendentes. Geniais.
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