20 de junho de 2008

exames e vigilâncias

Aquela que para os alunos é uma altura de grande ansiedade, mas também de entusiasmo, é para mim um pesadelo. Falo da época de exames. Nunca sofri com ela como este ano. Por caprichos que nem quero compreender, apenas um terço dos professores estão destacados para este serviço, o que implica realizar entre as quatro e as sete vigilâncias só nesta primeira fase. Claro que não devia ser assim. Claro que era evitável. Claro que a minha opinião para nada interessa.
Um aspecto de tudo isto tenho, porém, de salientar. Realmente não estou talhado para simplesmente ver as horas a passar. Os ponteiros do relógio parecem presos e a angústia aumenta. Nunca gostei, em nenhuma das profissões que já tive, de nada fazer. E menos ainda quando a única coisa que podemos fazer é respirar. Compreendo que haja quem não se importe, mas eu não passo o tempo a pensar de que cor pintar o tecto. Preciso de estar ocupado, de ler, de falar, enfim, de viver. Exactamente o que me é negado durante essas horas. O drama é que ainda só fiz quatro vigilâncias. Dez horas e meia sem nada fazer em apenas três dias. E segunda-feira recomeça. E pelo meio continuo a ensinar à noite. Nestas condições, e infelizmente, apenas o que consigo, não o que desejo.

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