O cinismo de toda esta questão já enjoa. O governo afirma estar absolutamente disponível para negociar. Afirma é que os sindicatos não podem colocar questões prévias, nomeadamente a suspensão deste modelo de avaliação. Coloca, portanto, ele próprio uma questão prévia.
Simultaneamente, e enquanto afirma que quer ouvir propostas para melhorar o modelo, o ministério da educação anda a propagandear as resoluções simplex por ele, e só por ele, propostas. Já está a fazer reuniões com os conselhos executivos para preparar a implementação das alterações. E ainda se dá ao luxo de ameaçar os professores com sanções na carreira para quem recuse esta avaliação.
Não sei como se tornou esta uma questão de princípio para o governo. Sobretudo quando nas escolas ainda não vi ninguém afirmar que não quer ser avaliado. Se no essencial estamos todos de acordo, porque raio não se admite que este modelo falhou e se inicia um novo? É o que todos desejam. E rapidamente se encontraria uma solução.
Estas reuniões à porta fechada com professores do PS são absolutamente ridículas. Só se compreende por estratégia de caciquismo puro. Isto nada tem a ver com a esfera partidária. Não sei se algo resultado terão, mas no imediato só servem para antagonizar mais quem está, de facto, nas escolas. Que Sócrates é teimoso já todos sabíamos. Se algum mérito tinha era o de saber gerir bem estas questões e transformá-las em proveito da sua causa. Desta vez acho que está a ir longe de mais. E não tinha necessidade.
30 de novembro de 2008
29 de novembro de 2008
28 de novembro de 2008
day & age
Ainda não tive tempo de o ouvir na totalidade. Mas já cá canta. Vamos é lá a ver se é este ano que os podemos ver por cá. Está na altura!
propaganda simplex
Uma avaliação de desempenho que protege os professores
Este é o título de uma mensagem que recebi hoje do nosso ministério de educação. É o quarto mail em menos de uma semana. Apenas com o objectivo de propagandear o novo simplex proposto. A minha vontade seria divulgá-lo na íntegra, não fosse ele tão maçador e autista. Parágrafos sem fim a explicar que afinal praticamente tudo está na mesma. Ou talvez não, pois como podem reparar neste primeiro parágrafo que aqui deixo, a solução encontrada mostra bem a falência deste modelo de avaliação.
O que está escrito não é sério e, mais uma vez, está no limiar da... mentira. Por trás destas lindas palavras escritas por especialistas de marketing, o modelo continua igual e padece das mesmas enfermidades. A proposta limita-se praticamente a adiar os efeitos nefastos por mais um ano. Eu cá quero ser avaliado, mas esta suposta avaliação exemplar do ministério já cheira a bafio. Ela está parada, suspensa e enterrada. Só uma estúpida teimosia impede esta gente de ver que os efeitos da sua aplicação serão praticamente nulos perante tão grande contestação. Mas leiam isto e pensem se é isto que entendem por uma avaliação eficaz.
"Com a classificação de Bom, para a qual não existem quotas, estão garantidas condições para uma normal progressão na carreira.
As classificações de Excelente e Muito Bom aceleram o ritmo da progressão.
Neste ciclo avaliativo eventuais efeitos negativos decorrentes das classificações de Insuficiente ou Regular estão suspensos e sujeitos a confirmação posterior."
Este é o título de uma mensagem que recebi hoje do nosso ministério de educação. É o quarto mail em menos de uma semana. Apenas com o objectivo de propagandear o novo simplex proposto. A minha vontade seria divulgá-lo na íntegra, não fosse ele tão maçador e autista. Parágrafos sem fim a explicar que afinal praticamente tudo está na mesma. Ou talvez não, pois como podem reparar neste primeiro parágrafo que aqui deixo, a solução encontrada mostra bem a falência deste modelo de avaliação.
O que está escrito não é sério e, mais uma vez, está no limiar da... mentira. Por trás destas lindas palavras escritas por especialistas de marketing, o modelo continua igual e padece das mesmas enfermidades. A proposta limita-se praticamente a adiar os efeitos nefastos por mais um ano. Eu cá quero ser avaliado, mas esta suposta avaliação exemplar do ministério já cheira a bafio. Ela está parada, suspensa e enterrada. Só uma estúpida teimosia impede esta gente de ver que os efeitos da sua aplicação serão praticamente nulos perante tão grande contestação. Mas leiam isto e pensem se é isto que entendem por uma avaliação eficaz.
"Com a classificação de Bom, para a qual não existem quotas, estão garantidas condições para uma normal progressão na carreira.
As classificações de Excelente e Muito Bom aceleram o ritmo da progressão.
Neste ciclo avaliativo eventuais efeitos negativos decorrentes das classificações de Insuficiente ou Regular estão suspensos e sujeitos a confirmação posterior."
27 de novembro de 2008
o fado a verde e branco
Este é o fado que acompanha as hostes verde-brancas. A candura com que os jogadores do Sporting comtemplaram aqueles moços da Catalunha é digna de registo. Até a colaboração do árbitro se tornou ridícula de tão desnecessária. Este Barcelona está a anos de luz do Sporting.
E aquele Messi é o melhor jogador do mundo. Que me desculpem os defensores de CR. Não me deleitava a ver um jogador de futebol assim desde os tempos de Maradona. Este Lionel pouco deve a El Pibe.
O que vale é que gostamos pouco de contribuir para o país tristonho saído da caricatura do Inquérito Social Europeu. Nós cá continuaremos inabaláveis e sempre prontos a sorrir com as nossas desgraças.
O Sporting na Europa do futebol é bem pequenino. Mas é bem grande no sentido trágico-cómico.
26 de novembro de 2008
farinha amparo
Várias foram as vezes que ouvi falar da farinha Amparo. Sobretudo em miúdo. Normalmente associada ao desempenho de alguns automobilistas (ou algumas, para ser mais preciso). Era daquelas expressões machistas bem característica do nosso Portugal.
Talvez por ter caído em desuso, não consegui deixar de sorrir hoje a caminho do trabalho. Perdoem a infracção ao código, mas o desejo de captar o momento foi mais forte.
Aqui têm... a farinha Amparo para os mais cépticos. Ela anda por aí!
para quem gosta do amarelo
Pessoas há que pouco têm de fazer. Por aqui tenho diariamente uns seguidores que, certamente por falta de tempo para procurar melhor do que este espaço, apenas aqui vêm presentear-nos com insultos fáceis e análises à Cláudio Ramos. Por mais directas ou indirectas que levem, estes Newmans pouco percebem do que lhes é dito, mas sobretudo não percebem que a maior liberdade que têm é poder frequentar outras paragens.
Há algo de profundamente estúpido em continuar a ler o que não se gosta. E a quantidade de vezes que por aqui passam pode começar a ser confundida com um estranho fetiche, que, garanto-vos, não tem correspondência deste lado. Sigam o meu conselho e sigam para outras paragens, mais apropriadas ao vosso sentido de ironia e de humor. Assim é a vida... não podemos todos gostar do preto.
Já sei os insultos e as análises com que me presentearão. Perdoem-me se, mais uma vez, ficarem a falar sozinhos.
Atenciosamente,
Jorge
Há algo de profundamente estúpido em continuar a ler o que não se gosta. E a quantidade de vezes que por aqui passam pode começar a ser confundida com um estranho fetiche, que, garanto-vos, não tem correspondência deste lado. Sigam o meu conselho e sigam para outras paragens, mais apropriadas ao vosso sentido de ironia e de humor. Assim é a vida... não podemos todos gostar do preto.
Já sei os insultos e as análises com que me presentearão. Perdoem-me se, mais uma vez, ficarem a falar sozinhos.
Atenciosamente,
Jorge
25 de novembro de 2008
o que disse?
"A Direcção Regional da Educação do Norte (DREN) ameaçou hoje que irá avançar com processos disciplinares contra os professores que pressionarem colegas a boicotarem a avaliação de desempenho."
Publico.pt, 25.Nov.2008
Esperem lá... não foi o PS que tanto se indignou com as palavras da Manela? Devo ter percebido mal. Estes socialistas, todos sabemos, até convivem bem com a crítica.
E já agora... quem instaura processos disciplinares a quem exerce estas pressões mascaradas de defesa das liberdades individuais?
Ó senhor Presidente, não lhe ocorre nestas ocasiões fazer um comunicado? Ou está amordaçado por escândalos financeiros em que nunca se enganou e raramente teve dúvidas. E é verdade senhor Silva, continua sem ler jornais ou já tem quem os leia por si?
24 de novembro de 2008
qual é a capital da França?
"O que disse Ferreira Leite, Sócrates pratica, Cavaco praticou. E muita gente aprecia."
Daniel Oliveira, Expresso.pt, 24.Nov.2008
Para os mais distraídos ou arregimentados. Porque por aí há de tudo um pouco.
23 de novembro de 2008
this charming man
I would go out tonight
But I haven't got a stitch to wear
Talvez a melhor frase da pop. E ontem não podia faltar a mais uma excelente noite do Incógnito.
O Rai está morto. Viva o Rei. Fernando I para nos fazer esquecer as desgraças da semana.
Só mais uma coisa. Estou absolutamente solidário com a população do Bairro, mas... este novo horário dos bares lixa a noite para quem se vem divertir ao Incógnito. Às duas da manhã lá vem a carneirada toda pela Calçada do Combro até ao nº37 dos Poiais de S. Bento.
Sobre isto já o Sá Fernandes não se indigna, não é? Um túnel e pára a cidade... o Incógnito a rebentar pelas costuras e nada. Isto sim é que preocupa os constituintes.
But I haven't got a stitch to wear
Talvez a melhor frase da pop. E ontem não podia faltar a mais uma excelente noite do Incógnito.
O Rai está morto. Viva o Rei. Fernando I para nos fazer esquecer as desgraças da semana.
Só mais uma coisa. Estou absolutamente solidário com a população do Bairro, mas... este novo horário dos bares lixa a noite para quem se vem divertir ao Incógnito. Às duas da manhã lá vem a carneirada toda pela Calçada do Combro até ao nº37 dos Poiais de S. Bento.
Sobre isto já o Sá Fernandes não se indigna, não é? Um túnel e pára a cidade... o Incógnito a rebentar pelas costuras e nada. Isto sim é que preocupa os constituintes.
22 de novembro de 2008
baby did a bad bad thing
Mais uma música que se cruzou comigo nos últimos dias. Desta vez de grande qualidade. Ideal para o filme de que se tornou indissociável.
Sou grande apreciador de Kubrik. E a forma como conseguiu transportar a vida daquele casal para uma película é digna de registo. É daqueles pormenores só possível de captar por alguém absolutamente brilhante. Eyes Wide Shut.
Sou grande apreciador de Kubrik. E a forma como conseguiu transportar a vida daquele casal para uma película é digna de registo. É daqueles pormenores só possível de captar por alguém absolutamente brilhante. Eyes Wide Shut.
21 de novembro de 2008
kiss me
Músicas há que apenas servem para aligeirar o ambiente. Como esta. Não é grande espingarda, mas cumpre o efeito desejado.
Em circunstâncias completamente diferentes, e sem qulauqer interferência da minha parte, ouvi-a várias vezes na última semana. Coincidência? Agora levem vocês com ela.
Em circunstâncias completamente diferentes, e sem qulauqer interferência da minha parte, ouvi-a várias vezes na última semana. Coincidência? Agora levem vocês com ela.
20 de novembro de 2008
escape the nest
Look up
Through the trees to feel as small as you can,
You hear the clocks counting down,
The nights are longer now than ever before,
But now you see the lights from the town.
Through the trees to feel as small as you can,
You hear the clocks counting down,
The nights are longer now than ever before,
But now you see the lights from the town.
temos todos pena...
Presidente da República diz ter "muita pena" que o seu apelo à serenidade não tenha surtido efeito.
Eu também tenho pena.
Tenho muita pena que não compreenda na plenitude o cargo que ocupa.
Tenho muita pena que se preocupe com o acessório e não com o essencial.
Tenho muita pena que um «estatuto» o preocupe mais que a corrupção.
Tenho muita pena que sinta não poder fazer comentários públicos.
Tenho muita pena que também não os faça em privado.
Acima de tudo...
Tenho muita pena de o ter como Presidente.
Eu também tenho pena.
Tenho muita pena que não compreenda na plenitude o cargo que ocupa.
Tenho muita pena que se preocupe com o acessório e não com o essencial.
Tenho muita pena que um «estatuto» o preocupe mais que a corrupção.
Tenho muita pena que sinta não poder fazer comentários públicos.
Tenho muita pena que também não os faça em privado.
Acima de tudo...
Tenho muita pena de o ter como Presidente.
19 de novembro de 2008
opiniões
Há textos que devem ser lidos. Pessoas que devem ser ouvidas. Sem suspensões de democracia ou falsos moralismos.
"A TORPE DITADURA DA MAIORIA"
Vasco Graça Moura, Escritor
"A TORPE DITADURA DA MAIORIA"
Vasco Graça Moura, Escritor
18 de novembro de 2008
«Aqui d'el Rei!»
Eu não acredito em reformas quando se está em democracia, quando não se está em democracia, é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se; e até não sei, se a certa altura, não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então, venha a democracia.
Eu bem disse que mais valia à senhora continuar calada. Ela bem quer (???), mas não sabe fazer oposição. Como é possível dizer isto sem medir as consequências das palavras. Sobretudo quando nos últimos três anos foi o PS que advogou esta tese. Ainda que agora diga «Aqui d'el rei!».
Eu bem disse que mais valia à senhora continuar calada. Ela bem quer (???), mas não sabe fazer oposição. Como é possível dizer isto sem medir as consequências das palavras. Sobretudo quando nos últimos três anos foi o PS que advogou esta tese. Ainda que agora diga «Aqui d'el rei!».
aurora borealis
Vídeo feito pelo astronauta Donald R. Petit a partir de fotografias tiradas da estação espacial internacional. O que andamos nós a fazer com o nosso tempo.
Para saber mais.
17 de novembro de 2008
a prova para todos
Estatuto do aluno - Lei nº 3/2008 de 18 de Janeiro
Artigo 22º
1- Verificada a existência de faltas dos alunos, a escola pode promover a aplicação da medida ou medidas correctivas previstas no artigo 26º que se mostrem adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado no regulamento interno.
2- Sempre que um aluno, independentemente da natureza das faltas atinja:
um número total de faltas correspondente a três semanas (no 1º ciclo);
o triplo de tempos lectivos semanais por disciplina (nos restantes ciclos).
OU
Tratando-se exclusivamente de faltas injustificadas, sempre que o aluno atinja:
- um número total de faltas correspondente a duas semanas (no 1º ciclo);
- o dobro de tempos lectivos semanais por disciplina (nos restantes ciclos).
- Deve realizar, logo que avaliados os efeitos da aplicação das medidas correctivas referidas no número anterior, uma prova de recuperação na disciplina ou disciplinas que ultrapassou o limite (competindo ao conselho pedagógico fixar os termos dessa realização).
Transcrevi este artigo do estatuto do aluno. Como aqui acuso de mentirosos os elementos desta equipa ministerial, achei que devia dar um exemplo cabal do que afirmo.
A ministra pode assinar despachos. O secretário de estado pode dizer que houve uma deficiente interpretação. O presidente da CONFAP (que eu ainda gostava de saber que pais representa, uma vez que não conheço um encarregado de educação que com as suas ideias se identifique) pode afirmar que era o esclarecimento necessário. A verdade é que esta é uma das trapalhadas da exclusiva responsabilidade do PS e do governo.
É preciso lata para afirmar que são as escolas que interpretaram mal o estatuto. A prova prevista é para todos. Basta saber ler. E os professores estão desde a publicação desta anormalidade a alertar para o problema.
Só agora, pressionado pelos próprios alunos, o ministério agiu. Não muda a lei. Faz um despacho. Um mais para juntar às centenas anteriores para corrigir a burrada aprovada. Este é o dia a dia das escolas. Despachos, ofícios, esclarecimentos, questionários... Merdas sem fim para tentar endireitar o que já nasceu torto.
Artigo 22º
1- Verificada a existência de faltas dos alunos, a escola pode promover a aplicação da medida ou medidas correctivas previstas no artigo 26º que se mostrem adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado no regulamento interno.
2- Sempre que um aluno, independentemente da natureza das faltas atinja:
um número total de faltas correspondente a três semanas (no 1º ciclo);
o triplo de tempos lectivos semanais por disciplina (nos restantes ciclos).
OU
Tratando-se exclusivamente de faltas injustificadas, sempre que o aluno atinja:
- um número total de faltas correspondente a duas semanas (no 1º ciclo);
- o dobro de tempos lectivos semanais por disciplina (nos restantes ciclos).
- Deve realizar, logo que avaliados os efeitos da aplicação das medidas correctivas referidas no número anterior, uma prova de recuperação na disciplina ou disciplinas que ultrapassou o limite (competindo ao conselho pedagógico fixar os termos dessa realização).
Transcrevi este artigo do estatuto do aluno. Como aqui acuso de mentirosos os elementos desta equipa ministerial, achei que devia dar um exemplo cabal do que afirmo.
A ministra pode assinar despachos. O secretário de estado pode dizer que houve uma deficiente interpretação. O presidente da CONFAP (que eu ainda gostava de saber que pais representa, uma vez que não conheço um encarregado de educação que com as suas ideias se identifique) pode afirmar que era o esclarecimento necessário. A verdade é que esta é uma das trapalhadas da exclusiva responsabilidade do PS e do governo.
É preciso lata para afirmar que são as escolas que interpretaram mal o estatuto. A prova prevista é para todos. Basta saber ler. E os professores estão desde a publicação desta anormalidade a alertar para o problema.
Só agora, pressionado pelos próprios alunos, o ministério agiu. Não muda a lei. Faz um despacho. Um mais para juntar às centenas anteriores para corrigir a burrada aprovada. Este é o dia a dia das escolas. Despachos, ofícios, esclarecimentos, questionários... Merdas sem fim para tentar endireitar o que já nasceu torto.
P.S.- Se vos interessar minimamente aprofundar esta questão, verifiquem esta entrevista dada ao DN pela ministra há cerca de uma ano. Reparem bem na segunda questão colocada. Ainda têm dúvidas sobre quem está a faltar à verdade?
16 de novembro de 2008
«só sei que nada sei»
Um dos episódios da adolescência de que não me orgulho é a minha passagem militante por um partido político. É verdade que foi em plena época do «nunca me engano e raramente tenho dúvidas» e nessa altura ainda acreditava que era possível mudar a política mudando os políticos.
Está à vista o engano de tal pensamento. E a inocência da idade, evidentemente. Passados quinze anos a única coisa que mudou foi a cor do partido. Para minha defesa só posso alegar que felizmente saí a tempo. Saí antes deste socialismo virar à direita. Saí mal percebi a qualidade do líder então eleito. E não me enganei. O senhor hoje viaja muito a visitar refugiados, mas o país de que fugiu ficou como o deixou, à beira do colapso.
Ontem, algures na Bica, encontrei quem comigo tivesse partilhado essa militância. Falámos obviamente desses tempos e da desilusão que sentimos pela nossa ilusão. No meio da agradável e breve conversa percebemos a cumplicidade que ainda nos une e que nos faz renegar quase estoicamente aqueles anos. Aparentemente manchas há que são difíceis de remover. O engraçado foi perceber que nos sentimos um pouco orfãos de filiação política. Mantemos as mesmas ideias de então, só não conseguimos encontrar no actual panorama onde as depositar.
«Só sei que nada sei». Na altura nada havia que mais desejássemos do que encontrar quem percebesse estas palavras de Sócrates. Irónico, não?
Está à vista o engano de tal pensamento. E a inocência da idade, evidentemente. Passados quinze anos a única coisa que mudou foi a cor do partido. Para minha defesa só posso alegar que felizmente saí a tempo. Saí antes deste socialismo virar à direita. Saí mal percebi a qualidade do líder então eleito. E não me enganei. O senhor hoje viaja muito a visitar refugiados, mas o país de que fugiu ficou como o deixou, à beira do colapso.
Ontem, algures na Bica, encontrei quem comigo tivesse partilhado essa militância. Falámos obviamente desses tempos e da desilusão que sentimos pela nossa ilusão. No meio da agradável e breve conversa percebemos a cumplicidade que ainda nos une e que nos faz renegar quase estoicamente aqueles anos. Aparentemente manchas há que são difíceis de remover. O engraçado foi perceber que nos sentimos um pouco orfãos de filiação política. Mantemos as mesmas ideias de então, só não conseguimos encontrar no actual panorama onde as depositar.
«Só sei que nada sei». Na altura nada havia que mais desejássemos do que encontrar quem percebesse estas palavras de Sócrates. Irónico, não?
15 de novembro de 2008
a day in life
I read the news today oh, boy
About a lucky man who made the grade
And though the news was rather sad
Well, i just had to laugh
I saw the photograph
He blew his mind out in a car
He didn't notice that the lights had changed
A crowd of people stood and stared
They'd seen his face before
Nobody was really sure if he was from the house of lords
...
About a lucky man who made the grade
And though the news was rather sad
Well, i just had to laugh
I saw the photograph
He blew his mind out in a car
He didn't notice that the lights had changed
A crowd of people stood and stared
They'd seen his face before
Nobody was really sure if he was from the house of lords
...
14 de novembro de 2008
um ano sem vício
Não anotei o dia, mas foi há cerca de um ano que deixei de fumar. E sei bem o que custou. Aqueles artistas que dizem que é fácil precisam é de um enxerto de pancada, digo-vos. Seja como for, a verdade é que já lá vai. O vício e, particularmente, a despesa. Faz mesmo diferença!
Claro que ainda vou fumando um cigarrinho aqui e ali. Os fundamentalistas diriam até que nem me posso vangloriar de já não fumar. Mas esse é o meu maior motivo de orgulho. Jurei a mim mesmo que não me ia tornar uma daquelas pessoas aberrantes que se tornam anti-tabagistas primários e que adoram azucrinar aqueles que tomam opções diferentes das suas. Acho até que foi por causa de gente dessa que demorei mais tempo a tomar a decisão.
Há pouco tempo descobri este vídeo no youtube. Achei-o genial. Era assim que todas as campanhas contra o tabaco deviam ser. Divertidas. Sem falsos e estúpidos moralismos.
Claro que ainda vou fumando um cigarrinho aqui e ali. Os fundamentalistas diriam até que nem me posso vangloriar de já não fumar. Mas esse é o meu maior motivo de orgulho. Jurei a mim mesmo que não me ia tornar uma daquelas pessoas aberrantes que se tornam anti-tabagistas primários e que adoram azucrinar aqueles que tomam opções diferentes das suas. Acho até que foi por causa de gente dessa que demorei mais tempo a tomar a decisão.
Há pouco tempo descobri este vídeo no youtube. Achei-o genial. Era assim que todas as campanhas contra o tabaco deviam ser. Divertidas. Sem falsos e estúpidos moralismos.
13 de novembro de 2008
consegue pedir desculpa como um miúdo de 5 anos?
"Peço desculpa aos senhores professores por ter provocado tanta desmotivação, mas é do interesse dos pais, dos alunos e das escolas."
in PUBLICO.PT
in PUBLICO.PT
Foi com esta frase que ontem todos os professores foram presenteados pela ministra da educação. Os telejornais classificaram-na como um pedido de desculpa, uma admissão de culpa pela insatisfação que por aí alastra.
Eu, como professor, só posso manifestar o meu maior repúdio. Pela ministra e pelos jornalistas que assim interpretaram tal afirmação. Isto é o equivalente a empurrar alguém por uma escada abaixo e depois pedir perdão pelos ossos que a pessoa partiu. Ou, e talvez percebam melhor este exemplo, atirar ovos a uma equipa ministerial e depois pedir desculpa por lhes ter sujado a roupa.
Soaria a qualquer coisa como isto:
«-Peço desculpa aos senhores governantes por ter provocado tanta sujidade, mas é do interesse dos pais, dos alunos e das escolas.»
Digam lá se isto não é pura e simples arrogância e falta de educação.
12 de novembro de 2008
svefn-g-englar
Já os vi no coliseu. Na sua primeira passagem por cá. Mas como gostava eu de ontem ter contribuído para a economia islandesa.
o diálogo interior
Isto aprende-se nos primeiros anos de escola, mas pelos vistos há quem neste governo (pseudo) socialista não tenha compreendido a matéria. Dizem o nosso Sócrates e a nossa Lurdes que não estão nem nunca estiveram fechados ao diálogo. É verdade. Ao diálogo interior, conhecido vulgarmente por monólogo.
Porque não quero que me acusem de contribuir para um ambiente beligerante, aqui deixo o essencial da matéria. Porque matérias há que devem ser aprendidas.
Monólogo- o emissor fala consigo próprio, sendo, ao mesmo tempo, emissor e receptor, numa espécie de diálogo interior.
Diálogo- o emissor e o receptor trocam sucessivamente os papéis de emissor e receptor: o que primeiro é emissor passa a receptor, logo que o seu interlocutor lhe responde, reassumindo seguidamente o papel de emissor e assim sucessivamente.
Porque não quero que me acusem de contribuir para um ambiente beligerante, aqui deixo o essencial da matéria. Porque matérias há que devem ser aprendidas.
Monólogo- o emissor fala consigo próprio, sendo, ao mesmo tempo, emissor e receptor, numa espécie de diálogo interior.
Diálogo- o emissor e o receptor trocam sucessivamente os papéis de emissor e receptor: o que primeiro é emissor passa a receptor, logo que o seu interlocutor lhe responde, reassumindo seguidamente o papel de emissor e assim sucessivamente.
António A. Borregana, Gramática Universal da Língua Portuguesa, 3ª Ed., Lisboa, 1997.
11 de novembro de 2008
só mais uma voz
Já há uns dias tinha ouvido este comentário de João Gobern. Expõe, de forma clara e concisa, a incongruência de uma avaliação que se quer exigente. E desmascara em absoluto o logro que este governo com ela quer criar. Só mais uma coisa: foi feita esta crónica no dia 30 de Outubro, portanto antes da manifestação, o que prova que a quem é isento não custa muito fazer os trabalhos de casa.
Antena 1- Pano para mangas
Antena 1- Pano para mangas
efectivamente
Adoro as pegas e os pederastas que passam
Finjo nem reparar
Na atitude tão clara e tão óbvia
De quem anda a engan(t)ar
Adoro esses ratos de esgoto
Que disfarçam ao pilar
Como se fossem mafiosos convictos
Habituados a controlar
Efectivamente gosto de aparência
Imponente ou inequívoca
Aparentemente sem moralizar
P.S.- Porque a ironia e o sarcasmo são efectivamente difíceis de compreender...
Finjo nem reparar
Na atitude tão clara e tão óbvia
De quem anda a engan(t)ar
Adoro esses ratos de esgoto
Que disfarçam ao pilar
Como se fossem mafiosos convictos
Habituados a controlar
Efectivamente gosto de aparência
Imponente ou inequívoca
Aparentemente sem moralizar
P.S.- Porque a ironia e o sarcasmo são efectivamente difíceis de compreender...
10 de novembro de 2008
tudo na mesma
Outra vez a mesma história. Dois dias passados de mais uma gigantesca manifestação. A quase totalidade de uma classe profissional. E o que diz a comunicação social? Pouco, muito pouco. Nem uma palavra sobre todas as afirmações mentirosas feitas pelo governo nestes dias. E bastava um pequeno trabalho de investigação.
Num país com alguma maturidade democrática nada estaria na mesma. E basta olhar para acontecimentos semelhantes ocorridos recentemente na Europa. Por cá... tudo normal. O melhor mesmo é discutir o jogo da taça e as afirmações de Paulo Bento. Isso é que faz o país andar para a frente.
Num país com alguma maturidade democrática nada estaria na mesma. E basta olhar para acontecimentos semelhantes ocorridos recentemente na Europa. Por cá... tudo normal. O melhor mesmo é discutir o jogo da taça e as afirmações de Paulo Bento. Isso é que faz o país andar para a frente.
ghost under rocks
Ra Ra Riot. É o que por aqui se vai ouvindo. E vão estar hoje no Santiago Alquimista. É uma pena o dinheiro não dar para tudo.
9 de novembro de 2008
manifestação
Espanto. Foi o que ontem senti ao participar na manifestação de professores. Espanto, porque, como muitos, não acreditava ser possível repetir a união de há oito meses, sobretudo com números ainda mais esmagadores. Números quase incompreensíveis se verificarmos a divulgação feita pela comunicação social na semana que passou. Nula ou quase nula.
É uma pena que, e mais uma vez, a voz de 80% de uma classe profissional esbarre no autismo profundo de uma ministra e de um governo que convive mal com a diferença de opinião. Mais grave ainda a constatação que envereda pela mentira e pela calúnia para desvalorizar a derrota de uma política educativa absurda e cada vez mais sem sentido.
Na entrevista que ontem deu à RTP, a dona Maria de Lurdes fez cinco afirmações que só podem ser interpretadas por pura má fé e manipulação da opinião pública. Afirmou ontem que os que se manifestaram não querem ser avaliados. Afirmou que não existe um modelo alternativo de avaliação. Afirmou que este modelo resultou de uma negociação. Afirmou que nenhuma escola suspendeu o modelo de avaliação. Afirmou que estes protestos foram manipulados politicamente.
Nada disto é dito sem medir as palavras. Nada disto é verdade. E este ministério sabe bem o que se está a passar nas escolas.
Ontem um jornalista perguntou-me o que diria à ministra se com ela pudesse falar. Respondi-lhe que apenas queria que nos ouvisse, que não é possível uma classe profissional inteira estar errada. Somos nós que temos de implementar toda esta política e sabemos bem as consequências do que foi feito nos últimos três anos. Todos os dias convivemos com este Estatuto da Carreira Docente, com o Estatuto do Aluno e agora somos nós que temos de implementar esta avaliação. E uma reacção corporativa nunca englobaria a totalidade de uma classe. Se assim fosse, e José Manuel Fernandes disse-o ontem, estaríamos na presença dos mais poderosos sindicatos do mundo. E todos sabemos que isto não é verdade.
Sempre tive consciência (creio que todos os que ontem lá estávamos tínhamos) que este governo não iria ceder. Que iria insistir no incompreensível e sacudir responsabilidades, tal como aconteceu. Até já esperava as afirmações hoje feitas pelo nosso primeiro ministro. Sócrates perguntou de forma habilidosa se é possível um sindicato assinar um entendimento e depois não o cumprir. Bem sei que nem vale a pena retorquir, mas será possível um governo ser eleito com um programa que não cumpre e manter-se em funções?
P.S.- Será que algum tolo acredita que 120 mil pessoas se manifestam porque têm medo de preencher um impresso. Tenham santa paciência!
É uma pena que, e mais uma vez, a voz de 80% de uma classe profissional esbarre no autismo profundo de uma ministra e de um governo que convive mal com a diferença de opinião. Mais grave ainda a constatação que envereda pela mentira e pela calúnia para desvalorizar a derrota de uma política educativa absurda e cada vez mais sem sentido.
Na entrevista que ontem deu à RTP, a dona Maria de Lurdes fez cinco afirmações que só podem ser interpretadas por pura má fé e manipulação da opinião pública. Afirmou ontem que os que se manifestaram não querem ser avaliados. Afirmou que não existe um modelo alternativo de avaliação. Afirmou que este modelo resultou de uma negociação. Afirmou que nenhuma escola suspendeu o modelo de avaliação. Afirmou que estes protestos foram manipulados politicamente.
Nada disto é dito sem medir as palavras. Nada disto é verdade. E este ministério sabe bem o que se está a passar nas escolas.
Ontem um jornalista perguntou-me o que diria à ministra se com ela pudesse falar. Respondi-lhe que apenas queria que nos ouvisse, que não é possível uma classe profissional inteira estar errada. Somos nós que temos de implementar toda esta política e sabemos bem as consequências do que foi feito nos últimos três anos. Todos os dias convivemos com este Estatuto da Carreira Docente, com o Estatuto do Aluno e agora somos nós que temos de implementar esta avaliação. E uma reacção corporativa nunca englobaria a totalidade de uma classe. Se assim fosse, e José Manuel Fernandes disse-o ontem, estaríamos na presença dos mais poderosos sindicatos do mundo. E todos sabemos que isto não é verdade.
Sempre tive consciência (creio que todos os que ontem lá estávamos tínhamos) que este governo não iria ceder. Que iria insistir no incompreensível e sacudir responsabilidades, tal como aconteceu. Até já esperava as afirmações hoje feitas pelo nosso primeiro ministro. Sócrates perguntou de forma habilidosa se é possível um sindicato assinar um entendimento e depois não o cumprir. Bem sei que nem vale a pena retorquir, mas será possível um governo ser eleito com um programa que não cumpre e manter-se em funções?
P.S.- Será que algum tolo acredita que 120 mil pessoas se manifestam porque têm medo de preencher um impresso. Tenham santa paciência!
8 de novembro de 2008
homens da luta
Porque já ninguém aguenta tanta intransigência.
Porque já estamos fartos de hipocrisia.
Porque eles dizem-se socialistas, mas não são.
«Dá-lhe Falâncio!»
Porque já estamos fartos de hipocrisia.
Porque eles dizem-se socialistas, mas não são.
«Dá-lhe Falâncio!»
7 de novembro de 2008
6 de novembro de 2008
não se pode fazer um referendo?
Não gosto do estilo. Irrita-me o partido. O mau gosto é evidente. A comparação estúpida. Mas bastou este folclore do deputado do PND para o PSD Madeira mostrar a falta de cultura democrática que por aquelas bandas grassa.
A suspensão é uma resposta ao mesmo estilo. Ridícula. A raiar a ilegalidade. A única possível para quem não está habituado a ser contrariado e resolve fazer birra como um miúdo mimado.
Claro que perante esta anormalidade, lá tinha de vir o governo, também ele, colaborar na festa preparada por este partido da «velha democracia» de Manuel Monteiro, sem qualquer expressão até ao dia de ontem. Afinal, e segundo o ministro da administração interna, "a PSP não impediu a entrada de um deputado nessa Assembleia Legislativa Regional". O país é que anda numa alucinação colectiva e já nem sabe o que vê. Obrigado caro ministro por nos colocar no caminho da verdade.
A suspensão é uma resposta ao mesmo estilo. Ridícula. A raiar a ilegalidade. A única possível para quem não está habituado a ser contrariado e resolve fazer birra como um miúdo mimado.
Claro que perante esta anormalidade, lá tinha de vir o governo, também ele, colaborar na festa preparada por este partido da «velha democracia» de Manuel Monteiro, sem qualquer expressão até ao dia de ontem. Afinal, e segundo o ministro da administração interna, "a PSP não impediu a entrada de um deputado nessa Assembleia Legislativa Regional". O país é que anda numa alucinação colectiva e já nem sabe o que vê. Obrigado caro ministro por nos colocar no caminho da verdade.
5 de novembro de 2008
yes we can!
4 de novembro de 2008
3 de novembro de 2008
viva a manela!
Até agora, e na minha modesta opinião, o melhor momento de humor deste «novo» Gato Fedorento. Simplesmente brilhante.
2 de novembro de 2008
1 de novembro de 2008
por uma só profissão
Os últimos dias foram, em termos profissionais, importantes. Em primeiro lugar porque na escola onde trabalho votou-se pela suspensão deste modelo de avaliação. E percebam que é este modelo de avaliação. Depois porque surgiu a esperança de um entendimento entre os que marcaram duas manifestações de professores em Novembro: a 15 os movimentos de professores, a 8 os sindicatos.
A reunião entre estes grupos representantes decorreu no passado dia 29 e dela resultou um comunicado conjunto que, pensei eu, era o fumo branco necessário para a efectiva união desta classe. Ora para minha surpresa, e passadas menos de 48 horas, dois dos movimentos signatários roeram a corda e, afinal, o que era verdade no comunicado de entendimento passou a letra morta.
Independentemente de todas as razões que assistem (ou não) aos movimentos, a verdade é que ficámos todos a saber que quem fica a perder são os professores. Já sei que há para aí muitos que acham que duas manifestações têm mais impacto, que a segunda até terá a virtude de mostrar que os professores não estão com os sindicatos e, como tal, rejeitam qualquer acordo por eles assinado.
Se isto não fosse um assunto sério eu até me ria deste disparate. Disparate porque são os sindicatos que legalmente nos representam. Porque é com eles que o ministério negoceia. Porque são eles, para o mal e para o bem e até que se mude a lei, a imagem da classe.
Custa-me dize-lo, mas todos os que agora alinham com estes movimentos estão longe de perceber a consequência da divisão que estão a semear e se estivessem mais atentos tomariam atenção à força que esta atitude está a dar ao ministério e ao descrédito com que mais uma vez estamos a ser tratados na opinião pública.
Os que apelam a duas manifestações (ou só à de 15 como facilmente se pode ver nesta blogosfera) vão certamente medir «pilhinhas», contar «espingardas», cantar vitória pela adesão a uma ou outra manifestação. Esquecem-se é que a maior parte dos professores são como eu: desalinhados. De movimentos e sindicatos. Queremos é resolver os problemas que nos afectam e esses são comuns a todos, como rapidamente perceberiam se não estivessem tão preocupados em achincalhar os sindicatos.
O que todos deviam perceber é que para poderem criticar os sindicatos primeiro deviam ter-lhes dado a força que necessitavam. É muito giro falar dos 100 mil professores no dia 8 de Março. Mas onde estavam estes 100 mil quando as greves foram marcadas? Onde estavam quando deviam ter boicotado o concurso de titulares? Onde estavam quando os sindicatos estavam sobre fogo deste governo? Os dos professores e todos os outros. Onde estavam quando os sindicatos marcaram greve às substituições e aos exames? Aí só ouvi professores a inventar desculpas. Não faço porque isso prejudica os meninos. Não faço porque não concordo com a data. Não faço porque não gosto do azul. Tenham paciência! Queriam que os sindicatos fizessem mais, então tivessem estado na luta quando chamados foram.
Já ouvi por aí que apelar à unidade é castrar os professores do seu raciocínio livre. Eu só pergunto: qual foi a luta de trabalhadores que foi vencida sem unidade? Quando é que se conseguiram direitos sem união? E tenham juízo se acham que alguém na 5 de Outubro está preocupado com uma ou duas manifestações.
Não sou sindicalizado. Não sou alinhado. Não sou «movimentado». Não estou com nenhum partido. Percebo, porém, quando devo lutar e estar ao lado de quem nos representa. E neste momento quem se senta à mesa das negociações são os sindicatos. Posso não concordar com muitas das suas posições, mas pelo menos sei que este não é o momento de os fragilizar. Não pode ser agora. E quanto aos movimentos lamento que afinal demonstrem ser iguais aos que criticam. Com a mesma facilidade desprezam os interesses de quem dizem representar em nome de interesses próprios. E se prova era necessária basta verificar o apelo que agora fazem depois de terem chegado a um entendimento.
Eu não queria 8 nem 15. Queria uma data única. Ou pelo menos que as duas manifestações tivessem uma organização diferente como sensatamente ouvi propor. Uma nacional, outra local. Assim eu poderia compreender o seu significado.
Agora, e se tomasse a mesma posição dos muitos que nesta blogosfera se manifestam, faria birra. Diria que a nenhuma ia. Ou só a uma iria.
Eu sou professor. Eu apelo à união de todos. Eu às duas irei se necessário for. Mas pensem bem antes de tirar o tapete aos sindicatos e ao único movimento fiel à sua palavra, o Promova. Percebam a gravidade de boicotar a manifestação dos únicos que têm o poder de negociar. Não deixem a ministra a rir-se. Sejam dignos da profissão que desempenham e mostrem que a nossa luta é contra quem nos impõe estas políticas pedagógicas e esta intolerável situação profissional.
Para terminar gostava só de acrescentar isto. O mérito da suspensão da avaliação que está a ser proposta nas diversas escolas não se deve a qualquer movimento ou sindicato. Deve-se exclusivamente aos professores. E a maior parte são como eu: querem lá saber destas guerras e de quem as promove. Por isso não venham cá com bandeiras aproveitar-se de quem, de facto, se preocupa.
A reunião entre estes grupos representantes decorreu no passado dia 29 e dela resultou um comunicado conjunto que, pensei eu, era o fumo branco necessário para a efectiva união desta classe. Ora para minha surpresa, e passadas menos de 48 horas, dois dos movimentos signatários roeram a corda e, afinal, o que era verdade no comunicado de entendimento passou a letra morta.
Independentemente de todas as razões que assistem (ou não) aos movimentos, a verdade é que ficámos todos a saber que quem fica a perder são os professores. Já sei que há para aí muitos que acham que duas manifestações têm mais impacto, que a segunda até terá a virtude de mostrar que os professores não estão com os sindicatos e, como tal, rejeitam qualquer acordo por eles assinado.
Se isto não fosse um assunto sério eu até me ria deste disparate. Disparate porque são os sindicatos que legalmente nos representam. Porque é com eles que o ministério negoceia. Porque são eles, para o mal e para o bem e até que se mude a lei, a imagem da classe.
Custa-me dize-lo, mas todos os que agora alinham com estes movimentos estão longe de perceber a consequência da divisão que estão a semear e se estivessem mais atentos tomariam atenção à força que esta atitude está a dar ao ministério e ao descrédito com que mais uma vez estamos a ser tratados na opinião pública.
Os que apelam a duas manifestações (ou só à de 15 como facilmente se pode ver nesta blogosfera) vão certamente medir «pilhinhas», contar «espingardas», cantar vitória pela adesão a uma ou outra manifestação. Esquecem-se é que a maior parte dos professores são como eu: desalinhados. De movimentos e sindicatos. Queremos é resolver os problemas que nos afectam e esses são comuns a todos, como rapidamente perceberiam se não estivessem tão preocupados em achincalhar os sindicatos.
O que todos deviam perceber é que para poderem criticar os sindicatos primeiro deviam ter-lhes dado a força que necessitavam. É muito giro falar dos 100 mil professores no dia 8 de Março. Mas onde estavam estes 100 mil quando as greves foram marcadas? Onde estavam quando deviam ter boicotado o concurso de titulares? Onde estavam quando os sindicatos estavam sobre fogo deste governo? Os dos professores e todos os outros. Onde estavam quando os sindicatos marcaram greve às substituições e aos exames? Aí só ouvi professores a inventar desculpas. Não faço porque isso prejudica os meninos. Não faço porque não concordo com a data. Não faço porque não gosto do azul. Tenham paciência! Queriam que os sindicatos fizessem mais, então tivessem estado na luta quando chamados foram.
Já ouvi por aí que apelar à unidade é castrar os professores do seu raciocínio livre. Eu só pergunto: qual foi a luta de trabalhadores que foi vencida sem unidade? Quando é que se conseguiram direitos sem união? E tenham juízo se acham que alguém na 5 de Outubro está preocupado com uma ou duas manifestações.
Não sou sindicalizado. Não sou alinhado. Não sou «movimentado». Não estou com nenhum partido. Percebo, porém, quando devo lutar e estar ao lado de quem nos representa. E neste momento quem se senta à mesa das negociações são os sindicatos. Posso não concordar com muitas das suas posições, mas pelo menos sei que este não é o momento de os fragilizar. Não pode ser agora. E quanto aos movimentos lamento que afinal demonstrem ser iguais aos que criticam. Com a mesma facilidade desprezam os interesses de quem dizem representar em nome de interesses próprios. E se prova era necessária basta verificar o apelo que agora fazem depois de terem chegado a um entendimento.
Eu não queria 8 nem 15. Queria uma data única. Ou pelo menos que as duas manifestações tivessem uma organização diferente como sensatamente ouvi propor. Uma nacional, outra local. Assim eu poderia compreender o seu significado.
Agora, e se tomasse a mesma posição dos muitos que nesta blogosfera se manifestam, faria birra. Diria que a nenhuma ia. Ou só a uma iria.
Eu sou professor. Eu apelo à união de todos. Eu às duas irei se necessário for. Mas pensem bem antes de tirar o tapete aos sindicatos e ao único movimento fiel à sua palavra, o Promova. Percebam a gravidade de boicotar a manifestação dos únicos que têm o poder de negociar. Não deixem a ministra a rir-se. Sejam dignos da profissão que desempenham e mostrem que a nossa luta é contra quem nos impõe estas políticas pedagógicas e esta intolerável situação profissional.
Para terminar gostava só de acrescentar isto. O mérito da suspensão da avaliação que está a ser proposta nas diversas escolas não se deve a qualquer movimento ou sindicato. Deve-se exclusivamente aos professores. E a maior parte são como eu: querem lá saber destas guerras e de quem as promove. Por isso não venham cá com bandeiras aproveitar-se de quem, de facto, se preocupa.
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