7 de setembro de 2009

a normal anormalidade

O que ouvi hoje na escola onde trabalho sintetiza bem o estado em que se inicia este ano lectivo. A escola, ainda em estado de sítio tal o volume das obras de beneficiação, abrirá no dia 15. Ao que parece para a fotografia, pois é o próprio director que não acredita que estejam reunidas as condições. E não é nada difícil perceber porquê. Animam-se, porém, o ministério e os pais, os únicos que na verdade não vão respirar o pó que torna o espaço infrequentável. Assim é a normalidade propalada.
Simultaneamente abordou-se o tema da avaliação. Mais uma vez, e dito pela direcção da escola, o melhor é nada fazer para já. Até porque daqui a vinte dias há eleições e muitas questões continuam por explicar. Nomeadamente como pode um processo de dois anos ser abrangido por um simplex que está previsto para doze meses. Confusão? Não, certamente tudo previsto.
A gripe? Essa espera-se que morra com o pó. O plano de contingência é na verdade o que se encontra à disposição nos centros de saúde. As salas de isolamento? É possível que alguém um dia explique como funcionarão.
Quanto ao resto tudo bem. Continuam a faltar professores, apesar da escola ter sofrido uma revolução no corpo docente. Muitos e cada vez mais contratados. Como convém. Não se oferece estabilidade, o vínculo é precário, mas isso não incomoda. A não ser, claro, os próprios e as suas famílias.
Como sempre nos últimos quatro anos, está tudo bem. O problema é o que está mal. E sobre isso pouco se diz.


P.S. - Já agora, e só para que não restem dúvidas, acho a manifestação agendada um erro. É evidente que só pode ser mal interpretada. Ainda que convocada pelos movimentos e não pelos sindicatos. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Tenham juízo!

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