Não há ninguém que atenda o telefone como um funcionário público em plena labuta.
É assim:
1. O funcionário público está sentado à sua secretária a fazer um balancete, com um daqueles candeeiros cromados articulados, à estado-novo.
2. Quando O Telefone Toca, o funcionário público PÁRA imediatamente de "trabalhar" e põe a mão direita em cima do auscultador do telefone, ainda antes de o primeiro toque acabar.
(mas atende o telefone?)
3. Não! Acaba o primeiro toque do telefone. Um pouco de silêncio, apenas perturbado pelo ruído da ventoinha ou do desumidificador. A mão continua em cima do auscultador.
4. Começa o segundo toque do telefone. A mão continua em cima do auscultador.
5. Acaba o segundo toque do telefone. Imediamamente a seguir, o funcionário público atende o telefone e diz, em tom meio-arrastado e semi-interrogativo, "Gomes...?" (é o nome dele).
Ok. É assim, ...mas porquê? É simples:
A. O telefone tocar é uma boa oportunidade de interromper, imediatamente, o que se está a fazer (que é o "trabalho").
B. Não se pode atender logo o telefone, porque:
B1. Parece que não estamos a fazer nada.
B2. Pode, pior ainda, parecer que estamos disponíveis para fazer o que nos vão pedir.
...
Ai não é assim? Eu já assisti ao vivo, por isso tenho uma testemunha. Além disso, é só atentar no número de toques / momento de atendimento quando ligamos para um Serviço. Público.
t.
COMENTÁRIOS:
Sousa disse...
"Xina pá - é que é mesmo assim!"
TiagoFM disse...
Olha, duas testemunhas, já.
1 comentário:
It couldn't be more true... I've seen it happen, with my very own eyes! I am my own witness too!
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