Que o Prós e Contras é um programa histérico já todos sabíamos. Que escolhe os temas de forma pouco credível também não é novidade. Que usualmente escolhe mal alguns dos intervenientes também não surpreende. Ontem não vi o programa porque sinceramente o tema não me parecia interessante. E serve, como já aqui referi, exclusivamente para desviar atenções. Sobre o assunto já tenho opinião formada há uns anos e o tipo de discussão que o rodeia esbarra sempre em lugares comuns e em preconceitos repetidamente afirmados.
Fiquei curioso, porém, com o burburinho que provocou em alguns dos blogs que costumo ler. E como gosto pouco de falar sobre o que não conheço, predispus-me a ver os vídeos disponíveis no site da RTP. Todos os contras que comecei por citar estão lá. Com especial ênfase na escolha de alguns convidados. Isabel Moreira e Fernanda Câncio à cabeça. Da primeira desconhecia por completo a sua existência. Da segunda há muito que já não tinha grande opinião.
O estilo de dedo em riste nunca me agradou. E sempre achei que retira credibilidade aos argumentos de quem o usa. Foi o que mais vi ontem por parte das ditas cujas, sobretudo da primeira. Durante o tempo que ouvi o programa, questionei-me diversas vezes sobre a posição que sempre defendi. Ao contrário do que pensava, a intolerância veio de onde não esperava. E de seta apontada, para não lhe escapar nada. Mostrou bem como esta esquerda moderna é, de facto, insuportável. A causa até pode ser justa, mas o estilo justiceiro é altamente condenável.
Escuso-me a debater qualquer dos argumentos apresentados. São, como esperado, corriqueiros e batidos. A única coisa que fica do programa é mesmo o estilo empregue por estas mosqueteiras do sim. Deplorável e de um snobismo a toda a prova. Lá está, o mal deste mundo é as pessoas inteligentes estarem cheias de dúvidas e as estúpidas cheias de certezas.
Não que interesse, mas, para quem ainda não percebeu, sou favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sou favorável à adopção. E, apesar das muitas dúvidas que estas pessoas me provocam, sou de esquerda. Sempre fui e, provavelmente, sempre serei. Mas porra... esta gente é exasperante!