A memória é curta, por vezes em demasia. Há sensivelmente um ano, por ocasião de uns debates a dois com as legislativas como pano de fundo, Sócrates cometeu uma das suas proezas. Para espanto de muitos, e sempre de dedo em riste (de seta apontada não lhe escapa nada), ludibriou Louçã, acusando-o de querer acabar com as deduções fiscais da classe média. A manobra, excelente diga-se, surtiu efeito e a “esquerda conhaque” passou de acusadora a acusada e desdobrou-se até ao fim da campanha em explicações para tentar controlar os danos.
O que me leva a relembrar este episódio é a notícia que acabei de ler. Embora já absolutamente habituado, continuo a não perceber como pode este povo ser tão estúpido e tolerante. Novamente o dedo, desta vez com areia, adopta agora o que antes desdenhava.
"Aqueles que utilizam os benefícios fiscais recorrem tanto mais a esses benefícios quanto maior o rendimento que possuem. Este é sem dúvida uma injustiça do nosso sistema fiscal que o PS quer legitimamente corrigir."
Afinal o tio Louçã sabia o que dizia. E tantos votos lhe custou. É preciso um descaramento e um sentimento de impunidade do tamanho do mundo. Resta-me a esperança da justiça divina. Tudo o resto parece estar a falhar.
3 comentários:
Fiz cop'&paste:
"And if all others accepted the lie which the Party imposed—if all records told the same tale—then the lie passed into history and became truth. 'Who controls the past' ran the Party slogan, 'controls the future: who controls the present c...ontrols the past.'"
- George Orwell, "1984"
Agora vou ali para a chaise-longue beberricar xerês enquanto reflicto se o "Animal Farm" é uma porcaria de um livro anti-comunista.
É domingo, vai antes ver "Uma vida de Insecto".
Como um amigo meu me dizia, Os povo português ao é europeu suficiente para se organizar nem africano suficiente para se revoltar
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