30 de novembro de 2008

avaliação - capítulo 328

O cinismo de toda esta questão já enjoa. O governo afirma estar absolutamente disponível para negociar. Afirma é que os sindicatos não podem colocar questões prévias, nomeadamente a suspensão deste modelo de avaliação. Coloca, portanto, ele próprio uma questão prévia.

Simultaneamente, e enquanto afirma que quer ouvir propostas para melhorar o modelo, o ministério da educação anda a propagandear as resoluções simplex por ele, e só por ele, propostas. Já está a fazer reuniões com os conselhos executivos para preparar a implementação das alterações. E ainda se dá ao luxo de ameaçar os professores com sanções na carreira para quem recuse esta avaliação.

Não sei como se tornou esta uma questão de princípio para o governo. Sobretudo quando nas escolas ainda não vi ninguém afirmar que não quer ser avaliado. Se no essencial estamos todos de acordo, porque raio não se admite que este modelo falhou e se inicia um novo? É o que todos desejam. E rapidamente se encontraria uma solução.

Estas reuniões à porta fechada com professores do PS são absolutamente ridículas. Só se compreende por estratégia de caciquismo puro. Isto nada tem a ver com a esfera partidária. Não sei se algo resultado terão, mas no imediato só servem para antagonizar mais quem está, de facto, nas escolas. Que Sócrates é teimoso já todos sabíamos. Se algum mérito tinha era o de saber gerir bem estas questões e transformá-las em proveito da sua causa. Desta vez acho que está a ir longe de mais. E não tinha necessidade.

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