O agrupamento dos Homens da Luta venceu o Festival RTP da Canção.
O agrupamento dos Homens da Luta é uma fórmula criada para agradar a patetas muita-malucos. Os mesmos que acham piada aos momentos de humor das manhãs da Antena 3 e esse tipo de expressões com falta de qualidade, revelada por uma ausência de qualquer subtileza que nos faça sorrir através de algo minimamente inteligente com um toque, de preferência, de humor negro - que se vai tornando quase tão raro como a cozinha mediterrânica e tal. Mas isto não tem nada a ver com saudosismo:
Os (pronto) Homens da Luta estarão no mesmo saco dos Deolinda. No mesmo saco de estilo de expressão de uma mensagem. Porque os Deolinda abrangem facilmente aqueles que não acham suficientemente moderno gostar dos Homens da Luta. E se calhar vice-versa, com uma nuance qualquer no adjectivo. No saco em que tudo tem de ser fácil, evidente e imediatamente simples. Senão o povo ou a malta pode ser que não associe uma qualquer metáfora às ideias, e não perceba e não aplauda. E o artista tem que ganhar a vida. Mas não é apenas por cheirar ao denunciar de situações que nos oprimem e afligem que algo deverá ser cegamente considerado útil e de valorizar.
Já o argumento "Então, pá, mas ao menos assim as pessoas pensam nas coisas!" estará ao nível do da validade e importância do Destak e da Dica da Semana com "Então, pá, mas ao menos assim as pessoas lêem alguma coisa!". O subestimar - válido ou não - da inteligência das pessoas justifica, desculpa e promove a nossa incapacidade de reflectir sobre o que vivemos.
É natural que tenham tido apoio e vencido o Festival da Canção, mas não me regojizo minimamente com tal acontecimento. Mesmo que o Festival da Canção seja uma porcaria com que dê gosto gozar, o artista não é um bom artista. Qualquer dia coisas como a Mafalda serão consideradas algo de erudito - e isto também não é saudosismo. É que o riso sempre foi uma arma de maior qualidade e calibre nas mãos daqueles que não acham que é, simplesmente, o melhor remédio.
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