18 de outubro de 2012
3 de outubro de 2012
protestem agora ou calem-se para sempre
Já estou farto de
protestar. E de escrever sobre protestar. Também já estou farto de me
manifestar. Não por não ver resultados, mas essencialmente por perceber que o
que me move não é o mesmo que move os outros.
Não sou nenhum
anjinho. Não aspiro à beatificação. Mas também não me recordo de sair à rua só
para defender o que ‘a mim’ me interessa. Tantas e tantas vezes teria feito
melhor em estar calado. Se calhar também esta é uma oportunidade perdida.
Ouvi o Gaspar.
Também ouvi o Coelho e o Borges e todos os outros que agora nos governam.
Também ouvi o Sócrates e o Pereira e o Silva. O que fiquei eu a saber? Que já
estou farto de ser responsável.
Não sei o que de tudo
isto sairá. Vejo (e lamento) que há uma determinada classe média a entrar no
discurso da falta de alternativas. Na intolerância para com aqueles que se
manifestam. Vejo até quem procure justificar o injustificável e critique todo
aquele que se desvie da norma – entenda-se comportamento ordeiro que nada
perturbe o bem estar alheio.
Ouvi criticar os que
assobiam a classe política. Os que chamam gatunos aos Conselheiros de Estado.
Como se fosse, de facto, o que importa. E ainda há os que são selectivos.
Manifestações? Só se forem apartidárias (como se realmente isso existisse).
Há ainda os que
clamam por um regresso ao passado. A estes pergunto se de alguma perturbação
sofrem. O que de errado este governo está a fazer é manter o discurso, a
postura e a arrogância do PS. Direita? Se alguém via Sócrates como um homem de
esquerda...
Se continuamos
assim, nada terá solução. Sacrifícios sempre estive disposto a faze-los. Até os
percebo, dado o desnorte dos últimos 30 anos. Mas só posso aceitá-los se sentir
que eles são úteis. E, perdoem-me, estes não são.
Vem-me à memória a
interpretação de Branagh em ‘Henrique V’. Era um adolescente quando vi e esclareço
já que não sou, nem nunca fui, nacionalista. Lembro-me de pensar que perante
aquele discurso até eu pegaria numa arma.
Este governo não empolga ninguém. Aliás, em 18 meses desbaratou todo o capital que tinha ganho sem qualquer mérito. Presumo até que se cair, tudo ficará muito pior. O caminho deve estar armadilhado.
Este governo não empolga ninguém. Aliás, em 18 meses desbaratou todo o capital que tinha ganho sem qualquer mérito. Presumo até que se cair, tudo ficará muito pior. O caminho deve estar armadilhado.
Já não importa. Se
as únicas certezas que nos dão são estas, então prefiro as incertezas. Que se
lixe o euro, o salário e a ‘casinha’. Se cair, pelo menos não caio sozinho. E
estes não se ficarão a rir.
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