17 de março de 2009

inocuidade

O deputado António Filipe queixava-se há pouco no Twitter que amanhã seria mais um dia de propaganda na Assembleia. Provavelmente tem razão. Propus-lhe, então, que não colaborasse. Que o silêncio seria uma fantástica resposta.

Imaginem como seria interessante nos próximos debates com o primeiro ministro deixá-lo entregue à sua própria verborreia. E reparem que até faria sentido. De uma forma ou de outra ele nunca responde ao que lhe perguntam. Qualquer afirmação é imediatamente transformada numa campanha infame. E contra este nível de discussão política o silêncio faz sentido.

O deputado respondeu, como seria de esperar, que não é esse o papel dos deputados, que são pagos para intervir. O problema é que neste momento é esta a democracia que temos. Era importante por uma vez espremer até ao tutano o discurso de Sócrates. E sem resposta rapidamente se perceberia a sua inocuidade e superficialidade. Sei bem que até estou a ser inocente. Mas nem estou assim tão distante da realidade.

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