«O PM fez uma referência ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Eng. Paulo de Azevedo durante o período que durou a OPA, o que me levou a reflectir sobre o sentido daquela referência e se nela havia alguma mensagem, pois não me pareceu vir a propósito. Qualquer interpretação sobre o sentido da alusão é sempre subjectiva mas, por exemplo, conteria ela alguma referência a uma alteração dessa boa relação? Ou interferia na relação que tenho com Paulo Azevedo?»
Esta declaração está reproduzida nas actas das audições levadas a cabo pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) sobre as eventuais pressões exercidas para abafar o caso da licenciatura de José Sócrates e são produzidas pelo director do Público José Manuel Fernandes. Aconselho vivamente a leitura deste documento bem revelador do estado da democracia em Portugal e do modus operandi dos políticos cá no burgo. Para não se esforçarem muito deixo aqui o link: http://www.erc.pt/documentos/Audi%E7%E3o%20vers%E3o%20JMF.pdf
O director deste diário considera obviamente que esta referência ao seu empregador foi uma tentativa de abafar o caso. Desnecessário será dizer que o primeiro ministro rejeita veementemente essa insinuação, tal como rejeitou tantas antes desta. Interessante é verificar que em momento algum desmentiu ter proferido aquela frase. Claro que, tal como diz José Manuel Fernandes, podemos interpretar o que quisermos. Mas é preciso ser tolo para acreditar que não havia um segundo sentido.
Relembro que é a este homem (Sócrates) que pretendemos entregar os destinos do país no próximo ano. Ainda chamam de burros aos americanos por reelegerem Bush. Valha-me Deus!
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