Eu bem posso tentar não falar deste primeiro ministro, mas ele gosta mesmo de se por a jeito. Ficámos a saber que o Magalhães é como o TinTin. Vá lá que não disse que dois Magalhães equivaliam a «dois tintins». Teria sido o momento da cimeira. Até daria cachecóis, tal como o «por que no te callas?» aqui na vizinha Espanha.
O preocupante, porém, não é isso. Já sabíamos que o PS gosta muito de «boys». O que não sabíamos é que eles são de facto boys, uns rapazes na verdadeira acessão da palavra. Sim porque se os acessores de Sócrates usam esta maravilha da tecnologia ibero-americana (as palavras não são minhas), não podem por certo ter mais de 7 anos. E se assim for pergunto: o que levam para transportar o almoço? Uma lancheira da Hello Kitty?
Eu cá acho que isto é exploração infantil, digna de investigação da Procuradoria.
31 de outubro de 2008
30 de outubro de 2008
então e eu?
Os bancos registaram nos primeiros nove meses deste ano uma diminuição dos lucros de 41%. Ora se eu não estou equivocado o lucro é o ganho efectivo de uma empresa. Depois de todas as despesas, salários e impostos pagos.
Se assim é, então para quê disponibilizar-lhes 20 mil milhões de euros. Nenhuma instituição bancária fala em prejuízos, apenas em diminuição de lucros. Nem sequer o BCP, depois da escandalosa gestão dos últimos anos e que todos ficámos a conhecer recentemente. Continuam a ganhar milhões, apenas alguns a menos. Isto é ou não é um país de tolos governado por vigaristas?
P.S.- Já agora, ó Sócrates, não se arranja aí um subsidiozinho? É que eu há quase uma década que tenho uma diminuição de lucros. Já sei que lhe chamam aumento abaixo da inflação, mas ainda assim...
Se assim é, então para quê disponibilizar-lhes 20 mil milhões de euros. Nenhuma instituição bancária fala em prejuízos, apenas em diminuição de lucros. Nem sequer o BCP, depois da escandalosa gestão dos últimos anos e que todos ficámos a conhecer recentemente. Continuam a ganhar milhões, apenas alguns a menos. Isto é ou não é um país de tolos governado por vigaristas?
P.S.- Já agora, ó Sócrates, não se arranja aí um subsidiozinho? É que eu há quase uma década que tenho uma diminuição de lucros. Já sei que lhe chamam aumento abaixo da inflação, mas ainda assim...
29 de outubro de 2008
pela dignidade profissional
É em dias destes que devemos orgulhar-nos de pertencer a uma classe. Saí há pouco de uma reunião de departamento, que degenerou em reunião geral de professores improvisada, onde foi aprovada uma moção a solicitar a suspensão do modelo de avaliação proposto pelo ministério da educação.
Não julguem que é uma decisão fácil. Ela pode ter (e provavelmente terá) sérias consequências para os professores que a tomaram. Especialmente para aqueles que, como eu, são contratados e, como tal, descartáveis para quem governa.
A verdade é que nos dias que correm é cada vez mais raro alguém assumir uma posição contra quem manda, por isso hoje apenas quero pensar na justiça da posição tomada. Quero pensar na denúncia de um sistema avaliativo absurdo e que apenas serve os interesses economicistas e dirigistas de quem o ordena. Quero acreditar que é o início de uma luta que acredito irá fazer ouvir-se já no dia 8 de Novembro na manifestação convocada pelos sindicatos.
Para quem não percebe o que se contesta, vou aqui deixar um texto que me enviaram recentemente e que explica de forma simples o que foi decidido unilateralmente pelo ministério. E não é escrito por um professor. Gostaria de dar o crédito devido a quem estas palavras escreveu, mas espero que a sua divulgação seja homenagem suficiente.
Somos a favor de uma avaliação, apenas não podemos aceitar a indignidade que nos impõem. Leiam que vale a pena.
«Avaliação dos professores
Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.). Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos. A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico. A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc... A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética... Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim. A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões? Será???!!!
Já agora... Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes... »
Não julguem que é uma decisão fácil. Ela pode ter (e provavelmente terá) sérias consequências para os professores que a tomaram. Especialmente para aqueles que, como eu, são contratados e, como tal, descartáveis para quem governa.
A verdade é que nos dias que correm é cada vez mais raro alguém assumir uma posição contra quem manda, por isso hoje apenas quero pensar na justiça da posição tomada. Quero pensar na denúncia de um sistema avaliativo absurdo e que apenas serve os interesses economicistas e dirigistas de quem o ordena. Quero acreditar que é o início de uma luta que acredito irá fazer ouvir-se já no dia 8 de Novembro na manifestação convocada pelos sindicatos.
Para quem não percebe o que se contesta, vou aqui deixar um texto que me enviaram recentemente e que explica de forma simples o que foi decidido unilateralmente pelo ministério. E não é escrito por um professor. Gostaria de dar o crédito devido a quem estas palavras escreveu, mas espero que a sua divulgação seja homenagem suficiente.
Somos a favor de uma avaliação, apenas não podemos aceitar a indignidade que nos impõem. Leiam que vale a pena.
«Avaliação dos professores
Já que muitos jornalistas e comentadores defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.). Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos. A carreira seria dividida em duas: Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico. A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc... A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética... Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim. A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões? Será???!!!
Já agora... Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes... »
28 de outubro de 2008
wild thing
Este não deve saber contar para lá dos quatro. Mas sabe cantar e tocar simultaneamente. E sem playback. Não é para todos!
27 de outubro de 2008
em PlayBack
Há bocado surgiu aí um post em que se apreciou o playback televisivo.
Fiquemos conscientes de que não há ninguém tão bom quanto os bateristas a fazer playbacks na TV. Eis duas provas.
Fiquemos conscientes de que não há ninguém tão bom quanto os bateristas a fazer playbacks na TV. Eis duas provas.
26 de outubro de 2008
live at red rocks
Under a Blood Red Sky deve ter sido o álbum dos U2 que mais ouvi na adolescência. É daqueles concertos míticos, exemplo quase único de tudo o que o rock devia ser. Saiu recentemente uma versão para coleccionadores, que inclui um dvd com a actuação em Red Rocks. É mesmo feito à medida de trouxas como eu, que, apesar de o termos na colecção, dificilmente lhe conseguimos resistir. Ainda não o comprei, não sei se por causa dos tempos de crise ou por vergonha de parecer obsessivo-compulsivo. Mas que estou todo roído, estou. Sacanas destes estrategas do marketing!
25 de outubro de 2008
os motivos sinistros da avaliação
Para os muitos que não percebem o que está em causa na avaliação dos professores, seria bom que lessem este texto. Quando o ano passado fomos confrontados com o modelo proposto afirmámos (e afirmamos!) que ele era inexequível e que ocultava objectivos mais sinistros do que os anunciados. O modelo é burocrático, divisionista e caciquista e beneficia aqueles que se destacam pelo acessório e não pela sua efectiva qualidade como docentes. Privilegia quem muitas flores faz, quem muito recorre às novas tecnologias, ainda que sem nexo e sem objectivo, e institui um clima de servilismo para com os agora orgulhosos professores titulares (embora reconheça que nem todos sentem tal satisfação). Propõe-se a avaliar os resultados, a considerar a progressão dos alunos, sem sequer tentar perceber o que os condicionou. Preocupa-se com o resultado final, que tende, por isso, a ser adulterado, particularmente pelos tais vassalos que nunca vão olhar a meios para obter aquilo que mais lhes interessa: a progressão na carreira.
Estes e outros problemas já conhecíamos. Já era perceptível que com este ministério só convive bem quem a ele se submete, mas agora, finalmente, começa a vir ao de cima o porquê de tudo isto. O ano passado uma parte dos professores foi avaliada através de um processo ainda mais ridículo, o simplificado, bem pior e mais absurdo do que aquele que sempre nos avaliou nas últimas décadas. Foi aplicado sem critério pelas escolas do país, consoante a vontade de quem preside aos Conselhos Executivos. Claro está que os resultados foram dispares, sem nexo e com critérios de desempate baseados mais na «linda cor dos olhos» do avaliado do que na sua competência. Muitos casos houve, como o meu, em que obtivemos a nota máxima da classificação (incluindo na tão falada assiduidade, nem uma falta) e isso traduziu-se no Bom, não sujeito a quotas e a mais trabalhos. Na escola onde trabalhei nem sequer atribuíram outras classificações, alegando que para se conseguir melhor era preciso fazer muito mais que o serviço distribuído com competência (???).
Tudo isto é grave. Tem implicações na vida das pessoas, nem que seja no orgulho e na dignidade profissional. Mas é óbvio que a humilhação não podia ficar por aqui. O ministério propôs que para os concursos do ano que vem a nota obtida o ano passado sirva de desempate na graduação dos professores. Bem sei que a maior parte de vós não percebe como isto funciona, mas o nosso futuro profissional pode ficar definido por um lugar nessa lista de graduação. Pode ser a diferença entre quem tem trabalho e quem vai para o desemprego.
A maior parte de nós não foi avaliado justamente. Cada escola tratou a avaliação como entendeu (tal era o desnorte que ia na 5 de Outubro). E os critérios foram tudo menos objectivos e transparentes. Agora vão pesar no concurso do ano que vem, o primeiro para aceder à carreira nos últimos três anos e único para os próximos quatro. Todos suspeitávamos que o plano fosse este. Faltava a prova. E essa prova é o projecto-lei apresentado aos sindicatos.
Já sei que o país detesta os professores. Já sei que todos vêem na classe uma cambada de preguiçosos. Sobretudo sei que todos julgam que percebem de educação. Embora se esqueçam da que têm de dar aos filhos. Mas se alguém considera que é assim que se escolhem os melhores precisa de rever rapidamente o seu sistema de valores.
Este é um país onde quase todos se sujeitam a quem tem poder, na esperança de levarem alguma migalha. Sim, porque chateados só ficam quando a migalha não lhes cai no colo. Eu não me revejo neste comportamento. Se assim fosse nunca estaria nesta profissão. Não é o que ensino aos meu alunos e não devia ser isto que os pais desejam para os seus filhos. Independentemente do «miopismo» político. Volto a dizer. Triste é o país que assim trata a educação.
Estes e outros problemas já conhecíamos. Já era perceptível que com este ministério só convive bem quem a ele se submete, mas agora, finalmente, começa a vir ao de cima o porquê de tudo isto. O ano passado uma parte dos professores foi avaliada através de um processo ainda mais ridículo, o simplificado, bem pior e mais absurdo do que aquele que sempre nos avaliou nas últimas décadas. Foi aplicado sem critério pelas escolas do país, consoante a vontade de quem preside aos Conselhos Executivos. Claro está que os resultados foram dispares, sem nexo e com critérios de desempate baseados mais na «linda cor dos olhos» do avaliado do que na sua competência. Muitos casos houve, como o meu, em que obtivemos a nota máxima da classificação (incluindo na tão falada assiduidade, nem uma falta) e isso traduziu-se no Bom, não sujeito a quotas e a mais trabalhos. Na escola onde trabalhei nem sequer atribuíram outras classificações, alegando que para se conseguir melhor era preciso fazer muito mais que o serviço distribuído com competência (???).
Tudo isto é grave. Tem implicações na vida das pessoas, nem que seja no orgulho e na dignidade profissional. Mas é óbvio que a humilhação não podia ficar por aqui. O ministério propôs que para os concursos do ano que vem a nota obtida o ano passado sirva de desempate na graduação dos professores. Bem sei que a maior parte de vós não percebe como isto funciona, mas o nosso futuro profissional pode ficar definido por um lugar nessa lista de graduação. Pode ser a diferença entre quem tem trabalho e quem vai para o desemprego.
A maior parte de nós não foi avaliado justamente. Cada escola tratou a avaliação como entendeu (tal era o desnorte que ia na 5 de Outubro). E os critérios foram tudo menos objectivos e transparentes. Agora vão pesar no concurso do ano que vem, o primeiro para aceder à carreira nos últimos três anos e único para os próximos quatro. Todos suspeitávamos que o plano fosse este. Faltava a prova. E essa prova é o projecto-lei apresentado aos sindicatos.
Já sei que o país detesta os professores. Já sei que todos vêem na classe uma cambada de preguiçosos. Sobretudo sei que todos julgam que percebem de educação. Embora se esqueçam da que têm de dar aos filhos. Mas se alguém considera que é assim que se escolhem os melhores precisa de rever rapidamente o seu sistema de valores.
Este é um país onde quase todos se sujeitam a quem tem poder, na esperança de levarem alguma migalha. Sim, porque chateados só ficam quando a migalha não lhes cai no colo. Eu não me revejo neste comportamento. Se assim fosse nunca estaria nesta profissão. Não é o que ensino aos meu alunos e não devia ser isto que os pais desejam para os seus filhos. Independentemente do «miopismo» político. Volto a dizer. Triste é o país que assim trata a educação.
24 de outubro de 2008
só gosto de ti
Adoro isto. O playback, as vestimentas, a incrível letra. De uma candura impressionante. E não, não estou a abichanar!
23 de outubro de 2008
22 de outubro de 2008
2HB
A personagem é Brian Slade. Quem lhe dá voz, e acreditem que não estou a inventar, é Thom Yorke. Pelo menos nesta música. Esse mesmo, o dos Radiohead. Na banda tocam, entre outros, Johny Greenwood, companheiro de armas de Thom. O filme é Velvet Goldmine. Um daqueles filmes que, mal acabou, me deixou o desejo de entrar para a sessão seguinte. Se nunca viram, não sei o que andam a fazer com o vosso tempo.
Grande banda sonora. Muitas versões, como esta, feitas propositadamene para o filme. O tema 2HB. O original é dos Roxy Music. Melhor é impossível.
Grande banda sonora. Muitas versões, como esta, feitas propositadamene para o filme. O tema 2HB. O original é dos Roxy Music. Melhor é impossível.
21 de outubro de 2008
professores no seu melhor
Depois de em Março passado ter visto a improvável união dos professores culminar numa manifestação inesquecível, reparo agora que tudo voltou ao normal. Sindicatos e movimentos da classe não se entendem e marcaram duas manifestações para datas diferentes, 8 e 15 de Novembro.
Ora se já é improvável que uma consiga o sucesso obtido em Março, quem é que no seu perfeito juízo acredita que com esta divisão se conseguirá alguma coisa? Infelizmente, e ao que parece, o descontentamento com a actual situação profissional já não é suficiente para gerar consensos. Os sindicatos acusam os movimentos de estarem ao serviço do governo, os movimentos acusam os sindicatos de os ignorarem e no meio de tudo isto quem se lixa é quem escolheu... ensinar.
Há muito que não estou contente com os sindicatos que nos representam. Assim só consigo ficar igualmente descontente com os movimentos que nos querem representar. Não há paciência para lidar com estas parvoíces quando está em cima da mesa um Estatuto da Carreira Docente inacreditável, quando temos de lidar com um imbecil e irresponsável Estatuto do Aluno e quando, no meio de tudo isto, ainda querem aplicar uma avaliação absurda.
Esqueçam as desavenças. Encontrem uma data comum. Estas trapalhadas só nos desacreditam e desprestigiam. Será assim tão difícil esquecer interesses próprios e pensar naqueles que de facto deviam estar a representar. O que a ministra se deve estar a rir disto!
Ora se já é improvável que uma consiga o sucesso obtido em Março, quem é que no seu perfeito juízo acredita que com esta divisão se conseguirá alguma coisa? Infelizmente, e ao que parece, o descontentamento com a actual situação profissional já não é suficiente para gerar consensos. Os sindicatos acusam os movimentos de estarem ao serviço do governo, os movimentos acusam os sindicatos de os ignorarem e no meio de tudo isto quem se lixa é quem escolheu... ensinar.
Há muito que não estou contente com os sindicatos que nos representam. Assim só consigo ficar igualmente descontente com os movimentos que nos querem representar. Não há paciência para lidar com estas parvoíces quando está em cima da mesa um Estatuto da Carreira Docente inacreditável, quando temos de lidar com um imbecil e irresponsável Estatuto do Aluno e quando, no meio de tudo isto, ainda querem aplicar uma avaliação absurda.
Esqueçam as desavenças. Encontrem uma data comum. Estas trapalhadas só nos desacreditam e desprestigiam. Será assim tão difícil esquecer interesses próprios e pensar naqueles que de facto deviam estar a representar. O que a ministra se deve estar a rir disto!
20 de outubro de 2008
lumberjack
Eu queria lá ter de ir trabalhar à segunda-feira. Eu queria era saltar de árvore em árvore e ser... lenhador!
19 de outubro de 2008
powell for obama!
Excelente entrevista. Não só pelo apoio transmitido, mas pela análise. Change we need!
não pirilamparás a mulher do próximo
A propósito do inglês e do humor com a língua de sua majestade.
É isto que torna o Herman brilhante. Uma vez que nos lembramos do que fazia, abre-se uma arca de tesouros incalculáveis. Muito bom!
É isto que torna o Herman brilhante. Uma vez que nos lembramos do que fazia, abre-se uma arca de tesouros incalculáveis. Muito bom!
18 de outubro de 2008
uma visão limitada da arte
A TSF tem à sexta-feira um programa de humor/informação chamado Governo Sombra. Moderado por Carlos Vaz Marques e com Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares. Já o tenho ouvido e tem os seus momentos. Bons no essencial, pois distrai e ajuda com boa disposição a recordarmo-nos dos principais temas da semana.
Na parte final do programa cada um destes artistas é convidado a decretar algo para a semana vindoura e, ontem, entre os decretos de tácticas de futebol e política económica, João Miguel Tavares decreta música portuguesa, nomeadamente o concerto de Deolinda na Aula Magna.
Embora não aprecie, não vejo mal no decreto, pois considero que mal nenhum faz incentivar o que por cá se faz bem feito. Não é original, nem tem metade de todas as virtudes que lhe apontam. É simplesmente um projecto bem conseguido e sobretudo bem vendido de música popular portuguesa, independentemente de todos os rótulos que lhe queiram colar.
O que motiva este texto não é, porém, a qualidade desta Deolinda. É antes a frase utilizada por João Miguel Tavares, classificando-os como uma banda genuinamente portuguesa. Passo a citar: «é música portuguesa mesmo, porque há aqueles músicos que se exprimem naquela língua que eu falo todos os dias que é o inglês, que são a maior parte deles.» Este é daqueles argumentos que só resulta pela insistência. Como é dito tantas vezes pode ser que se torne verdade.
Cada um gosta do que quer e é livre de escolher o que ouve. Quem se revê exclusivamente no que é escrito em português faça favor de apenas isso ouvir. Mas este é daqueles argumentos que esquece toda a envolvência de quem cria música. Estilos existem vários e nem tudo resulta na língua de Camões. Tal como o Fado não resulta na língua de Shakespeare. Mozart, por esta lógica, também nunca deveria ter escrito óperas em italiano.
O que aqui estou a afirmar aplica-se igualmente ao humor. E talvez para mentes iluminadas como esta se torne mais claro o que quero dizer. Uma das minhas piadas favoritas dos Monty Python é a seguinte:
«-American beer is a little bit like making love in a canoe!
- Making love in a canoe!?!
- Yes, it’s fucking close to water!»
Claro que podem dizer que esta não resulta e que o segredo está em escrever de forma a que resulte na própria língua. A verdade é que a piada torna-se diferente, já não pode ser comparada. E na música há estilos que pura e simplesmente não resultam na nossa língua. Digam o que disserem. E está na altura de acabar com este provincianismo. O que é nacional e que nos orgulha tem de ser visto pela qualidade, em todos os campos incluindo o artístico. Independentemente da língua de expressão.
Na parte final do programa cada um destes artistas é convidado a decretar algo para a semana vindoura e, ontem, entre os decretos de tácticas de futebol e política económica, João Miguel Tavares decreta música portuguesa, nomeadamente o concerto de Deolinda na Aula Magna.
Embora não aprecie, não vejo mal no decreto, pois considero que mal nenhum faz incentivar o que por cá se faz bem feito. Não é original, nem tem metade de todas as virtudes que lhe apontam. É simplesmente um projecto bem conseguido e sobretudo bem vendido de música popular portuguesa, independentemente de todos os rótulos que lhe queiram colar.
O que motiva este texto não é, porém, a qualidade desta Deolinda. É antes a frase utilizada por João Miguel Tavares, classificando-os como uma banda genuinamente portuguesa. Passo a citar: «é música portuguesa mesmo, porque há aqueles músicos que se exprimem naquela língua que eu falo todos os dias que é o inglês, que são a maior parte deles.» Este é daqueles argumentos que só resulta pela insistência. Como é dito tantas vezes pode ser que se torne verdade.
Cada um gosta do que quer e é livre de escolher o que ouve. Quem se revê exclusivamente no que é escrito em português faça favor de apenas isso ouvir. Mas este é daqueles argumentos que esquece toda a envolvência de quem cria música. Estilos existem vários e nem tudo resulta na língua de Camões. Tal como o Fado não resulta na língua de Shakespeare. Mozart, por esta lógica, também nunca deveria ter escrito óperas em italiano.
O que aqui estou a afirmar aplica-se igualmente ao humor. E talvez para mentes iluminadas como esta se torne mais claro o que quero dizer. Uma das minhas piadas favoritas dos Monty Python é a seguinte:
«-American beer is a little bit like making love in a canoe!
- Making love in a canoe!?!
- Yes, it’s fucking close to water!»
Claro que podem dizer que esta não resulta e que o segredo está em escrever de forma a que resulte na própria língua. A verdade é que a piada torna-se diferente, já não pode ser comparada. E na música há estilos que pura e simplesmente não resultam na nossa língua. Digam o que disserem. E está na altura de acabar com este provincianismo. O que é nacional e que nos orgulha tem de ser visto pela qualidade, em todos os campos incluindo o artístico. Independentemente da língua de expressão.
17 de outubro de 2008
20 biliões
As idiossincrasias deste país deveriam ser um caso de estudo. De acordo com algumas notícias que hoje li, Portugal conseguiu diminuir os níveis de pobreza, que são calculados, e isto eu não sabia, pelo rendimento médio de cada país. Por cá isto dá um valor de 366 euros, certamente acima do Burkina Faso, mas ainda não motivo de orgulho neste continente europeu.
Outra estatística, divulgada pelo INE, refere que o desemprego está a descer em Portugal, isto num momento em que a crise e as dificuldades parecem afectar cada vez mais pessoas. Aparentemente só existem cerca de 400 mil desempregados, por isso parece que não há motivo para preocupações.
Estes são indicadores positivos, diz o governo, e mostram que estamos no bom caminho. Claro que seria útil reflectir um pouco sobre isto e pensar em primeiro lugar se será legítimo avaliar a pobreza através de tão pobre registo. Esta estatística, como quase todas, é cega. Contabiliza 18% de pobres, aqueles que vivem com 366 euros ou menos. Já não se preocupa com os que ganham 367 euros ou com os «magnatas» que trabalham pelo salário mínimo e estes, sabemos todos, são bem mais do que os tais 2 milhões referidos neste estudo. Aqui ao lado em Espanha, com um custo de vida mais barato com o nosso, poucos seriam os que escapariam a esta horrenda estatística e isto seguindo a tal fórmula de cálculo.
A mentira do desemprego, e não hesito em chamar de mentirosa a esta estatística do INE, baseia-se em malabarismos bem orquestrados por quem tutela o Instituto do Emprego. Só quem está inscrito é considerado, quem está a fazer formação está fora da lista de desempregados, aqueles que são encaminhados para prestar serviços a instituições sob ameaça de perderem o subsídio não contam (e infelizmente só servem para colmatar faltas de pessoal, evitando a criação de um emprego de facto)... Muitos são os artifícios e assim se esconde um dos nossos maiores flagelos. Faz-se propaganda, muitos acreditam e pronto, todos nos sentimos um pouco melhores com a triste realidade em que vivemos.
Ora, neste país das maravilhas, e por coincidência ou não, foi hoje aprovado o cheque em branco de 20 biliões de euros aos bancos nacionais. Os mesmos que nos brindaram nos últimos anos com lucros fabulosos, distribuídos pelos administradores e accionistas, indiferentes aos salários de miséria que auferem os seus empregados e a maioria da população.
Gostaria de lembrar que nos últimos anos pediram-nos enormes sacrifícios. Que nos contentássemos com aumentos abaixo da inflação, com uma maior taxação de IVA e IRS, essencial para reequilibrar as contas públicas. O dinheiro escasseava, diziam-nos, e em nome do bem de todos devíamos aceitar as pensões ridículas, o aumento da idade da reforma e tudo o resto que nos impingiram.
O que era bom que explicassem era como é que num país onde não havia dinheiro para nada há poucos dias e onde se contesta inclusive os 400 milhões de euros do rendimento mínimo, se conseguiu subitamente garantir 20 mil milhões de euros. Eu sei que é o dinheiro de todos nós. 20 biliões. Para cobrir disparates e acrobacias de muitos gestores e financeiros.
É este o país em que vivemos. Não se disponibiliza um milhão de euros para superar o número miserável dos 366 euros do limiar de pobreza. Dizem que não podem fazer mais. Para salvar a banca arranja-se de um dia para o outro 20 biliões. Já há liquidez. Corta-se no subsídio de desemprego e não se incentiva a sua criação. E valha-nos Deus se contratamos mais funcionários púbicos. Mais vale manter os precários, custam menos e despachamo-nos deles mais rapidamente. 20 biliões para a banca. A tal dos off-shores e dos lucros escandalosos. 20 biliões. Pobrezinhos que estão em dificuldades. 20 biliões. Sou só eu que me sinto gozado?
Repeti diversas vezes o número 20 biliões propositadamente. É para ver se alguém repara que é de facto muito dinheiro. Muito que nunca existiu para ajudar quem precisa. Cerca de 9 milhões. 20 biliões para a banca. 20 biliões.
Outra estatística, divulgada pelo INE, refere que o desemprego está a descer em Portugal, isto num momento em que a crise e as dificuldades parecem afectar cada vez mais pessoas. Aparentemente só existem cerca de 400 mil desempregados, por isso parece que não há motivo para preocupações.
Estes são indicadores positivos, diz o governo, e mostram que estamos no bom caminho. Claro que seria útil reflectir um pouco sobre isto e pensar em primeiro lugar se será legítimo avaliar a pobreza através de tão pobre registo. Esta estatística, como quase todas, é cega. Contabiliza 18% de pobres, aqueles que vivem com 366 euros ou menos. Já não se preocupa com os que ganham 367 euros ou com os «magnatas» que trabalham pelo salário mínimo e estes, sabemos todos, são bem mais do que os tais 2 milhões referidos neste estudo. Aqui ao lado em Espanha, com um custo de vida mais barato com o nosso, poucos seriam os que escapariam a esta horrenda estatística e isto seguindo a tal fórmula de cálculo.
A mentira do desemprego, e não hesito em chamar de mentirosa a esta estatística do INE, baseia-se em malabarismos bem orquestrados por quem tutela o Instituto do Emprego. Só quem está inscrito é considerado, quem está a fazer formação está fora da lista de desempregados, aqueles que são encaminhados para prestar serviços a instituições sob ameaça de perderem o subsídio não contam (e infelizmente só servem para colmatar faltas de pessoal, evitando a criação de um emprego de facto)... Muitos são os artifícios e assim se esconde um dos nossos maiores flagelos. Faz-se propaganda, muitos acreditam e pronto, todos nos sentimos um pouco melhores com a triste realidade em que vivemos.
Ora, neste país das maravilhas, e por coincidência ou não, foi hoje aprovado o cheque em branco de 20 biliões de euros aos bancos nacionais. Os mesmos que nos brindaram nos últimos anos com lucros fabulosos, distribuídos pelos administradores e accionistas, indiferentes aos salários de miséria que auferem os seus empregados e a maioria da população.
Gostaria de lembrar que nos últimos anos pediram-nos enormes sacrifícios. Que nos contentássemos com aumentos abaixo da inflação, com uma maior taxação de IVA e IRS, essencial para reequilibrar as contas públicas. O dinheiro escasseava, diziam-nos, e em nome do bem de todos devíamos aceitar as pensões ridículas, o aumento da idade da reforma e tudo o resto que nos impingiram.
O que era bom que explicassem era como é que num país onde não havia dinheiro para nada há poucos dias e onde se contesta inclusive os 400 milhões de euros do rendimento mínimo, se conseguiu subitamente garantir 20 mil milhões de euros. Eu sei que é o dinheiro de todos nós. 20 biliões. Para cobrir disparates e acrobacias de muitos gestores e financeiros.
É este o país em que vivemos. Não se disponibiliza um milhão de euros para superar o número miserável dos 366 euros do limiar de pobreza. Dizem que não podem fazer mais. Para salvar a banca arranja-se de um dia para o outro 20 biliões. Já há liquidez. Corta-se no subsídio de desemprego e não se incentiva a sua criação. E valha-nos Deus se contratamos mais funcionários púbicos. Mais vale manter os precários, custam menos e despachamo-nos deles mais rapidamente. 20 biliões para a banca. A tal dos off-shores e dos lucros escandalosos. 20 biliões. Pobrezinhos que estão em dificuldades. 20 biliões. Sou só eu que me sinto gozado?
Repeti diversas vezes o número 20 biliões propositadamente. É para ver se alguém repara que é de facto muito dinheiro. Muito que nunca existiu para ajudar quem precisa. Cerca de 9 milhões. 20 biliões para a banca. 20 biliões.
reckoner
Este é o mais recente vídeo de «In Rainbows». Realizado por Clement Picon e um dos vencedores do concurso de animação Aniboom for Radiohead.
Uma grande banda também se vê pela capacidade de mobilização que tem no universo criativo. Da música já nem falo. Só acrescento que se este último álbum já me pareceu genial há um ano, hoje ainda me parece mais divinal. É como «Kid A» ou «Amnesiac»; primeiro estranha-se, depois entranha-se. E este tema, Reckoner, é um dos que mais aprecio.
Uma grande banda também se vê pela capacidade de mobilização que tem no universo criativo. Da música já nem falo. Só acrescento que se este último álbum já me pareceu genial há um ano, hoje ainda me parece mais divinal. É como «Kid A» ou «Amnesiac»; primeiro estranha-se, depois entranha-se. E este tema, Reckoner, é um dos que mais aprecio.
16 de outubro de 2008
magalhães à ca(nta)rolada
Ainda estou incrédulo com esta notícia. Parece-me surreal. São imagens de uma acção de formação dada a propósito do famoso Magalhães. Sim, uma das tais formações obrigatórias e que servirão como um dos parâmetros para avaliar o corpo docente. Ao que parece o Ministério (através dos responsáveis pela iniciativa) convida os professores a «inventar» canções e letras de louvor ao portátil.
Eu aqui nem sei o que criticar. Se os imbecis que se predispõem a isto, se os energúmenos que promovem esta palhaçada. Seja como for estes três vídeos disponibilizados no youtube são uma vergonha.
Para todos os que ainda louvam este ministério ponham os olhos nisto. É este o tal ensino sério e com resultados que se promove por cá. A polémica aqui só surge porque felizmente ainda há professores com coragem e dignidade suficiente para denunciarem isto.
Termino como a notícia. Com a nota divulgada pelo Gabinete de Comunicação do Plano Tecnológico da Educação. Segundo estes inteligentes as acções constituíram, para os professores, uma "mais-valia". Será possível ser mais ridículo?
Eu aqui nem sei o que criticar. Se os imbecis que se predispõem a isto, se os energúmenos que promovem esta palhaçada. Seja como for estes três vídeos disponibilizados no youtube são uma vergonha.
Para todos os que ainda louvam este ministério ponham os olhos nisto. É este o tal ensino sério e com resultados que se promove por cá. A polémica aqui só surge porque felizmente ainda há professores com coragem e dignidade suficiente para denunciarem isto.
Termino como a notícia. Com a nota divulgada pelo Gabinete de Comunicação do Plano Tecnológico da Educação. Segundo estes inteligentes as acções constituíram, para os professores, uma "mais-valia". Será possível ser mais ridículo?
15 de outubro de 2008
outra vez?
Custa-me a compreender o que se passa no PSD. Bem sei que Manuela Ferreira Leite não gosta muito de falar. Até admiro esta qualidade. Seria bom se todos os políticos falassem estritamente quando necessário. Compreendo a dificuldade em apresentar alternativas quando as políticas do governo colidem com as pretensões de direita sempre defendidas em anteriores momentos. Percebo, inclusive, que com populistas como Menezes se torne complicado afirmar uma diferença para o actual PS. Mas esta decisão (iminente, ao que dizem) de apresentar Santana Lopes como candidato à câmara de Lisboa é incompreensível. É deixar António Costa ganhar por falta de comparência.
Nem vou fazer apreciações sobre as qualidades (ou falta delas) de Santana. Pouco me importa analisar se fez ou não um bom trabalho enquanto presidente do município. O tempo é que não pode voltar para trás. Este é um disparate ridículo, como ridículo seria o PS apresentar João Soares às eleições. E as consequências estão à vista. A descridibilização do partido é completa.
A culpa não é só da actual direcção, provavelmente até estará mais lá para o lado das famosas «bases» que Menezes tanto fala. Claro que as «bases» sabem tanto quanto os treinadores de bancada num jogo de futebol, mas enfim... Agora a um ano de eleições continuar nesta guerra interna é suicídio. O PS até pode agradecer, mas o resto do país suspira por uma alternativa e começa a ficar desesperado. Um partido com o minímo de responsabilidade não pode actuar desta maneira.
Só um aparte. Tenho ouvido por aí alguns papagaios a dizer que isto nunca aconteceria no PS. O ridículo é evidente e basta-me relembrar dos governos de Cavaco e do PS na oposição para me lembrar disso. O desastre era o mesmo e por isso aturámos dez anos de «nunca me engano e raramente tenho dúvidas!». Tenham juízo!
Nem vou fazer apreciações sobre as qualidades (ou falta delas) de Santana. Pouco me importa analisar se fez ou não um bom trabalho enquanto presidente do município. O tempo é que não pode voltar para trás. Este é um disparate ridículo, como ridículo seria o PS apresentar João Soares às eleições. E as consequências estão à vista. A descridibilização do partido é completa.
A culpa não é só da actual direcção, provavelmente até estará mais lá para o lado das famosas «bases» que Menezes tanto fala. Claro que as «bases» sabem tanto quanto os treinadores de bancada num jogo de futebol, mas enfim... Agora a um ano de eleições continuar nesta guerra interna é suicídio. O PS até pode agradecer, mas o resto do país suspira por uma alternativa e começa a ficar desesperado. Um partido com o minímo de responsabilidade não pode actuar desta maneira.
Só um aparte. Tenho ouvido por aí alguns papagaios a dizer que isto nunca aconteceria no PS. O ridículo é evidente e basta-me relembrar dos governos de Cavaco e do PS na oposição para me lembrar disso. O desastre era o mesmo e por isso aturámos dez anos de «nunca me engano e raramente tenho dúvidas!». Tenham juízo!
14 de outubro de 2008
orçamento
Se há personagem que abomino neste nosso Portugal é Bagão Félix. Nunca apreciei o ar beato, as opiniões clubísticas e muito menos o seu desempenho como ministro. Sempre o olhei como uma espécie de Mr. Burns, versão nacional. Não esqueço que é responsável por um código do trabalho abusivo e que, com o seguimento dado por este PS, nos colocará em termos sociais no século XIX. E digo sem rodeios, pois não admiro a selva no trabalho, mesmo quando lhe chamam competitividade.
É-me, portanto, difícil concordar com uma proposta sua. Questiono-me sempre quais as verdadeiras intenções que a ela presidem. As suas declarações de hoje são obviamente populistas. Defender que o governo desconte em sede de IRS o aumento das prestações da casa é uma excelente ideia, que estou certo nunca proporia se fizesse parte do governo.
A verdade é que apesar da pretenção eleitoralista a proposta faz todo o sentido. O actual governo está a tomar medidas semelhantes para com as empresas. E sempre com o nosso dinheiro. Não é por isso dispiciente pedir o mesmo comportamento para com o cidadão comum.
À hora que escrevo ainda não sei o que vai ser apresentado como proposta de orçamento. Apesar da crise estou à espera do orçamento mais favorável deste governo. Para isso se preparou durante três anos. O que gostava era que as pessoas começassem a olhar para estas questões como devem. Nem sempre as medidas populistas são de deitar fora. Esta era daquelas medidas que de facto beneficiava todos. Eu não a rejeito só porque é feita com outras intenções.
É-me, portanto, difícil concordar com uma proposta sua. Questiono-me sempre quais as verdadeiras intenções que a ela presidem. As suas declarações de hoje são obviamente populistas. Defender que o governo desconte em sede de IRS o aumento das prestações da casa é uma excelente ideia, que estou certo nunca proporia se fizesse parte do governo.
A verdade é que apesar da pretenção eleitoralista a proposta faz todo o sentido. O actual governo está a tomar medidas semelhantes para com as empresas. E sempre com o nosso dinheiro. Não é por isso dispiciente pedir o mesmo comportamento para com o cidadão comum.
À hora que escrevo ainda não sei o que vai ser apresentado como proposta de orçamento. Apesar da crise estou à espera do orçamento mais favorável deste governo. Para isso se preparou durante três anos. O que gostava era que as pessoas começassem a olhar para estas questões como devem. Nem sempre as medidas populistas são de deitar fora. Esta era daquelas medidas que de facto beneficiava todos. Eu não a rejeito só porque é feita com outras intenções.
13 de outubro de 2008
open your heart
And when it hurts you know
They love to tell you
How they warned you
They say dont be surprised
At someones lies
They think they taunt you
But if you can stand the test
You know your worst is better
Than their best
And so you stand here
With the years ahead
Potentially calling
With open heart
Or with a spirit dead
You walk on
A inocência dos anos oitenta ajuda a começar a semana. Eu, pelo menos, preciso do optimismo.
They love to tell you
How they warned you
They say dont be surprised
At someones lies
They think they taunt you
But if you can stand the test
You know your worst is better
Than their best
And so you stand here
With the years ahead
Potentially calling
With open heart
Or with a spirit dead
You walk on
A inocência dos anos oitenta ajuda a começar a semana. Eu, pelo menos, preciso do optimismo.
12 de outubro de 2008
o que é um marsapo?
Sempre que chega o dia de mais um programa dos Gato Fedorento não consigo evitar lembrar-me de Herman José. Para quem nunca viu os seus bons programas nos anos oitenta e noventa, será difícil acreditar que ele era a referência do humor em Portugal. Sabia onde se inspirava, fazia crítica social e nós nada mais tinhamos por cá que nos fizesse rir das nossas desgraças. Talvez por isso custa-me olhar para o que hoje faz. É daqueles casos em que o artista perdeu a noção de quando sair do palco...
Essas misérias, porém, nada interessam quando perdemos um instante para olhar os incríveis momentos que nos proporcionou. Este nem será o mais inteligente, mas creio ser suficiente para nos arrancar um sorriso. Eu às vezes bem queria ser um MARSAPO, pois poderia sempre enveredar pela ordinarice perante a estupidez.
Essas misérias, porém, nada interessam quando perdemos um instante para olhar os incríveis momentos que nos proporcionou. Este nem será o mais inteligente, mas creio ser suficiente para nos arrancar um sorriso. Eu às vezes bem queria ser um MARSAPO, pois poderia sempre enveredar pela ordinarice perante a estupidez.
11 de outubro de 2008
10 de outubro de 2008
suds & soda
your head come on is dead and gone
it might as well be said so long
it's suds and soda a brain decoder
and can i wait for my decoder
get off get up you son of pop
the light below is bright on top
it's suds and soda a smile decoder
and can i get yeah what i ordered?
and there's always something in the air
sometimes,
suds & soda mix OK with beer
can i
can i break your sentiment
you're just reminding me
can't see no person there
just wanna shout what the fuck...
friday, friday...
(Para quem não percebe o post de hoje, os rapazes passam a música inteira a gritar friday. Se não acharam piada não faz mal, cada um tem o humor que merece. Herman dixit, O Tal Canal, algures na década de oitenta)
it might as well be said so long
it's suds and soda a brain decoder
and can i wait for my decoder
get off get up you son of pop
the light below is bright on top
it's suds and soda a smile decoder
and can i get yeah what i ordered?
and there's always something in the air
sometimes,
suds & soda mix OK with beer
can i
can i break your sentiment
you're just reminding me
can't see no person there
just wanna shout what the fuck...
friday, friday...
(Para quem não percebe o post de hoje, os rapazes passam a música inteira a gritar friday. Se não acharam piada não faz mal, cada um tem o humor que merece. Herman dixit, O Tal Canal, algures na década de oitenta)
9 de outubro de 2008
foi por isto que Magalhães fugiu... para Espanha
Portugal é assim. Semanas há em que nada de significativo acontece ou, pelo menos, nada que nos faça chorar de tanto rir. De repente a confiança destes vigaristas que nos governam aumenta e, então, o descaramento dá para tudo. É genial ouvir que afinal o nosso ministério da educação enviou a factura da internet do programa Magalhães para as nossas autarquias. Assim é fácil fazer oferendas. Distribui-se, recebe-se os louros e depois envia-se a factura a outrém. Não se diz explicitamente para pagar, faz-se à moda do diálogo guterrista. Podes decidir não aceitar, mas olha que somos nós que ditamos o teu orçamento. Não te estou a pressionar, és livre de decidir. É impressionante a lata desta gente!
Mahnahmahnah! - parte 2
É uma pena não haver ninguém com quem partilhar um momento destes no trabalho. Os dias tornar-se-iam bem mais animados.
8 de outubro de 2008
actas da erc
«O PM fez uma referência ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Eng. Paulo de Azevedo durante o período que durou a OPA, o que me levou a reflectir sobre o sentido daquela referência e se nela havia alguma mensagem, pois não me pareceu vir a propósito. Qualquer interpretação sobre o sentido da alusão é sempre subjectiva mas, por exemplo, conteria ela alguma referência a uma alteração dessa boa relação? Ou interferia na relação que tenho com Paulo Azevedo?»
Esta declaração está reproduzida nas actas das audições levadas a cabo pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) sobre as eventuais pressões exercidas para abafar o caso da licenciatura de José Sócrates e são produzidas pelo director do Público José Manuel Fernandes. Aconselho vivamente a leitura deste documento bem revelador do estado da democracia em Portugal e do modus operandi dos políticos cá no burgo. Para não se esforçarem muito deixo aqui o link: http://www.erc.pt/documentos/Audi%E7%E3o%20vers%E3o%20JMF.pdf
O director deste diário considera obviamente que esta referência ao seu empregador foi uma tentativa de abafar o caso. Desnecessário será dizer que o primeiro ministro rejeita veementemente essa insinuação, tal como rejeitou tantas antes desta. Interessante é verificar que em momento algum desmentiu ter proferido aquela frase. Claro que, tal como diz José Manuel Fernandes, podemos interpretar o que quisermos. Mas é preciso ser tolo para acreditar que não havia um segundo sentido.
Relembro que é a este homem (Sócrates) que pretendemos entregar os destinos do país no próximo ano. Ainda chamam de burros aos americanos por reelegerem Bush. Valha-me Deus!
Esta declaração está reproduzida nas actas das audições levadas a cabo pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) sobre as eventuais pressões exercidas para abafar o caso da licenciatura de José Sócrates e são produzidas pelo director do Público José Manuel Fernandes. Aconselho vivamente a leitura deste documento bem revelador do estado da democracia em Portugal e do modus operandi dos políticos cá no burgo. Para não se esforçarem muito deixo aqui o link: http://www.erc.pt/documentos/Audi%E7%E3o%20vers%E3o%20JMF.pdf
O director deste diário considera obviamente que esta referência ao seu empregador foi uma tentativa de abafar o caso. Desnecessário será dizer que o primeiro ministro rejeita veementemente essa insinuação, tal como rejeitou tantas antes desta. Interessante é verificar que em momento algum desmentiu ter proferido aquela frase. Claro que, tal como diz José Manuel Fernandes, podemos interpretar o que quisermos. Mas é preciso ser tolo para acreditar que não havia um segundo sentido.
Relembro que é a este homem (Sócrates) que pretendemos entregar os destinos do país no próximo ano. Ainda chamam de burros aos americanos por reelegerem Bush. Valha-me Deus!
há crise, não há crise...
Afirmo várias vezes neste espaço que o nosso governo é especialista na arte da ilusão. Se assim não parece a muitos é porque infelizmente a nossa comunicação social é «cliente» deste executivo e, claro está, por ausência de uma oposição com que a maioria se identifique (PSD). Este é um dos grandes problemas da nossa democracia diga-se, pois, tal como no futebol, o típico português só está bem com quem vence, ainda que isso a lado nenhum o leve.
A situação económica mundial é grave e o governo sabe disso. A crise nunca nos abandonou e qualquer cidadão que mereça o seu salário sabe certamente ao que me refiro. Ali por S. Bento, porém, e apesar de o saberem antes de todos nós nos apercebermos da verdadeira dimensão do problema, sempre se desmentiu este cenário. Nas últimas semanas o governo multiplicou, inclusive, as declarações anti-catástrofe, assegurando que tudo está bem com os nossos bancos e com o sistema financeiro português. Ora se tudo está bem porque razão temos nós contribuintes de financiar as medidas de apoio às PME hoje anunciadas na Assembleia da República? Para qualquer um de nós a resposta é (ou deveria ser) óbvia e está directamente relacionada com a necessidade de salvar algumas dessas empresas e, por consequência, os postos de trabalho, o consumo e evitar aquele «ciclo vicioso» recorrente do sistema capitalista (sim, é por isto que valia a pena estar atento às aulas do 9º ano!).
O problema é que mais uma vez isto é anunciado sem que praticamente ninguém aponte a contradição com tudo o que antes foi afirmado e sem a assunção de responsabilidades por tudo o que antes foi negado com veemência, mesmo quando o bom senso indicava a irresponsabilidade de tais afirmações.
Vejo muitos preocupados com os «pregões» dos jornais. Com a dona Alberta que foi assaltada em plena luz do dia e com o assaltante que roubou o supermercado da esquina. Com o Benfica ou o Sporting que não ganham ou com o reforço milionário que não rende. A cabeça não dá para mais. O resto é chato ou é sempre a mesma coisa como já várias vezes ouvi.A mim chateia-me esta postura. É meio caminho andado para o fim deste sistema político. Eu cá gosto pouco de ser entretido e ainda menos de ser enganado.
Gostava só de alertar para esta situação. Toda esta conversa abre caminho para a sensação de inevitabilidade do apoio aos bancos e às grandes empresas. Eu até estarei de acordo com tais medidas (se de nacionalizações se tratarem), mas apenas se os responsáveis não forem premiados com salários de milhões como aconteceu nos Estados Unidos. E atenção, que a maior parte dos nossos bancos apresentaram lucros brutais e crescentes nos últimos anos. Era bom que desta vez não passássemos por tolos. E num momento em que todos estão tão indignados com o aumento da criminalidade era igualmente útil que se preocupassem com este criminosos de colarinho branco (e não, não estou a falar de padres). Aqueles que nos roubam com taxas e com fugas aos impostos, que contratam empresas para arranjar estratagemas para ludibriar o aparelho fiscal e que, todos os dias, nos privam daquilo que tanto nos esforçamos para manter. Um bom sistema de saúde, educação, segurança social... Essa deveria ser a nossa maior angústia. E certamente iria reflectir-se na tal criminalidade que agora anda como a pasta medicinal Couto (na boca de toda a gente, para os que sofrem do célebre generation gap).
A situação económica mundial é grave e o governo sabe disso. A crise nunca nos abandonou e qualquer cidadão que mereça o seu salário sabe certamente ao que me refiro. Ali por S. Bento, porém, e apesar de o saberem antes de todos nós nos apercebermos da verdadeira dimensão do problema, sempre se desmentiu este cenário. Nas últimas semanas o governo multiplicou, inclusive, as declarações anti-catástrofe, assegurando que tudo está bem com os nossos bancos e com o sistema financeiro português. Ora se tudo está bem porque razão temos nós contribuintes de financiar as medidas de apoio às PME hoje anunciadas na Assembleia da República? Para qualquer um de nós a resposta é (ou deveria ser) óbvia e está directamente relacionada com a necessidade de salvar algumas dessas empresas e, por consequência, os postos de trabalho, o consumo e evitar aquele «ciclo vicioso» recorrente do sistema capitalista (sim, é por isto que valia a pena estar atento às aulas do 9º ano!).
O problema é que mais uma vez isto é anunciado sem que praticamente ninguém aponte a contradição com tudo o que antes foi afirmado e sem a assunção de responsabilidades por tudo o que antes foi negado com veemência, mesmo quando o bom senso indicava a irresponsabilidade de tais afirmações.
Vejo muitos preocupados com os «pregões» dos jornais. Com a dona Alberta que foi assaltada em plena luz do dia e com o assaltante que roubou o supermercado da esquina. Com o Benfica ou o Sporting que não ganham ou com o reforço milionário que não rende. A cabeça não dá para mais. O resto é chato ou é sempre a mesma coisa como já várias vezes ouvi.A mim chateia-me esta postura. É meio caminho andado para o fim deste sistema político. Eu cá gosto pouco de ser entretido e ainda menos de ser enganado.
Gostava só de alertar para esta situação. Toda esta conversa abre caminho para a sensação de inevitabilidade do apoio aos bancos e às grandes empresas. Eu até estarei de acordo com tais medidas (se de nacionalizações se tratarem), mas apenas se os responsáveis não forem premiados com salários de milhões como aconteceu nos Estados Unidos. E atenção, que a maior parte dos nossos bancos apresentaram lucros brutais e crescentes nos últimos anos. Era bom que desta vez não passássemos por tolos. E num momento em que todos estão tão indignados com o aumento da criminalidade era igualmente útil que se preocupassem com este criminosos de colarinho branco (e não, não estou a falar de padres). Aqueles que nos roubam com taxas e com fugas aos impostos, que contratam empresas para arranjar estratagemas para ludibriar o aparelho fiscal e que, todos os dias, nos privam daquilo que tanto nos esforçamos para manter. Um bom sistema de saúde, educação, segurança social... Essa deveria ser a nossa maior angústia. E certamente iria reflectir-se na tal criminalidade que agora anda como a pasta medicinal Couto (na boca de toda a gente, para os que sofrem do célebre generation gap).
7 de outubro de 2008
o papa veste prada?
Ontem o Papa Bento XVI afirmou que a actual crise prova a futilidade da riqueza material. Estou, aliás, estamos todos de acordo, por certo. Até percebo o essencial da mensagem e compreendo o bom senso presente nas palavras do chefe da igreja. Só não resisto à pergunta: este não é o tal Papa que só calça sapatos da Prada? Certamente aqueles sapatos vermelhos não são nada materialistas. É a tal moral do faz o que eu digo...
nazis e tubarões
A propósito de xenofobia, e porque de facto há quem não perceba o alcance da palavra, não resisto a publicar este momento brilhante de Ricky Gervais. E mostra bem que se pode (e deve!) brincar com tudo, desde que com gosto e alguma sabedoria. É o que dá ficar em casa a vegetar em frente à televisão...
6 de outubro de 2008
o azul claro e o escuro
Gosto pouco de falar deste tema. E ainda menos gosto de concordar com José Sá Fernandes. Não sei se haverá base legal para retirar este cartaz, mas, mais uma vez, se não há deveria haver. O anterior, satirizado pelos Gato Fedorento, já era xenófobo. Este é racista, xenófobo, discriminatório e tudo o resto que nos consigamos lembrar. Só um tontinho acha que as cores escolhidas são inocentes. Lá está, cada qual vê o que quer... Este PNR só vê azul, o claro e o escuro, se bem me entendem. Deve ser triste ter uma visão tão redutora da realidade.
5 de outubro de 2008
desabafo
Perder assim custa. E, lamento dizê-lo, mas o futebol em Portugal não pode evoluir com árbitros que pactuam com anti-jogo. Foi uma vergonha. Houve momentos da 2ª parte em que era o árbitro que cortava o ritmo do ataque do Sporting. Parecia daquelas arbitragens de encomenda de há vinte anos. Não é pelos lances decisivos, é pela soma dos lances errados e ridículos. Digo já, vim de Alvalade e nem sei se o penálti foi mesmo, se houve ou não falta no primeiro golo do Porto. Lá pareceu-me limpo. O critério é que mudou logo a seguir.
Seja como for valeu pelo espectáculo. E hoje o Sporting esteve bem. Cometeu erros infantis, mas jogou e empolgou os adeptos. Tomara que assim fosse sempre. Já sei que os comentadores e aqueles adeptos anti-Paulo Bento vão começar o arraial. Eu cá não alinho. Isso são atitudes lá para o outro lado da 2ª circular. Eu serenamente espero por melhores dias. Se os houver.
Seja como for valeu pelo espectáculo. E hoje o Sporting esteve bem. Cometeu erros infantis, mas jogou e empolgou os adeptos. Tomara que assim fosse sempre. Já sei que os comentadores e aqueles adeptos anti-Paulo Bento vão começar o arraial. Eu cá não alinho. Isso são atitudes lá para o outro lado da 2ª circular. Eu serenamente espero por melhores dias. Se os houver.
4 de outubro de 2008
only by the night
Comprei hoje o novo álbum de Kings of Leon. Estou entusiasmadíssimo. Estes são daqueles que parecem não parar de evoluir. Deixo aqui Sex on Fire, música de apresentação de «Only By The Night». Vale bem os alarves dezoito euros que por ele paguei.
3 de outubro de 2008
2 de outubro de 2008
nem dá para acreditar
Ao sair do trabalho ouvi na TSF que o Supremo Tribunal de Justiça considerou justificada a decisão de um hotel em cessar um contrato de trabalho com um cozinheiro portador de HIV. Com toda a franqueza não me apetece discutir a questão jurídica, nem tentar compreender os motivos que justificam tal decisão. Ela é pura e simplesmente incompreensível. Um país que quer integrar o primeiro mundo não pode aceitar decisões baseadas num preconceito e na mais profunda, estúpida e ignorante discriminação.
Sinceramente, se os juízes são incompetentes demitam-nos. Se a lei protege este comportamento alterem-na. Agora por favor alguém faça alguma coisa. É em dias destes que não tenho qualquer orgulho em ser português.
Sinceramente, se os juízes são incompetentes demitam-nos. Se a lei protege este comportamento alterem-na. Agora por favor alguém faça alguma coisa. É em dias destes que não tenho qualquer orgulho em ser português.
ensinar ou, na verdade, não
Já devia estar habituado, mas não consigo. Todos os anos sou confrontado com uma nova estupidez ditada pelo nosso ministério da educação. Esta que aqui hoje exponho é apenas só mais uma que considero revestir-se de muita gravidade.
O país ficou, como sabemos, contente com as aulas de substituição. Não ligou, obviamente, aos avisos feitos pelos professores de que o modelo adoptado não servia. Não servia e não serve, pois para não pagar a quem é presenteado com estas horas tornou-as em horas não lectivas. Ora numa hora não lectiva realizam-se actividades e elas até estão enumeradas por forma a não permitir que seja efectivamente leccionada uma matéria. Claro que também era impossível, pois o usual é um professor de História ou Português ir substituir um professor de Matemática ou Físico-Química. De outra forma isso custaria mais dinheiro e ensinar nem é bem o que se pretendia com esta medida. Seja como for a verdade é que os pais ficam contentes, os filhos estão fechados numa sala a azucrinar um pobre coitado que nem os conhece em vez de estarem em casa a chatear ou, Deus me livre, estarem a brincar com os colegas.
Não contente com este disparate, e mais uma vez para poupar uns trocos para pagar aos preciosos acessores, esta equipa ministerial tornou as aulas de apoio em horas não lectivas. Ora uma hora não lectiva é uma hora para reuniões ou para serviço na escola. Até uma criança percebe que o apoio é uma hora em que está efectivamente a ter uma aula, onde está a realizar actividades para si direccionadas e sempre com a explicação do professor. Como era de esperar os pais não se importam, por isso os professores que aguentem que o país está em crise.
Ficar por estas incongruências não bastava, porém, e este ano fui confrontado com uma situação para mim nova, mas que infelizmente já dura há uns anos, como vim a descobrir. O ministério da educação num lampejo de generosidade criou a disciplina de Português Língua Não Materna, direccionada para aqueles alunos que não nasceram em Portugal e necessitam de ajuda na sua integração nas actividades escolares e na sua vida social. Até aqui tudo bem, todos estamos de acordo. O problema é que mais uma vez o ministério considera que para o 2º e 3º ciclo do ensino básico esta disciplina com programa próprio e com objectivos distintos do Português curricular é, também ela, uma actividade não lectiva (no secundário não, é uma hora lectiva e, como tal, paga). Mais grave ainda: pode ser leccionada por professores cuja formação de base nem é o Português. É a mesma lógica, estou certo, presente na escolha do ministro da educação; para desempenhar o cargo não pode ser professor. Economista ou sociólogo talvez, mas professor do ensino básico ou secundário nem pensar.
Mais uma vez para poupar tornamos uma boa ideia em completo lixo e desaproveitamos recursos. As instruções são, inclusive, que tal disciplina seja leccionada em simultâneo na aula de Estudo Acompanhado. Vejam bem a situação. Numa turma de trinta o professor tem de desenvolver actividades para 29 alunos e simultaneamente acompanhar um aluno nesta situação, com avaliação própria e desenvolvimento distinto. Isto não é sério!
Infelizmente o que sinto nas escolas é que os professores já estão tão cansados desta falta de responsabilidade que por vezes já nem têm forças para combater isto. Todos os dias surge nova legislação, sempre vinda de um gabinete cuja única preocupação é controlar as despesas. Já ninguém aguenta. Bem sei que o país fica contente de ver professores de «sol a sol» na escola sem pensar nas verdadeiras consequências disso. Eu por mim falo. Preciso de mais tempo para preparar o trabalho com os meus alunos. Neste momento apenas estou enterrado em burocracia desnecessária e sempre com mais alunos, turmas e disciplinas por leccionar. O ministério pode chamar horas não lectivas, mas é certamente porque na sua perspectiva leccionar é um passatempo. Muito mal vai um país que trata a educação desta forma.
O país ficou, como sabemos, contente com as aulas de substituição. Não ligou, obviamente, aos avisos feitos pelos professores de que o modelo adoptado não servia. Não servia e não serve, pois para não pagar a quem é presenteado com estas horas tornou-as em horas não lectivas. Ora numa hora não lectiva realizam-se actividades e elas até estão enumeradas por forma a não permitir que seja efectivamente leccionada uma matéria. Claro que também era impossível, pois o usual é um professor de História ou Português ir substituir um professor de Matemática ou Físico-Química. De outra forma isso custaria mais dinheiro e ensinar nem é bem o que se pretendia com esta medida. Seja como for a verdade é que os pais ficam contentes, os filhos estão fechados numa sala a azucrinar um pobre coitado que nem os conhece em vez de estarem em casa a chatear ou, Deus me livre, estarem a brincar com os colegas.
Não contente com este disparate, e mais uma vez para poupar uns trocos para pagar aos preciosos acessores, esta equipa ministerial tornou as aulas de apoio em horas não lectivas. Ora uma hora não lectiva é uma hora para reuniões ou para serviço na escola. Até uma criança percebe que o apoio é uma hora em que está efectivamente a ter uma aula, onde está a realizar actividades para si direccionadas e sempre com a explicação do professor. Como era de esperar os pais não se importam, por isso os professores que aguentem que o país está em crise.
Ficar por estas incongruências não bastava, porém, e este ano fui confrontado com uma situação para mim nova, mas que infelizmente já dura há uns anos, como vim a descobrir. O ministério da educação num lampejo de generosidade criou a disciplina de Português Língua Não Materna, direccionada para aqueles alunos que não nasceram em Portugal e necessitam de ajuda na sua integração nas actividades escolares e na sua vida social. Até aqui tudo bem, todos estamos de acordo. O problema é que mais uma vez o ministério considera que para o 2º e 3º ciclo do ensino básico esta disciplina com programa próprio e com objectivos distintos do Português curricular é, também ela, uma actividade não lectiva (no secundário não, é uma hora lectiva e, como tal, paga). Mais grave ainda: pode ser leccionada por professores cuja formação de base nem é o Português. É a mesma lógica, estou certo, presente na escolha do ministro da educação; para desempenhar o cargo não pode ser professor. Economista ou sociólogo talvez, mas professor do ensino básico ou secundário nem pensar.
Mais uma vez para poupar tornamos uma boa ideia em completo lixo e desaproveitamos recursos. As instruções são, inclusive, que tal disciplina seja leccionada em simultâneo na aula de Estudo Acompanhado. Vejam bem a situação. Numa turma de trinta o professor tem de desenvolver actividades para 29 alunos e simultaneamente acompanhar um aluno nesta situação, com avaliação própria e desenvolvimento distinto. Isto não é sério!
Infelizmente o que sinto nas escolas é que os professores já estão tão cansados desta falta de responsabilidade que por vezes já nem têm forças para combater isto. Todos os dias surge nova legislação, sempre vinda de um gabinete cuja única preocupação é controlar as despesas. Já ninguém aguenta. Bem sei que o país fica contente de ver professores de «sol a sol» na escola sem pensar nas verdadeiras consequências disso. Eu por mim falo. Preciso de mais tempo para preparar o trabalho com os meus alunos. Neste momento apenas estou enterrado em burocracia desnecessária e sempre com mais alunos, turmas e disciplinas por leccionar. O ministério pode chamar horas não lectivas, mas é certamente porque na sua perspectiva leccionar é um passatempo. Muito mal vai um país que trata a educação desta forma.
1 de outubro de 2008
a whiter shade of pale
Esta é daquelas músicas que de tempo a tempo me faz bem ouvir. Nem sei bem porquê... Está associada a algumas recordações engraçadas e a um filme que adoro, Breaking the waves, mas a compulsão que sinto não se explica certamente por isso. Deve ser por ser daqueles clássicos intemporais. Ou qualquer coisa do género. O vídeo é um mimo, define bem uma época.
A propósito... o filme de Lars Von Trier está cheio de grandes músicas. Só por isso já vale a pena o aluguer ou o download, conforme a modalide que melhor vos convier.
A propósito... o filme de Lars Von Trier está cheio de grandes músicas. Só por isso já vale a pena o aluguer ou o download, conforme a modalide que melhor vos convier.
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