Afirmo várias vezes neste espaço que o nosso governo é especialista na arte da ilusão. Se assim não parece a muitos é porque infelizmente a nossa comunicação social é «cliente» deste executivo e, claro está, por ausência de uma oposição com que a maioria se identifique (PSD). Este é um dos grandes problemas da nossa democracia diga-se, pois, tal como no futebol, o típico português só está bem com quem vence, ainda que isso a lado nenhum o leve.
A situação económica mundial é grave e o governo sabe disso. A crise nunca nos abandonou e qualquer cidadão que mereça o seu salário sabe certamente ao que me refiro. Ali por S. Bento, porém, e apesar de o saberem antes de todos nós nos apercebermos da verdadeira dimensão do problema, sempre se desmentiu este cenário. Nas últimas semanas o governo multiplicou, inclusive, as declarações anti-catástrofe, assegurando que tudo está bem com os nossos bancos e com o sistema financeiro português. Ora se tudo está bem porque razão temos nós contribuintes de financiar as medidas de apoio às PME hoje anunciadas na Assembleia da República? Para qualquer um de nós a resposta é (ou deveria ser) óbvia e está directamente relacionada com a necessidade de salvar algumas dessas empresas e, por consequência, os postos de trabalho, o consumo e evitar aquele «ciclo vicioso» recorrente do sistema capitalista (sim, é por isto que valia a pena estar atento às aulas do 9º ano!).
O problema é que mais uma vez isto é anunciado sem que praticamente ninguém aponte a contradição com tudo o que antes foi afirmado e sem a assunção de responsabilidades por tudo o que antes foi negado com veemência, mesmo quando o bom senso indicava a irresponsabilidade de tais afirmações.
Vejo muitos preocupados com os «pregões» dos jornais. Com a dona Alberta que foi assaltada em plena luz do dia e com o assaltante que roubou o supermercado da esquina. Com o Benfica ou o Sporting que não ganham ou com o reforço milionário que não rende. A cabeça não dá para mais. O resto é chato ou é sempre a mesma coisa como já várias vezes ouvi.A mim chateia-me esta postura. É meio caminho andado para o fim deste sistema político. Eu cá gosto pouco de ser entretido e ainda menos de ser enganado.
Gostava só de alertar para esta situação. Toda esta conversa abre caminho para a sensação de inevitabilidade do apoio aos bancos e às grandes empresas. Eu até estarei de acordo com tais medidas (se de nacionalizações se tratarem), mas apenas se os responsáveis não forem premiados com salários de milhões como aconteceu nos Estados Unidos. E atenção, que a maior parte dos nossos bancos apresentaram lucros brutais e crescentes nos últimos anos. Era bom que desta vez não passássemos por tolos. E num momento em que todos estão tão indignados com o aumento da criminalidade era igualmente útil que se preocupassem com este criminosos de colarinho branco (e não, não estou a falar de padres). Aqueles que nos roubam com taxas e com fugas aos impostos, que contratam empresas para arranjar estratagemas para ludibriar o aparelho fiscal e que, todos os dias, nos privam daquilo que tanto nos esforçamos para manter. Um bom sistema de saúde, educação, segurança social... Essa deveria ser a nossa maior angústia. E certamente iria reflectir-se na tal criminalidade que agora anda como a pasta medicinal Couto (na boca de toda a gente, para os que sofrem do célebre generation gap).
A situação económica mundial é grave e o governo sabe disso. A crise nunca nos abandonou e qualquer cidadão que mereça o seu salário sabe certamente ao que me refiro. Ali por S. Bento, porém, e apesar de o saberem antes de todos nós nos apercebermos da verdadeira dimensão do problema, sempre se desmentiu este cenário. Nas últimas semanas o governo multiplicou, inclusive, as declarações anti-catástrofe, assegurando que tudo está bem com os nossos bancos e com o sistema financeiro português. Ora se tudo está bem porque razão temos nós contribuintes de financiar as medidas de apoio às PME hoje anunciadas na Assembleia da República? Para qualquer um de nós a resposta é (ou deveria ser) óbvia e está directamente relacionada com a necessidade de salvar algumas dessas empresas e, por consequência, os postos de trabalho, o consumo e evitar aquele «ciclo vicioso» recorrente do sistema capitalista (sim, é por isto que valia a pena estar atento às aulas do 9º ano!).
O problema é que mais uma vez isto é anunciado sem que praticamente ninguém aponte a contradição com tudo o que antes foi afirmado e sem a assunção de responsabilidades por tudo o que antes foi negado com veemência, mesmo quando o bom senso indicava a irresponsabilidade de tais afirmações.
Vejo muitos preocupados com os «pregões» dos jornais. Com a dona Alberta que foi assaltada em plena luz do dia e com o assaltante que roubou o supermercado da esquina. Com o Benfica ou o Sporting que não ganham ou com o reforço milionário que não rende. A cabeça não dá para mais. O resto é chato ou é sempre a mesma coisa como já várias vezes ouvi.A mim chateia-me esta postura. É meio caminho andado para o fim deste sistema político. Eu cá gosto pouco de ser entretido e ainda menos de ser enganado.
Gostava só de alertar para esta situação. Toda esta conversa abre caminho para a sensação de inevitabilidade do apoio aos bancos e às grandes empresas. Eu até estarei de acordo com tais medidas (se de nacionalizações se tratarem), mas apenas se os responsáveis não forem premiados com salários de milhões como aconteceu nos Estados Unidos. E atenção, que a maior parte dos nossos bancos apresentaram lucros brutais e crescentes nos últimos anos. Era bom que desta vez não passássemos por tolos. E num momento em que todos estão tão indignados com o aumento da criminalidade era igualmente útil que se preocupassem com este criminosos de colarinho branco (e não, não estou a falar de padres). Aqueles que nos roubam com taxas e com fugas aos impostos, que contratam empresas para arranjar estratagemas para ludibriar o aparelho fiscal e que, todos os dias, nos privam daquilo que tanto nos esforçamos para manter. Um bom sistema de saúde, educação, segurança social... Essa deveria ser a nossa maior angústia. E certamente iria reflectir-se na tal criminalidade que agora anda como a pasta medicinal Couto (na boca de toda a gente, para os que sofrem do célebre generation gap).
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