O cargo de provedor não interessa absolutamente para nada. Pelo simples facto de em nada ser respeitado. Lembro-me ao longo dos anos de bastas decisões e recomendações completamente ignoradas pelo poder político. Todos os governos, e sublinho todos, trataram o cargo como um prémio de carreira, como mais um lugar de senador sem qualquer influência. Por isso já chateia esta questiúncula, esta discussão e agora proposta de nomes. É inacreditável que nos tentem convencer que levam isto a sério, que compreendem a função a desempenhar.
«O Provedor de Justiça é, na essência, um elo de ligação entre os cidadãos e o Poder. Não tem poderes de decisão - por isso, não manda, não impõe, não constrange os poderes públicos. Mas, sugere, convence pela força da razão, persuade pela boa fundamentação das posições assumidas em defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos.» Está na página de apresentação da provedoria e é escrito pelo próprio Nascimento Rodrigues, actual titular do cargo. Pensem lá na última vez que sentiram esta influência. Não se esforcem muito, porém, que não vale a pena.
Um último pensamento me assola. Independentemente da motivação política, pessoas há que sempre pareceram estar acima do mais pobre espectáculo da vida partidária. Da direita à esquerda muito há por escolher. Talvez por isso tenha dificuldade em compreender o que leva algumas dessas personagens a envolverem-se no mais mesquinho e ridículo circo montado por este PS. Jorge Miranda é só mais um. E é pena.
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