29 de novembro de 2011

my life is out of control



Now I’ve swung back down again
It’s worse than it was before
If I hadn’t seen such riches
I could live with being poor

16 de novembro de 2011

sempre com 'h' minúsculo

Nunca percebi o orgulho nacional. Sempre me pareceu bacoco, desajustado, ridículo. Por estes dias torna-se até absurdo. Sobretudo por se inspirar no futebol. E lamento. Lamento que vá recomeçar o circo da selecção. Há uns dias a pior, agora, subitamente, a musa inspiradora de tanta verborreia. Até desta.


Num momento em que se fala em acabar com os feriados do 5 de Outubro e 1º de Dezembro, cansa ouvir e ler tanta gente orgulhosa. Não se sabe bem em quê, pois não é certamente na sua História. Mas assim vamos indo, cantando e rindo, como sempre ouvi dizer.


E desculpem. Desculpem não partilhar o vosso entusiasmo. Mas ele é quase tão patético quanto o vosso orgulho.

11 de novembro de 2011

inni

é simplesmente maravilhoso. e bem mais bonito no DVD que acompanha a edição. INNI. é o mais recente vício. nada é novo, mas não me canso de ouvir.

10 de novembro de 2011

worst all the time

aplica-se na perfeição aos gregos. e aos portugueses. até já nos imagino num monociclo e vestidos de palhaços. no allgarve, só para agradar os turistas. and 'pray they don't alter it any further.'

2 de novembro de 2011

acabem com o Natal e Páscoa. em nome da produtividade.

Hoje acordei mais bem disposto. O dia está uma valente merda, a crise não nos larga, as bolsas oscilam consoante o frenesim mediático, tudo como devia ser. Não fossem os sacanas dos gregos. E esses animam-me. Não por serem fora da lei, mas por dizerem por uma vez 'basta'!

É extraordinário como, no ano de 2011, a simples ideia de colocar em prática um mecanismo da democracia lança o pânico na esfera directiva da União. Estou certo que nos próximos dias ainda vamos ouvir incessantemente falar da irresponsabilidade dos gregos, de como viviam muito acima das suas possibilidades e, perante a miséria que se instala, pedir-lhes bom senso, dizer-lhes que é importante honrar os compromissos.

Sarkozy dizia há umas horas que a democracia é importante e legítima, mas que é fundamental haver solidariedade. E ninguém lhe apontou a hipocrisia. Sim, os gregos (como nós) endividaram-se. Sim, viveram acima das suas possibilidades. Sim, contraíram empréstimos e aproveitaram os fundos da UE. Sim a tudo, mas quem é que tanto ganhou com tudo isto para além dos gregos? Essa é, porventura, a única solidariedade legítima de invocar. A daqueles que tanto enriqueceram e que nada se importam com agravante desigualdade que por aí se vive.

Através dos noticiários económicos ficamos a saber da diminuição de lucros dos bancos. De lucros, leiam bem. Será assim tão estranho dizer-lhes que é preciso que assim seja nesta altura de crise? Está, aliás, bem explicado nas entrelinhas o porquê da liminar recusa dos nossos políticos em aceitar um perdão de dívida. Se tal acontecer quem perde são… os bancos. E não é justo, dizem-nos.

Eu não sei dos outros, mas por mim falo. Gosto de honrar os acordos que faço e, de momento, o único que tenho é com o senhor Ulrich. Nunca falhei, não uso cartões de crédito (que me tentam vender amiúde), mas se chegar o dia em que é a prestação ou a comida eu sei bem como vou optar. E sou uma pessoa de bem. 

Era bom que alguns deixassem de olhar para o seu umbigo e percebessem isto. Os funcionários públicos são uns malandros (como todos os outros), mas cortarem 80% dos subsídios a quem ganha um salário bruto de 650 euros encosta as pessoas à parede. E na Grécia os cortes já rondam os 40%. Se ainda não perceberam isto é porque andam a dormir.

O dinheiro, porém, existe. Existe para o BPN, para a Mota Engil, para a amostra de TGV, para tudo o que interesse na protecção dos interesses instalados. Já nem apetece dize-lo, mas é verdade. Estes continuam vivos e imunes. Na Grécia deve ser igual. Claro que é.

Por isso hoje acordei mais animado. Não por algo ter mudado de facto. Continuamos (até mais) fodidos dê por onde der. Mas é bom que alguém se lembre de perguntar às pessoas o que acham. Se querem fazer os sacrifícios em nome desta aristocracia ou se preferem sofrer com orgulho. Quem pretende desvalorizar, diz que tudo isto foi um 'negócio' feito com os militares. Como se esta possibilidade por si só já não desse para pensar no que andamos a fazer. A verdade é que não interessa. Por um dia Sarkozy e Merkel acordaram com um aperto no escroto. E isso já chega para me arrancar um sorriso.