18 de novembro de 2009

pausar em vez de suspender

Tenho assistido com curiosidade a tudo o que está a acontecer na educação. Não sinto qualquer euforia ou entusiasmo. É evidente que as propaladas reformas do anterior consulado teriam que cair. Mexeram mal no Estatuto da Carreira, no Estatuto do Aluno (o mais grave problema que urge resolver) e fizeram-no num clima de permanente guerrilha. Colheram as tempestades que encomendaram.
É óbvio que não sei o que daqui vai resultar. Nem consigo confiar na boa vontade demonstrada. Sei, e vejo diariamente, que o grande mal que foi feito dificilmente se reparará a breve prazo. O desrespeito e a desautorização que se instalaram na cabeça dos pais e alunos não se corrigem com varinha legislativa.
É por isso que me rio quando ainda oiço quem valoriza o trabalho de Maria de Lurdes Rodrigues. Só o completo desconhecimento ou o mais pérfido ressabiamento o explicam. Mas esse mal é transversal a toda a sociedade. A escola só foi uma das suas mais recentes vítimas.
Esperemos para ver. A discussão sobre a avaliação centra-se, de momento, numa questiúncula pura de semântica. Suspensão ou substituição significam na prática uma e a mesma coisa. Só os tolos não o percebem. O que era importante era o reconhecimento da total ineficácia do sistema proposto. E isso já foi conseguido. Tudo o resto é tentativa de salvar a face ou de obter ganhos políticos, o que, convenhamos, interessa muito pouco.
Por uma vez podemos dizer que valeu a pena. E não é todos os dias.

1 comentário:

Tiago FM disse...

Agora os professores passam automaticamente da primária para a secundária, é isso?

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, confirmou hoje que o Ministério da Educação “vai parar” o segundo ciclo de avaliação docente até à aprovação de novas regras, o que significa que o modelo em vigor acabou.