Sobre a suspensão do processo de avaliação decretada, ocorre-me dizer o seguinte. Veio tarde. Quase quatro anos de uma luta desnecessária, que tanto sofrimento e dores de cabeça trouxe. Uma teimosia, só mais uma, assente em preconceitos, ressabiamentos e lutas político-partidárias.
Hoje acabou. E é um alívio. Nas escolas, embora ninguém o diga, o ambiente estava cada dia mais podre, pois, e como é apanágio nestas situações, há sempre quem goste de agradar, de manipular e de usar todos os instrumentos que pode para espalhar os seus ódios. E este modelo apenas a isso se prestava. Nada avaliava sobre o efectivo desempenho, era burocrático, mesquinho e servia em exclusivo interesses que, em boa verdade, nunca consegui compreender.
A sua mais injusta medida, esclareça-se, era o reflexo que tinha nos concursos. A completa adulteração em nome de supostos méritos, tantas e tantas vezes avaliados através da excelência de saber fazer tabelas de excel. E gostava mesmo de estar a brincar.
É pena que só hoje se tenha atingido consenso. É pena que mais uma vez sirva para lançar a classe para a fogueira e repetir mentiras tantas e tantas vezes ditas. Mas de que vale vociferar? Eu, pela parte que me toca, estou agradecido. E esperançoso que finalmente alguém pense numa avaliação a sério. Uma que perceba que a escola não é uma empresa e em que os números, as estatísticas, as metas não sejam usadas para diminuir, controlar e impor o facilitismo. Deixem-me sonhar. Nem que seja por umas horas.
Uma última nota. Ao que parece o nosso (ainda) primeiro, vem aí de Bruxelas mortinho por bater em tudo e em todos e bradar aos sete ventos a demagogia eleitoralista da oposição. Era bom que não se esquecesse, porém, que ainda há uns dias dizia que é preciso não ligar muito à forma, mas sim ao conteúdo. E o conteúdo, senhor José, é (ou melhor, era!) uma merda!
Disse.
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