11 de janeiro de 2009

para ajudar a digestão

Há uns anos li um livro de contos chamado Conversas com o Anjo, com edição e introdução de Nick Hornby. Do texto introdutório nunca me esqueci da citação que faz de uma entrevista de Bono sobre a sua participação numa campanha para reduzir a dívida do Terceiro Mundo ao Ocidente. «Isto é mais importante do que qualquer outra coisa com que venha a estar relacionado, por mais anos que eu viva. (...) Portanto, se posso abrir portas porque sou uma celebridade, usarei essa influência.» Os esforços tinham rendido até à data do texto 1000 milhões de dólares.

O número impressionou-me e reconheço que sempre olhei com admiração aquela faceta contestatária de Bono. Ao fim destes anos continuo impressionado com os esforços que continua a mover e acho admirável a sua fidelidade às causas que abraçou, em vez de pura e simplesmente gozar a sua reforma dourada.

A participação destas personagens em qualquer iniciativa pode obviamente ser questionada. Os interesses que os movem, os resultados práticos de tal participação, a validade das intervenções, etc., etc. A perspectiva de «abrir portas» parece-me, porém, interessante, quanto mais não seja para alertar consciências. Foi o que pensei quando ouvi este discurso de Brian Eno sobre o actual panorama na Faixa de Gaza. Nem sei se estou de acordo com tudo o que diz, mas pelo menos fez-me pensar. Houvera por cá celebridades destas!

2 comentários:

Rosemeri Sirnes disse...

Olá Jorge, tudo bem? Cheguei a ti pesquisando um poema de Jorge de Sena.Acaso ou não, gostei muito do seu blog e já está no meu favoritos.


Abs

jorgefm disse...

Jorge de Sena é realmente o meu escritor de eleição. Por acaso ou não, serás sempre bem vinda.
Abraço