25 de fevereiro de 2009

analfabetismo e coutadas

Digo repetidamente que a educação em Portugal ainda não bateu no fundo. O laxismo iniciado há umas décadas e agravado pela actual equipa ministerial ainda não se fez sentir na sua plenitude, pelo que poderemos esperar que o assunto continue na ordem do dia. Eu bem sei que ele cansa. Merece é cada vez mais atenção.

Sempre ouvi falar da revisão dos programas. Mesmo quando era aluno. O que constato é que eles tendem cada vez mais a promover a desvalorização de conteúdos. Privilegia-se a entidade abstracta das competências, esquecendo-se os objectivos e o que deveria ser o resultado final das aprendizagens. O conhecimento nunca foi tão desvalorizado. E ainda espero um dia a explicação de como se pode «fazer sem saber fazer».

Constato mais uma vez que quem realmente deveria reformular os programas não é ouvido. Os professores, aqueles que directamente com ele trabalham, são, mais uma vez, substituídos pelos pedagogos de gabinete. E novamente a avaliação é desvalorizada. De resto isto só irá parar quando acabarem as reprovações e quando os meninos transitarem directamente até ao fim da escolaridade obrigatória. A economia assim o exige. E as estatísticas ficam bem mais bonitas nos relatórios (os verdadeiros) da OCDE.

Era bom era que os pais perguntassem para que isto serve. Os professores ninguém ouve, mas os pais que andam a fazer? Presumo que seja bom sustentar analfabetos funcionais ad eternum. Só pode!

Mais uma coisa. Desde que o PS está no governo que se constata a pretensão de transformar as escolas em coutadas. Este nem é o primeiro passo, pois, para ser realista, isto na prática já acontece. Agora só se legitima legalmente. 

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