É certo que estamos a falar de realidades diferentes e que não devemos nunca, embora o façamos diariamente, retirar importância ao que aconteceu à criança. O fenómeno de violência física e psíquica nas escolas é real e não deveríamos necessitar de uma qualquer expressão inglesa para o definir. Claro que sempre existiu e provavelmente sempre continuará a existir. A única diferença é que hoje é dificílimo aplicar qualquer sanção a um agressor. Tudo leva tempo (demasiado) e a penalização máxima é a transferência de escola. As suspensões? Essas nem contam para a contabilidade das faltas, pois os pseudo-pedagogos deste país consideram que seria penalizar duplamente a criança. Portou-se mal? Muito bem, vai três dias jogar playstation para casa. Só não percebe quem não quer.
Regressemos ao professor. Não por me parecer mais importante. Não é. Apenas vai ser duplamente ignorado. A notícia por si só já diz tudo. O diagnóstico já está feito, o professor sofria de «fragilidades psicológicas». Resolvido, morto e encerrado, portanto. E isto é que preocupa. Quem já trabalhou numa escola com problemas destes, e eles são cada vez mais rotineiros, sabe o que significa esta violência. E estarmos preparados para a aceitar é que é… inaceitável.
Quando a violência for ultrapassada no ciclo mediático por um qualquer outro assunto, já nada importará. Nem o Leandro, nem o professor de música. Mas por um dia era bom, e sem histerismo, que alguém respeitasse o que aconteceu. E se apercebesse do problema sem a intervenção divina de um qualquer programa da manhã.
p.s. - e como seria importante, por uma vez, passar das palavras aos actos...
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