sugestão : os dois vídeos a tocar em simultâneo, começando ao mesmo-tempo.
A questão:
Alguma vez se viu o Eddie Vedder mais-velho e o Jeff Bridges mais-novo juntos?
t.
30 de julho de 2008
25 de julho de 2008
Obama
Fiquei algo impressionado com a passagem de Obama por Berlim. Nunca imaginei ver este entusiasmo por um candidato à presidência americana em território europeu. Por uns instantes parecia um momento de outro Presidente, num passado, para a minha geração, já longínquo.
No mínimo por isto devemos dar mérito ao actual asno na presidência. Conseguir que a Europa anseie por esta mudança já é um feito.
"Os muros entre países ricos e países pobres não pode existir. Os muros entre raças e tribos; nativos e imigrantes; cristãos, judeus e muçulmanos, não pode existir. São esses os muros que devemos derrubar."
Barack Obama, 25 de Julho de 2008, Berlim
Já só faltam quatro meses. Yes we can!
23 de julho de 2008
rocket man
Tenho particular apreço por David Fonseca. Ainda me lembro, há mais de dez anos, ir no carro e ouvir aquela fantástica versão de A Little Respect, dos Erasure. Na altura não fazia ideia quem eram os Silence 4 e, francamente, aquela música não parecia de uma banda portuguesa. A verdade é que desde aí fui seguindo o que o moço fazia, particularmente a partir do momento em que assumiu uma carreira longe da banda que lhe deu nome.
Os dois últimos álbuns são muito bons e têm momentos de grande brilhantismo. Não menosprezando outros artistas, tenho ouvido muita música nos últimos anos que fica bem aquém destes trabalhos. É uma pena David Fonseca ter nascido cá no burgo, pois noutro país, com outra projecção, estou certo que a sua carreira já teria atingido outro patamar. Ainda há uns dias ouvia na Radar o último trabalho de Beck e pensava porque raio lhe estavam a dar tanto destaque. Não que não tenha gostado, mas nada fica a dever a muito do que cá se faz e que só não tem grande visibilidade porque é português ou, pior, porque não é suficientemente comercial. Eu devia ser a última pessoa a dizer isto, pois não tenho um pingo de patriotismo no que à música diz respeito. Quando é boa deve ser apreciada e mais nada.
Independentemente de todas as considerações, a verdade é que há vários meses que estou viciado na versão de Rocket Man. É simplesmente genial e marca bem o estilo de quem canta. E não é fácil pegar nesta música e fazer isto. Ou cantá-la com esta intensidade. Só por isso vale a pena ouvir.
Só mais uma coisa, os vídeos que acompanham estas músicas são fantásticos. Podem não ser sempre originais, mas são fantásticos.
Os dois últimos álbuns são muito bons e têm momentos de grande brilhantismo. Não menosprezando outros artistas, tenho ouvido muita música nos últimos anos que fica bem aquém destes trabalhos. É uma pena David Fonseca ter nascido cá no burgo, pois noutro país, com outra projecção, estou certo que a sua carreira já teria atingido outro patamar. Ainda há uns dias ouvia na Radar o último trabalho de Beck e pensava porque raio lhe estavam a dar tanto destaque. Não que não tenha gostado, mas nada fica a dever a muito do que cá se faz e que só não tem grande visibilidade porque é português ou, pior, porque não é suficientemente comercial. Eu devia ser a última pessoa a dizer isto, pois não tenho um pingo de patriotismo no que à música diz respeito. Quando é boa deve ser apreciada e mais nada.
Independentemente de todas as considerações, a verdade é que há vários meses que estou viciado na versão de Rocket Man. É simplesmente genial e marca bem o estilo de quem canta. E não é fácil pegar nesta música e fazer isto. Ou cantá-la com esta intensidade. Só por isso vale a pena ouvir.
Só mais uma coisa, os vídeos que acompanham estas músicas são fantásticos. Podem não ser sempre originais, mas são fantásticos.
22 de julho de 2008
“Má sorte ter sido puta”
Hoje, sem saber bem para quê, fui convocado para fazer uma vigilância na escola onde trabalho. Havia necessidade de recrutar três lacaios para, durante duas horas, tomar conta de um rapazinho que não realizou um exame de Oficina de Artes na 1ª fase. Se o menino tivesse trabalhado um pouquinho durante o ano nem exame faria, pois, acreditem, é daquelas disciplinas em que quase basta estar presente. Não tinha grande importância não fosse sintomático do estado do ensino segundo Maria de Lurdes Rodrigues. Se nada te esforças, se não apareces, se te estás nas tintas, não te preocupes!. Haverá sempre alguém para te dar as oportunidades que necessitares, mesmo que não as mereças.
Esclareço que nem me chateia muito nesta altura ter este serviço. Embora considere ridículo, a verdade é que é as férias começam mais tarde, por isso nada há a dizer. É uma tarefa estúpida, mas igual a tantas outras neste e noutros trabalhos, por isso... O que desmotiva é ver quem foi convocado para este serviço. Três contratados, três que para o ano não estarão na escola, três que não são tidos nem achados para nada a não ser para os serviços que ninguém quer fazer.
Já disse aqui que tive um ano de trabalho bem agradável com as turmas com quem trabalhei. Já assim tinha sido no ano anterior e, felizmente, em muitos outros anteriores. Embora não estivesse muito confiante confesso que cheguei a ter a expectativa que o trabalho positivo que desenvolvi fosse reconhecido. Nunca quis as alterações que foram introduzidas ao concurso de professores, que claramente favorecem a «cunha» e o compadrio. Este ano são vários os casos que conheço em que as escolas muito estão a fazer para manter os contratados. Nem seria um problema, se o critério adoptado fosse uniforme. Claro que com esta avaliação, e conforme se previa, isto não acontece. Na escola onde estou a nota máxima é o Bom, independentemente do trabalho que prestámos. Mais uma vez nenhum problema teria, se o critério fosse uniforme. Outras escolas, outros procedimentos. Ainda ninguém sabe o que isto significará para o futuro, se estas notas poderão ser utilizadas para favorecer a contratação de alguns professores. Espero que não, mas julgo que sim.
Fiquei a saber, aquando da entrevista de avaliação que realizei, que para ter uma nota superior a Bom teria de estar, por exemplo, a fazer um mestrado ou publicar textos científicos, ou ter feito muito mais do que o serviço que me foi entregue. O ridículo é evidente. Tive a nota máxima em todos os parâmetros de avaliação, mas apenas tive bom. Cumpri exemplarmente o serviço, não faltei, fiz actividades para a escola, estive presente sempre que de mim necessitaram e no fim o reconhecimento é zero. Nem sequer o facto de os alunos solicitarem a minha continuação vale. Aliás deste facto apenas tive conhecimento pelos alunos, pois a escola nada me disse. Mais uma vez sintomático do estado do ensino por cá. Qualquer pequena reclamação de um aluno ou encarregado de educação e um professor é imediatamente repreendido, ou sujeito a um procedimento disciplinar. Se em vez disso for entregue um louvor de nada serve e nem é relevante.
Quero voltar a manifestar que não concordo com qualquer desvirtuamento da lista de graduação. Por nenhuma razão, nem por cartas, nem por louvores. O que quero e sempre quis é que a lista seja respeitada. É o único critério de ordenação de professores que não tem factores aleatórios, que não facilita favorecimentos. Sinto é que cada escola vai proceder de forma diferente e que o que vai decidir a continuidade ou futuras contratações é simplesmente estar na escola certa no ano certo.
Todos os anos sinto isto e já estou farto. Tal como noutras ocasiões não vou continuar trabalho que comecei e vou, para muita pena minha, abandonar as turmas que comigo e por mim lutaram. Para mim não é novidade, estou é cada vez mais farto. Tenho 34 anos e 11 anos de serviço. Todos os anos precisam de mim e todos os anos sou contratado. Noutra qualquer profissão já teria alguma estabilidade profissional. Realmente... de todas as profissões que existem no mundo tinha de escolher uma das poucas piores que o ramo da prestação de serviços de satisfação pessoal. Quem acha que má sorte é ser puta, certamente nunca foi professor.
P.S. – Texto de fim de época, escrito enquanto suplente de uma prova. Só um desabafo, sem grande pretensão ou coerência, estou certo.
Esclareço que nem me chateia muito nesta altura ter este serviço. Embora considere ridículo, a verdade é que é as férias começam mais tarde, por isso nada há a dizer. É uma tarefa estúpida, mas igual a tantas outras neste e noutros trabalhos, por isso... O que desmotiva é ver quem foi convocado para este serviço. Três contratados, três que para o ano não estarão na escola, três que não são tidos nem achados para nada a não ser para os serviços que ninguém quer fazer.
Já disse aqui que tive um ano de trabalho bem agradável com as turmas com quem trabalhei. Já assim tinha sido no ano anterior e, felizmente, em muitos outros anteriores. Embora não estivesse muito confiante confesso que cheguei a ter a expectativa que o trabalho positivo que desenvolvi fosse reconhecido. Nunca quis as alterações que foram introduzidas ao concurso de professores, que claramente favorecem a «cunha» e o compadrio. Este ano são vários os casos que conheço em que as escolas muito estão a fazer para manter os contratados. Nem seria um problema, se o critério adoptado fosse uniforme. Claro que com esta avaliação, e conforme se previa, isto não acontece. Na escola onde estou a nota máxima é o Bom, independentemente do trabalho que prestámos. Mais uma vez nenhum problema teria, se o critério fosse uniforme. Outras escolas, outros procedimentos. Ainda ninguém sabe o que isto significará para o futuro, se estas notas poderão ser utilizadas para favorecer a contratação de alguns professores. Espero que não, mas julgo que sim.
Fiquei a saber, aquando da entrevista de avaliação que realizei, que para ter uma nota superior a Bom teria de estar, por exemplo, a fazer um mestrado ou publicar textos científicos, ou ter feito muito mais do que o serviço que me foi entregue. O ridículo é evidente. Tive a nota máxima em todos os parâmetros de avaliação, mas apenas tive bom. Cumpri exemplarmente o serviço, não faltei, fiz actividades para a escola, estive presente sempre que de mim necessitaram e no fim o reconhecimento é zero. Nem sequer o facto de os alunos solicitarem a minha continuação vale. Aliás deste facto apenas tive conhecimento pelos alunos, pois a escola nada me disse. Mais uma vez sintomático do estado do ensino por cá. Qualquer pequena reclamação de um aluno ou encarregado de educação e um professor é imediatamente repreendido, ou sujeito a um procedimento disciplinar. Se em vez disso for entregue um louvor de nada serve e nem é relevante.
Quero voltar a manifestar que não concordo com qualquer desvirtuamento da lista de graduação. Por nenhuma razão, nem por cartas, nem por louvores. O que quero e sempre quis é que a lista seja respeitada. É o único critério de ordenação de professores que não tem factores aleatórios, que não facilita favorecimentos. Sinto é que cada escola vai proceder de forma diferente e que o que vai decidir a continuidade ou futuras contratações é simplesmente estar na escola certa no ano certo.
Todos os anos sinto isto e já estou farto. Tal como noutras ocasiões não vou continuar trabalho que comecei e vou, para muita pena minha, abandonar as turmas que comigo e por mim lutaram. Para mim não é novidade, estou é cada vez mais farto. Tenho 34 anos e 11 anos de serviço. Todos os anos precisam de mim e todos os anos sou contratado. Noutra qualquer profissão já teria alguma estabilidade profissional. Realmente... de todas as profissões que existem no mundo tinha de escolher uma das poucas piores que o ramo da prestação de serviços de satisfação pessoal. Quem acha que má sorte é ser puta, certamente nunca foi professor.
P.S. – Texto de fim de época, escrito enquanto suplente de uma prova. Só um desabafo, sem grande pretensão ou coerência, estou certo.
19 de julho de 2008
as obras, o amor e os foguetes
Fazer obras em casa é uma grande seca. Particularmente se lá estamos a viver. Os meus últimos dias têm sido só isto: desarrumação, pó e cansaço. Preciso mesmo é de férias. O que vai valendo é a música que se ouve entretanto, acompanhada, claro está, de uma boa «mine».
P.S. - Os posts anteriores não foram um acaso. As obras são na cozinha. E eu, «swedish chef» em potência, só dos Muppets me lembrei.
P.S. - Os posts anteriores não foram um acaso. As obras são na cozinha. E eu, «swedish chef» em potência, só dos Muppets me lembrei.
16 de julho de 2008
Swedish Chef - Part 3
Provavelmente o meu favorito. Nem há palavras.
Exemplo terceiro: making chocolat moose.
Exemplo terceiro: making chocolat moose.
15 de julho de 2008
Swedish Chef - Part 2
Este é o clássico. As galinhas nunca mais foram as mesmas.
Exemplo segundo: the chiken in the basket.
Exemplo segundo: the chiken in the basket.
14 de julho de 2008
Swedish Chef - Part 1
Simplesmente a melhor personagem dos Muppets. Continua a fazer-me rir como se não houvesse amanhã.
Primeiro exemplo: making donuts.
Primeiro exemplo: making donuts.
13 de julho de 2008
sexo dos anjos vs peixe vermelho
Tenho visto nos últimos dias este spot da Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida. Não morro de amores pela ideia nem pelo argumento. Não tem particular piada e embora reconheça o problema e a situação retratada apetece-me dizer que esta geração não precisa que lhes incutam mais sentimentos de desconfiança. E é contraproducente, apenas vai atingir algumas senhoras já desconfiadas e descontentes. Só me parece tema para um programa da Júlia Pinheiro. É mesmo um tiro ao lado. Enfim, fica ao critério de cada um...
Este, por outro lado, é brilhante. Realizado por Cédric Klapisch é divertido e creio que chega a todos e a todos toca. Estes temas devem assim ser tratados. Sem medos e paranóias. Ora vejam lá.
Este, por outro lado, é brilhante. Realizado por Cédric Klapisch é divertido e creio que chega a todos e a todos toca. Estes temas devem assim ser tratados. Sem medos e paranóias. Ora vejam lá.
a forest
O Incógnito é de facto um sítio especial. É a minha versão particular do Cheers. Ontem, mais uma vez, uma excelente noite de música com Fernando Morgado, que parece atrair cada vez mais pessoas. E continua igual a ele próprio. Parece divertir-se tanto quanto quem lá está a dançar.
Um dos aspectos engraçados do espaço é que há músicas que lá passam sempre. Recebidas, diga-se, com o mesmo entusiasmo. Desde que me lembro que lá oiço A Forest. Claro que é daqueles temas que já passaram gerações e que agrada a todos os que vão ao Incógnito. Será provavelmente a mais brilhante música dos The Cure, embora esteja ciente que é uma opinião altamente discutível. Outros vídeos irei também aqui publicar, tantos são os temas destes moços que me animam.
O que acho engraçado neste vídeo é mesmo a imagem de Robert Smith. Já não devem ser mesmo muitos os que se lembram dele antes da maquilhagem e os cabelos no ar. Vale a pena ver.
Um dos aspectos engraçados do espaço é que há músicas que lá passam sempre. Recebidas, diga-se, com o mesmo entusiasmo. Desde que me lembro que lá oiço A Forest. Claro que é daqueles temas que já passaram gerações e que agrada a todos os que vão ao Incógnito. Será provavelmente a mais brilhante música dos The Cure, embora esteja ciente que é uma opinião altamente discutível. Outros vídeos irei também aqui publicar, tantos são os temas destes moços que me animam.
O que acho engraçado neste vídeo é mesmo a imagem de Robert Smith. Já não devem ser mesmo muitos os que se lembram dele antes da maquilhagem e os cabelos no ar. Vale a pena ver.
10 de julho de 2008
o meu estado da nação
Falar do Estado da Nação deprime-me. Por isso nada vou escrever. Pelo menos hoje. Hoje faço como os políticos e limito-me a dar-vos música. E até não fica mal para o momento.
É dos meus vídeos favoritos. E é dos mais simples. Para quê complicar?
É dos meus vídeos favoritos. E é dos mais simples. Para quê complicar?
9 de julho de 2008
as vagas do ensino superior
A notícia da manhã de hoje era o aumento das vagas para o ensino superior. Aparentemente há quem por aí considere que isto é uma boa notícia, particularmente porque esse número é sobretudo reflectido nas vagas dos Institutos Politécnicos. De acordo com o argumento corrente, este país precisa é de mais técnicos e de menos «doutores», de mais licenciaturas em ciência e tecnologia e menos em humanidades.
Bem sei que esta é a moda do momento. Até percebo, porque por isso passei, que se calhar de pouco vale enveredar por um curso de Letras. Mas atenção, só na perspectiva do mercado de trabalho. Só para quem considere que as Universidades são centros de emprego e esse é um pensamento perigoso.
A incoerência da notícia de hoje prendia-se, porém, com o número de vagas sem precedentes para o curso de Direito. Para se ser sério alguém diga por favor que é outro buraco, outro beco sem saída. A esmagadora maioria acabará no desemprego ou pura e simplesmente a trabalhar numa área diversa. Nada difere dos cursos de Letras. A única diferença são os interesses, o poder da classe e o nome da esmagadora maioria dos professores da Faculdade de Direito, intocáveis e poderosos.
Se a lógica se limitasse a encerrar ou diminuir as vagas dos cursos com profissionais em excesso (como tanto gostam de dar a entender), Direito, Psicologia e outros teriam o mesmo destino das restantes ciências sociais. Volto a afirmar que nem queria que assim fosse. Todos devem ter a oportunidade de se afirmar e estudar na área que entendem. Não podem é criar ilusões de trabalho qualificado. Esse por cá não existe ou pelo menos não é considerado. Claro que se objectivo for somente ganhar dinheiro mais vale não seguir os estudos superiores. Especializem-se em electricidade, canalizações e afins. Aí faltam profissionais e não técnicos superiores.
Isto é apenas um lamento e nada mais. Já estou um pouco farto destas notícias sazonais que apenas agradam a quem nada disto percebe. Há áreas em que não se devia poupar e a educação é uma delas. Esta ideia de fechar cursos que não atingem quotas e financiar por número de alunos é estúpida e inconsequente. Nada contribui para uma melhoria do sistema. Apenas e tão só para o orçamento de estado. Não há qualquer preocupação com o futuro destes jovens, com a qualidade do que lhes é ensinado. E depois admiram-se que muitos abandonem o país.
P.S.- Reparei que o curso de Sociologia no ISCTE oferece módicas 137 vagas. Outro curso com grande saída profissional e grande relevância social. Será que precisamos mesmo de mais discípulos de Maria Lurdes Rodrigues? Há privilégios muito bem mantidos...
Bem sei que esta é a moda do momento. Até percebo, porque por isso passei, que se calhar de pouco vale enveredar por um curso de Letras. Mas atenção, só na perspectiva do mercado de trabalho. Só para quem considere que as Universidades são centros de emprego e esse é um pensamento perigoso.
A incoerência da notícia de hoje prendia-se, porém, com o número de vagas sem precedentes para o curso de Direito. Para se ser sério alguém diga por favor que é outro buraco, outro beco sem saída. A esmagadora maioria acabará no desemprego ou pura e simplesmente a trabalhar numa área diversa. Nada difere dos cursos de Letras. A única diferença são os interesses, o poder da classe e o nome da esmagadora maioria dos professores da Faculdade de Direito, intocáveis e poderosos.
Se a lógica se limitasse a encerrar ou diminuir as vagas dos cursos com profissionais em excesso (como tanto gostam de dar a entender), Direito, Psicologia e outros teriam o mesmo destino das restantes ciências sociais. Volto a afirmar que nem queria que assim fosse. Todos devem ter a oportunidade de se afirmar e estudar na área que entendem. Não podem é criar ilusões de trabalho qualificado. Esse por cá não existe ou pelo menos não é considerado. Claro que se objectivo for somente ganhar dinheiro mais vale não seguir os estudos superiores. Especializem-se em electricidade, canalizações e afins. Aí faltam profissionais e não técnicos superiores.
Isto é apenas um lamento e nada mais. Já estou um pouco farto destas notícias sazonais que apenas agradam a quem nada disto percebe. Há áreas em que não se devia poupar e a educação é uma delas. Esta ideia de fechar cursos que não atingem quotas e financiar por número de alunos é estúpida e inconsequente. Nada contribui para uma melhoria do sistema. Apenas e tão só para o orçamento de estado. Não há qualquer preocupação com o futuro destes jovens, com a qualidade do que lhes é ensinado. E depois admiram-se que muitos abandonem o país.
P.S.- Reparei que o curso de Sociologia no ISCTE oferece módicas 137 vagas. Outro curso com grande saída profissional e grande relevância social. Será que precisamos mesmo de mais discípulos de Maria Lurdes Rodrigues? Há privilégios muito bem mantidos...
8 de julho de 2008
Furry happy monsters
Presumo que não seja o momento pelo qual os R.E.M. queiram ser recordados. Sei bem, e já os ouvi dizer, que preferem ser relembrados por outras músicas. Compreendo. Mas nada envorgonha esta associação aos Muppets. Aliás, só prestigia. Esta música sempre foi assim. Com esta ou outra letra, sempre serviu para por toda a gente a rir e a dançar. Até os mais pequenos. E sobretudo o pessoal que ainda gosta é de marretas. Como eu.
7 de julho de 2008
Helter Skelter
Esta é daquelas músicas de sempre. Já gostava do original.
The Beatles, 1968
Mais 20 anos. Outra geração. Era a minha. Acho que ainda a apreciei mais.
U2, 1988
Outros 19 anos. Nova geração de músicos. Igualmente bom.
The Killers & The Vines, 2007
Quando o tema é genial, todos o apreciam. Nem importa como. Escolham a interpretação que vos convier. Oiçam é a música!
The Beatles, 1968
Mais 20 anos. Outra geração. Era a minha. Acho que ainda a apreciei mais.
U2, 1988
Outros 19 anos. Nova geração de músicos. Igualmente bom.
The Killers & The Vines, 2007
Quando o tema é genial, todos o apreciam. Nem importa como. Escolham a interpretação que vos convier. Oiçam é a música!
6 de julho de 2008
Tóquio
Ontem, apesar de violentamente ter protestado (ah, ah!), arrastaram-me para o Tóquio. Para quem não conhece, acrescento que é uma daquelas discotecas decadentes situada no Cais do Sodré, paredes meias com outros bares e clubes de legalidade duvidosa.
Claro que ao lá entrarmos questionamo-nos se não nos enganámos na porta, ou, passado o choque, se não fomos transportados para o lado obscuro dos anos 80, aquele das gangas clarinhas e dos cabelos oxigenados. Por vezes parece que todo o público pertence aos Da Vinci, e que a qualquer momento vai começar a tocar o Conquistador. Lisboa está repleta de sítios destes que teimam em sobreviver e cuja decoração, pela persistência e falta de criatividade dos actuais designers, ainda voltará por certo a estar na moda. Se calhar até já está e, como é recorrente, eu é que me encontro fora dela. Será retro, ou vintage, ou qualquer outra coisa que se hão de lembrar e que tornará o espaço novamente apelativo.
A verdade é que este espaço, como o bem mais decadente Jamaica ali ao lado, está sempre cheio. Presumo que sobretudo pela música, que é como o algodão, não engana. Para ali se ser dj é necessário e fundamental ter ainda um leitor de cassetes e, sobretudo, não ter qualquer receio de misturar Meat Loaf com Nirvana, ou Heróis do Mar com David Bowie. É preciso um tipo de estupidez peculiar, normalmente associado a t-shirts foleiras, muito gel no cabelo e a unha do dedo mindino bem comprida. O espectáculo proporcionado, porém, é único. Toda a gente se diverte, nem que seja a gozar com quem consegue dançar algumas das relíquias que por ali se ouvem.
É evidente que vale a pena conhecer. Quanto mais não seja para voltarmos a colocar na perspectiva correcta os outros sítios que frequentamos (se no vosso caso forem todos assim, não se preocupem, embora a percepção de que se encontram numa crise de meia idade talvez ajude). Já aqui disse que para mim não há como o Incógnito e ontem momentos houve em que até nem me importaria de lá estar a ouvir os devaneios do Rai ou do Galopim. É verdade que lá não posso ouvir músicas como o Cuts you up ou divertir-me com o mosquito e a libído dos Nirvana. Mas é rara a noite em que não oiça algo novo, que me vai levar a descobrir outra banda ou simplesmente outra tendência da década em que vivo, em contraposição com o conceito M80. Claro que cada um diverte-se com o que entende. Eu continuo a preferir respirar um som com menos bafio. Ou mofo. Não, bafio!
P.S. – Já agora... embora compreenda que o conceito da zona é normalmente o homem pagar por qualquer serviço ali prestado, a cena discriminatória de apenas o sexo masculino ser taxado com 5 euros à entrada não colide com o tal conceito de paridade que tanto preocupa o mulherio? Só para saber...
Claro que ao lá entrarmos questionamo-nos se não nos enganámos na porta, ou, passado o choque, se não fomos transportados para o lado obscuro dos anos 80, aquele das gangas clarinhas e dos cabelos oxigenados. Por vezes parece que todo o público pertence aos Da Vinci, e que a qualquer momento vai começar a tocar o Conquistador. Lisboa está repleta de sítios destes que teimam em sobreviver e cuja decoração, pela persistência e falta de criatividade dos actuais designers, ainda voltará por certo a estar na moda. Se calhar até já está e, como é recorrente, eu é que me encontro fora dela. Será retro, ou vintage, ou qualquer outra coisa que se hão de lembrar e que tornará o espaço novamente apelativo.
A verdade é que este espaço, como o bem mais decadente Jamaica ali ao lado, está sempre cheio. Presumo que sobretudo pela música, que é como o algodão, não engana. Para ali se ser dj é necessário e fundamental ter ainda um leitor de cassetes e, sobretudo, não ter qualquer receio de misturar Meat Loaf com Nirvana, ou Heróis do Mar com David Bowie. É preciso um tipo de estupidez peculiar, normalmente associado a t-shirts foleiras, muito gel no cabelo e a unha do dedo mindino bem comprida. O espectáculo proporcionado, porém, é único. Toda a gente se diverte, nem que seja a gozar com quem consegue dançar algumas das relíquias que por ali se ouvem.
É evidente que vale a pena conhecer. Quanto mais não seja para voltarmos a colocar na perspectiva correcta os outros sítios que frequentamos (se no vosso caso forem todos assim, não se preocupem, embora a percepção de que se encontram numa crise de meia idade talvez ajude). Já aqui disse que para mim não há como o Incógnito e ontem momentos houve em que até nem me importaria de lá estar a ouvir os devaneios do Rai ou do Galopim. É verdade que lá não posso ouvir músicas como o Cuts you up ou divertir-me com o mosquito e a libído dos Nirvana. Mas é rara a noite em que não oiça algo novo, que me vai levar a descobrir outra banda ou simplesmente outra tendência da década em que vivo, em contraposição com o conceito M80. Claro que cada um diverte-se com o que entende. Eu continuo a preferir respirar um som com menos bafio. Ou mofo. Não, bafio!
P.S. – Já agora... embora compreenda que o conceito da zona é normalmente o homem pagar por qualquer serviço ali prestado, a cena discriminatória de apenas o sexo masculino ser taxado com 5 euros à entrada não colide com o tal conceito de paridade que tanto preocupa o mulherio? Só para saber...
4 de julho de 2008
Falling Down
Ainda não decidi se gosto mesmo disto. A música é belíssima, a cantora também. Será que há algo mais para além disso? Talvez não, mas a verdade é que já ouvi a música umas quantas vezes.
Devo dizer que todo este alarido à volta de Scarlett Johanson me impressiona. Lembro-me de comentar com um amigo que um dos aspectos fantásticos de Lost in Translation era o facto de Sofia Copolla não ter escolhido uma actriz com uma beleza óbvia. Nessa altura nada se dizia de Scarlett e não tinha ainda o estatuto de sex symbol de hoje.
Esta aventura pelo mundo de Tom Waits é engraçada. Pelo menos ficamos a saber que tem bom gosto musical. E certamente um excelente agente, que a coloca longe do mais vulgar de Hollywood. Se calhar só por isso a sua interpretação já merece crédito. A ouvir.
P.S.- É oficial... Pura e simplesmente adoro a música. Não me canso de a ouvir.
Devo dizer que todo este alarido à volta de Scarlett Johanson me impressiona. Lembro-me de comentar com um amigo que um dos aspectos fantásticos de Lost in Translation era o facto de Sofia Copolla não ter escolhido uma actriz com uma beleza óbvia. Nessa altura nada se dizia de Scarlett e não tinha ainda o estatuto de sex symbol de hoje.
Esta aventura pelo mundo de Tom Waits é engraçada. Pelo menos ficamos a saber que tem bom gosto musical. E certamente um excelente agente, que a coloca longe do mais vulgar de Hollywood. Se calhar só por isso a sua interpretação já merece crédito. A ouvir.
P.S.- É oficial... Pura e simplesmente adoro a música. Não me canso de a ouvir.
3 de julho de 2008
outra vez a escola de Matosinhos
Ficámos hoje a saber que o energúmeno que filmou a agressão àquela professora de Matosinhos foi condenado a 40 horas de trabalho comunitário. Parece-me adequado, não sou fã de linchamentos públicos. Infelizmente esta devia ser a norma e não a excepção. Espero, aliás, que não seja caso único nos tempos mais próximos, que não seja apenas uma forma hábil de camuflar a triste realidade de alguma violência que grassa no ensino em Portugal.
Preocupado apenas fiquei com um aspecto, que é aliás bem significativo do estado da educação cá no burgo. Aparentemente alguns alunos da dita escola consideram que não devia haver qualquer castigo, pois o aluno ao filmar ajudou a provar o mau comportamento da aluna. Ora eu se fosse pai de alguma destas criancinhas estaria bem apreensivo. Se por acaso o objectivo do aluno tivesse sido arranjar um meio de prova para auxiliar a professora, esta conversa não existiria. Provavelmente o aluno até teria um louvor. Mas o objectivo foi o contrário. Foi simplesmente achincalhar e ridicularizar. Só acabou por servir de meio de prova porque a criancinha foi suficientemente estúpida para partilhar o vídeo no Youtube. Nada mais.
Seja como for, parece-me que o caminho a seguir é este. Não defendo que tudo o que de errado acontece nas escolas seja violência, mas se um professor sentir, quando ofendido ou agredido, que vale a pena apresentar queixa já obtivemos alguma vitória. Já ouvi muita gente afirmar por aí que os professores devem preparar-se para estes comportamentos, que os tempos mudaram. Não há dúvida que algo está diferente, mas um professor não devia ter como pré-requisito para a profissão um cinturão negro numa qualquer arte marcial e simultaneamente um certificado de adopção de uma qualquer filosofia zen. É que por vezes é mesmo necessário para se sobreviver a um dia de escola. Não vos parece sinal de algo errado?
Preocupado apenas fiquei com um aspecto, que é aliás bem significativo do estado da educação cá no burgo. Aparentemente alguns alunos da dita escola consideram que não devia haver qualquer castigo, pois o aluno ao filmar ajudou a provar o mau comportamento da aluna. Ora eu se fosse pai de alguma destas criancinhas estaria bem apreensivo. Se por acaso o objectivo do aluno tivesse sido arranjar um meio de prova para auxiliar a professora, esta conversa não existiria. Provavelmente o aluno até teria um louvor. Mas o objectivo foi o contrário. Foi simplesmente achincalhar e ridicularizar. Só acabou por servir de meio de prova porque a criancinha foi suficientemente estúpida para partilhar o vídeo no Youtube. Nada mais.
Seja como for, parece-me que o caminho a seguir é este. Não defendo que tudo o que de errado acontece nas escolas seja violência, mas se um professor sentir, quando ofendido ou agredido, que vale a pena apresentar queixa já obtivemos alguma vitória. Já ouvi muita gente afirmar por aí que os professores devem preparar-se para estes comportamentos, que os tempos mudaram. Não há dúvida que algo está diferente, mas um professor não devia ter como pré-requisito para a profissão um cinturão negro numa qualquer arte marcial e simultaneamente um certificado de adopção de uma qualquer filosofia zen. É que por vezes é mesmo necessário para se sobreviver a um dia de escola. Não vos parece sinal de algo errado?
2 de julho de 2008
a nossa republicazinha
A estupidez dos nossos políticos não deixa de me surpreender. A propósito da lei orgânica da PJ e do seu chumbo pelo Tribunal Constitucional, tornou-se obrigatório introduzir uma alteração no seu artigo 22º. Nada de complicado, ou julgava eu.
Aqui ficam as propostas apresentadas pelos diferentes partidos para a redacção do tal artigo:
"as competências das unidades da PJ são estabelecidas por decreto lei", PSD;
"as competências das unidades da PJ, e, bem assim, a sede e a área geográfica de intervenção das mesmas são estabelecidas por decreto lei", CDS;
"as competências das unidades da PJ são estabelecidas por decreto lei", PS.
Como podem reparar a proposta do PS e PSD são idênticas e a do CDS também, apesar de ter uma redacção ligeiramente diferente. Para o comum dos mortais isto significaria que existe acordo e como tal surgiria fumo branco sem qualquer dificuldade. Em Portugal não, decide o PS. Acordar com a oposição mesmo quando estamos de acordo não pode ser. E como tal votou contra as propostas do PSD e CDS e aprovou a sua. QUÊ?!?
Isto, na verdade, pouco importa, apenas desprestigia quem assim actua. E desprestigia a função da própria assembleia. Depois são estes senhores que querem que se leve a sério o seu trabalho. Francamente.
Aqui ficam as propostas apresentadas pelos diferentes partidos para a redacção do tal artigo:
"as competências das unidades da PJ são estabelecidas por decreto lei", PSD;
"as competências das unidades da PJ, e, bem assim, a sede e a área geográfica de intervenção das mesmas são estabelecidas por decreto lei", CDS;
"as competências das unidades da PJ são estabelecidas por decreto lei", PS.
Como podem reparar a proposta do PS e PSD são idênticas e a do CDS também, apesar de ter uma redacção ligeiramente diferente. Para o comum dos mortais isto significaria que existe acordo e como tal surgiria fumo branco sem qualquer dificuldade. Em Portugal não, decide o PS. Acordar com a oposição mesmo quando estamos de acordo não pode ser. E como tal votou contra as propostas do PSD e CDS e aprovou a sua. QUÊ?!?
Isto, na verdade, pouco importa, apenas desprestigia quem assim actua. E desprestigia a função da própria assembleia. Depois são estes senhores que querem que se leve a sério o seu trabalho. Francamente.
1 de julho de 2008
Os Benfas e a queda do III Reich
Ontem uma aluna falou-me disto. Achei genial. E claro que não resisti a publicá-lo. Vale bem a pena assistir a estes três minutos de humor. E para os puristas, dado o símbolo das tropas do III Reich, até não está desadequado.
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