Custa-me a compreender o que se passa no PSD. Bem sei que Manuela Ferreira Leite não gosta muito de falar. Até admiro esta qualidade. Seria bom se todos os políticos falassem estritamente quando necessário. Compreendo a dificuldade em apresentar alternativas quando as políticas do governo colidem com as pretensões de direita sempre defendidas em anteriores momentos. Percebo, inclusive, que com populistas como Menezes se torne complicado afirmar uma diferença para o actual PS. Mas esta decisão (iminente, ao que dizem) de apresentar Santana Lopes como candidato à câmara de Lisboa é incompreensível. É deixar António Costa ganhar por falta de comparência.
Nem vou fazer apreciações sobre as qualidades (ou falta delas) de Santana. Pouco me importa analisar se fez ou não um bom trabalho enquanto presidente do município. O tempo é que não pode voltar para trás. Este é um disparate ridículo, como ridículo seria o PS apresentar João Soares às eleições. E as consequências estão à vista. A descridibilização do partido é completa.
A culpa não é só da actual direcção, provavelmente até estará mais lá para o lado das famosas «bases» que Menezes tanto fala. Claro que as «bases» sabem tanto quanto os treinadores de bancada num jogo de futebol, mas enfim... Agora a um ano de eleições continuar nesta guerra interna é suicídio. O PS até pode agradecer, mas o resto do país suspira por uma alternativa e começa a ficar desesperado. Um partido com o minímo de responsabilidade não pode actuar desta maneira.
Só um aparte. Tenho ouvido por aí alguns papagaios a dizer que isto nunca aconteceria no PS. O ridículo é evidente e basta-me relembrar dos governos de Cavaco e do PS na oposição para me lembrar disso. O desastre era o mesmo e por isso aturámos dez anos de «nunca me engano e raramente tenho dúvidas!». Tenham juízo!
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