24 de dezembro de 2008

santa paciência

Cada ano que passa fico mais farto destas estúpidas campanhas da SIC. Já há uns bons anos que nos brindam com reportagens absurdas, que nada mais pretendem do que instigar o espírito mais mesquinho dos portugas. E sempre nesta época natalícia.

Fico a saber sempre que no próximo ano vou trabalhar muito pouco. Que somando os feriados e as férias e as pontes (nunca descontadas no tempo de férias, de acordo com estes energúmenos), afinal os dias de trabalho são aí só uns... dez. Até nem é mau, tendo em conta que Deus apenas trabalhou seis e ao sétimo... 

Este ano até fazem questão de nos explicar porque a Faculdade de Ciências fecha até 5 de Janeiro, os motivos sinistros porque a câmara de Mafra pretende que os seus trabalhadores tenham semanas de quatro dias ou mostrar-nos que os «sacanas» de Matosinhos vão ter duas pontes.

O que chateia é que isto parte sempre da perspectiva invejosa, muito comum por cá, de destruir o que o outro tem. Não queremos ter o mesmo, ainda que seja bom. Queremos apenas que o outro não tenha. Expor a vergonha dos que conseguem melhor, ainda que de uma forma perfeitamente justa ou compreensível.

É óbvio que para mostrar a razão dos autores de tão relevante trabalho jornalístico somos sempre brindados com as opiniões dos incautos transeuntes. E que nos dizem eles... o normal: «não, se eu não tenho não acho bem», «isto é tudo uma vergonha do funcionalismo público», «eu posso ter de ir tratar de um assunto nesse dia»... A merda do costume, portanto. E que interessa a quem?

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