25 de janeiro de 2009

nós por cá

Este caso Freeport veio baralhar a convicção de alguns. Sobretudo porque ainda existe quem acredite na bondade exalada da propaganda e nas confissões humanas do nosso primeiro, agora consciente da falibilidade das relações familiares.

Já aqui classifiquei este caso como um nojo. E é, de facto. Mas tal não significa que pretenda a demissão do governo ou a intervenção magnânima do nosso presidente. Este caso deve correr normalmente na justiça, porque de um crime se trata. No tempo devido, com a celeridade do costume.

O julgamento que se exige nada tem que ver com a justiça. Justifica-se exclusivamente no campo político e deve-se em particular ao somatório de processos duvidosos que envolvem José Sócrates. Neste particular momento acreditar na sua total inocência é um mero acto de fé e este «zezinho» não é Jesus Cristo, embora nos queira fazer crer que sofre das suas chagas.

Este PS deve levar o seu mandato até ao fim. E a questão que se colocará então é se já percebemos o engodo do governo forte e de fiéis princípios. Sócrates confunde autoridade com autoritarismo e moralmente mostra-se incapaz de guiar um rebanho de cabras. E o mesmo se pode dizer do PS. Um partido que se indignou com os disparates de Santana Lopes e que criticava a inflexibilidade da maioria absoluta de Cavaco. Afinal o que fizeram de diferente para justificar a fé que agora exigem?

A pergunta que mais oiço é sobre que alternativas existem. A ela respondo sempre que pouco importa. Da direita à esquerda existem diversas alternativas. O que era necessário era que por cá se percebesse que a democracia já está garantida há umas décadas e que votar só pelo medo da mudança é uma perfeita estupidez. Além do mais estou convicto que é preciso acabar com este ciclo, em que se quer fazer crer que só uma maioria absoluta é eficaz. Quando não existe exigem-se entendimentos e quem não é capaz de os fazer não tem lugar na democracia. Esta era a mensagem que devíamos  transmitir aos nossos políticos, para que de uma vez por todas percebessem que têm de trabalhar para nós e não na defesa dos seus particulares interesses. E estes, como reparamos diariamente, é que os ocupam e que nos mantêm na grande porca.

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