14 de outubro de 2008

orçamento

Se há personagem que abomino neste nosso Portugal é Bagão Félix. Nunca apreciei o ar beato, as opiniões clubísticas e muito menos o seu desempenho como ministro. Sempre o olhei como uma espécie de Mr. Burns, versão nacional. Não esqueço que é responsável por um código do trabalho abusivo e que, com o seguimento dado por este PS, nos colocará em termos sociais no século XIX. E digo sem rodeios, pois não admiro a selva no trabalho, mesmo quando lhe chamam competitividade.
É-me, portanto, difícil concordar com uma proposta sua. Questiono-me sempre quais as verdadeiras intenções que a ela presidem. As suas declarações de hoje são obviamente populistas. Defender que o governo desconte em sede de IRS o aumento das prestações da casa é uma excelente ideia, que estou certo nunca proporia se fizesse parte do governo.
A verdade é que apesar da pretenção eleitoralista a proposta faz todo o sentido. O actual governo está a tomar medidas semelhantes para com as empresas. E sempre com o nosso dinheiro. Não é por isso dispiciente pedir o mesmo comportamento para com o cidadão comum.
À hora que escrevo ainda não sei o que vai ser apresentado como proposta de orçamento. Apesar da crise estou à espera do orçamento mais favorável deste governo. Para isso se preparou durante três anos. O que gostava era que as pessoas começassem a olhar para estas questões como devem. Nem sempre as medidas populistas são de deitar fora. Esta era daquelas medidas que de facto beneficiava todos. Eu não a rejeito só porque é feita com outras intenções.

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